“PRECISAMOS CHEGAR À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E AO STF”, DIZ FELICIANO

O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) usou argumentos políticos, contou sua história e lia trechos bíblicos para atacar os homossexuais, aos quais para “combater” seria necessário, segundo ele, que pessoas como ele alcançassem o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Presidência da República. A fala foi em uma pregação de 90 minutos no último sábado (15), durante o 5º Congresso Internacional de Missões da Associação Missionária e Evangelística Luz das Nações, em Sapucaia do Sul no Rio Grande do Sul.

Segundo Feliciano, o início do processo de tomada de poder pelos evangélicos, chamado por ele de “avivamento do país”, deveria começar pelo Rio Grande do Sul, já que os gaúchos “preservam suas raízes”.

O atual presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara Federal conseguiu da plateia choro, gritos, aplausos e doações em dinheiro, cheque e cartão de crédito. “É a semente. Em 2014, quando voltar, vou reservar dez minutos para ouvir testemunhos de quem está dando a semente hoje. Se não tiver resolvido seus problemas financeiros, se a semente de hoje não tiver se multiplicado em casa própria, carro, emprego ou seja lá qual for a sua necessidade, desisto de ser pastor”, disse Feliciano.

Para exemplificar o “perigo” que Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis (LGBT), ele citou a França onde o casamento igualitário foi recentemente aprovado e se apresentou como figura estratégica no Congresso Nacional. “Na França, permitiram o casamento gay e hoje perderam essa luta. Por isso estou lá na Câmara Federal e precisamos chegar no Supremo Tribunal Federal. Precisamos chegar à Presidência da República, ao comando dos estados, prefeituras e câmara de vereadores”, disse.

Na pregação, o pastor disse ainda que sua missão é de levar sua palavra e coragem para outras esferas do poder Público. “Em uma pesquisa espontânea para presidência da República divulgada pela Folha de São Paulo apareci em segundo lugar como azarão. Isso é uma profecia. Precisamos de cristãos no Supremo Tribunal Federal”, pregou Feliciano que disse ainda que “o casamento descrito na Constituição é entre um homem e a uma mulher’”.

Com informações do Sul 21 e do Jornal VS.

Fonte: Portal em Pauta

O GOLPE NO BRASIL JÁ TEM ROTEIRO

Crédito : Reprodução Facebook

O movimento conservador e “antipartidário” que se infiltrou nas manifestações de rua nos últimos dias já defende abertamente um golpe de estado,conforme este Portal apontou mais cedo, e começa a pedir o afastamento da presidenta Dilma Rousseff e a clamar pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Joaquim Barbosa, como o “salvador da pátria”. Nas redes sociais, já há até mesmo um “roteiro” para o golpe, conforme conta reportagem da Rede Brasil Atual. Leia abaixo na íntegra.

Movimento ‘antipolítica’ antecipa o roteiro do golpe nas redes sociais

Da Rede Brasil Atual – Com a apropriação da onda de manifestações em várias cidades brasileiras por pautas conservadoras, as redes sociais ligadas a esses grupos já começam a traçar uma espécie de “roteiro do golpe”. De um lado, defendem o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, de “todos os políticos” e de “todos os partidos”. De outro, clamam para que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, assuma o comando do país para que as forças armadas ajam “em defesa da população que se manifesta nas ruas”.

Embora sejam difusamente compartilhadas, as campanhas atingem um número relevante de pessoas. Uma delas, com a foto de Barbosa pedindo que assuma a presidência do país, já passa de 270 mil compartilhamentos.

Outra, no site Avaaz.org, pede o impeachment de Dilma e tem 315 mil assinaturas. Junto a elas, comentários pedindo o fim dos partidos, ação das forças armadas, separação de São Paulo do restante do país etc.

Em outra ação, os grupos de direita criaram um evento no Facebook convocando greve geral para 1º de julho. Na pauta de reivindicações estão o “fim da roubalheira”, a “auditoria no caixa do governo” e a “punição para os corruptos”, entre outros nove temas. O ato contava 390 mil confirmações até as 13h de hoje.

Um vídeo da organização Anonymous, publicado na terça (18), chegou à marca de 1,4 milhão de compartilhamentos. O filme divulga “as cinco causas diretas, sem cunho religioso ou ideológico, sem bandeiras partidárias ou subjetividades”. As ideias propostas como de “cunho moral” e “unanimemente aceitas” são: Não à PEC 37; saída de Renan Calheiros da presidência do Congresso Nacional — ele é presidente do Senado — investigação e punição das irregularidades na organização da Copa do Mundo;  lei que torne a corrupção crime hediondo; e fim do foro privilegiado.

Na noite de ontem (20), o site do jornal Brasil de Fato denunciava a realização de uma pesquisa pelo Instituto Datafolha, que perguntava às pessoas qual afirmação ela se identificava mais: “a democracia é sempre melhor que qualquer forma de governo”; “em certas circunstâncias, é melhor uma ditadura do que um regime democrático”; ou “tanto faz se o governo é uma democracia ou uma ditadura”.

Todas essas iniciativas incendeiam ainda mais o cenário de temeridade formado pela tomada do movimento que ganhou as ruas nos últimos dias pelas pautas identificadas com a direita política. O Movimento Passe Livre declarou na manhã de hoje que não convocará mais protestos, pois alcançou a vitória almejada, e criticou a violência contra organizações políticas ocorridas na manifestação de ontem (20) na avenida Paulista.

Fonte: Portal em Pauta

COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS APROVA PROJETO SOBRE “CURA GAY”

Foto: http://boavistaja.com/

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara aprovou há pouco, por votação simbólica, o projeto de decreto legislativo que autoriza o tratamento psicológico para alterar a orientação sexual de homossexuais, chamado de “cura gay“. A matéria segue agora para análise da Comissão de Constituição e Justiça.

Contrário ao projeto, o deputado Simplício Araújo (PPS-MA) tentou obstruir a votação, sem sucesso. “Vocês [deputados evangélicos] não vão entregar para a comunidade evangélica o que estão prometendo, porque não há tratamento para o que não é doença. Quem dera que o Conselho Federal de Psicologia pudesse curar a cara de pau e todos os distúrbios da classe política deste país”, disse. Para ele, a votação da proposta tem caráter “eleitoreiro”.

O deputado Roberto de Lucena (PV-SP) rebateu a acusação. “Em nenhum momento foi a nossa tônica. Não quero polemizar, mas dizer que me sinto desrespeitado. Esta é a Casa do debate. Não admito o carimbo. Tive a oportunidade de analisar o projeto em outra comissão, tivermos audiências públicas, debatemos com todas as opiniões e faço questão de rejeitar o carimbo”, criticou.

O relator da proposta, deputado Anderson Ferreira (PR-PE), argumentou que a proibição fere a Constituição. “A regulamentação tem graves implicações no plano jurídico e constitucional”, frisou.

Suplente na comissão, o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), participou do debate  e disse que a votação do Projeto da “Cura Gay” é inócua. Segundo ele, a comissão não tem prerrogativas para deliberar sobre disposições do Conselho Federal de Psicologia. “Estamos aqui brincando, me parece que está clara aqui a esterilidade do debate. É preciso que o tema tenha alguma relação com uma prerrogativa concreta do que se está propondo. Não podemos discutir aquilo que não pode ser revogável por este Poder”, ponderou.

O projeto de decreto legislativo foi aprovado depois de várias tentativas de votação frustradas. O projeto, que está sendo chamado de Projeto da “Cura Gay”, propõe a suspensão da validade de dois artigos de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia, em vigor desde 1999.

De autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), o projeto quer suprimir um dos trechos da Resolução nº 1/99, que proíbe os profissionais de participar de terapia para alterar a orientação sexual e de atribuir caráter patológico (de doença) à homossexualidade. Os profissionais também não podem adotar ação coercitiva a fim de orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.

O autor do projeto argumenta que as restrições do conselho são inconstitucionais e ferem a autonomia do paciente. Representantes dos psicólogos criticam a proposta sob o argumento de que não se pode tratar a homossexualidade como doença.

 

Edição: Beto Coura

Fonte:  Agência Brasil

ESPERO QUE PREFEITO TENHA ENTENDIDO RECADO DA POPULAÇÃO E REVOGUE AUMENTO DA TARIFA, DIZ MPL

Milhares de pessoas já se concentravam na praça da Sé, região central de São Paulo no fim da tarde desta terça-feira (18) Gabriela Biló/FuturaPress/Estadão Conteúdo

Do R7

A representante do MPL (Movimento Passe Livre) Mayara Vivian destacou que o prefeito Fernando Haddad se comprometeu, após reunião extraordinária com o Conselho da Cidade nesta terça-feira (18), a ter um encontro com o movimento “com caráter de negociação”. Ela diz esperar que Haddad tenha “entendido o recado da população na rua, de mais de 100 mil pessoas, e revogue o aumento” [na tarifa dos ônibus urbanos].

— Ele não sinalizou a revogação, por ora. Cobramos isso dele e ele indicou uma reunião de negociação. O povo não sai da rua enquanto a tarifa não baixar.

Sobre o argumento do chefe do Executivo de que retornar com o valor da passagem para R$ 3 impactaria no orçamento municipal, Mayara rebateu:

— Tem dinheiro para trazer Copa [do Mundo], Panamericano, Expo 2020, para a Estaiada. Dinheiro, o governo tem. O problema é uma questão política de onde usa ou não. Ele quis esclarecer as fontes de financiamento, mas, para a gente, desde o início, não foi uma questão técnica, mas política, e o povo está na rua para cobrar essa questão política da prefeitura, de priorizar onde vai investir.

Sobre as planilhas de custo de transporte do município, apresentadas pelo prefeito, a representante do MPL afirmou que “também tinha números para mostrar”.

— O trabalhador, o povo não têm R$ 3,20 para pagar transporte. O número que apresento para ele é de 37 milhões de brasileiros que se locomovem a pé, porque não têm dinheiro para pagar ônibus. Hoje, passei por baixo da catraca porque não tenho R$ 3,20 para chegar à prefeitura.

Conforme cálculos do Datafolha, ao menos 65 mil pessoas participaram das manifestações realizadas na última segunda-feira (17).

‘ESTÁ DIFÍCIL DE ENTENDER’, DIZ GILBERTO CARVALHO SOBRE MANIFESTAÇÕES

PARA MINISTRO, É ‘PRETENSÃO’ DIZER QUE JÁ COMPREENDE OS PROTESTOS PELO PAÍS.
ELE DISSE QUE SE FECHAR PARA AS REIVINDICAÇÕES É IR NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA.

O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, afirmou nesta terça-feira (18) que busca compreender os protestos organizados pelo país na segunda e que, no momento, ainda não tem uma “resposta”. Carvalho participou de uma sessão da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado.

“De fato, está difícil entender. Nós somos acostumados com mobilização com carro de som, com organização, com gente com quem negociar e liderança com quem negociar e poder fazer um tipo de acordo. Agora eles mesmo dizem ‘nós não temos uma liderança, são múltiplas lideranças, nós não temos carro de som’. Não tem um comando, um comando único, e portanto se  torna extremamente complexo o proceso de compreensão ,de entendimento e de multiplicidade das manifestações internas”, afirmou o ministro.

Ministro Carvalho participa de sessão na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado )

“Seria muita pretensão achar que a gente compreende já o que está acontecendo. A primeira atitude de humildade é buscar entender a complexidade do que está ocorrendo”, completou.

Para Carvalho, o fato de tantas pessoas terem aderido aos protestos em diversas cidades mostra que há uma “base material de descontentamento”.

“Do ponto de vista do conteúdo [das manifestações] nós que estamos em funções de Parlamento e Executivo temos que estar atentos para entende o porquê de uma adesão tão ampla e massiva. Se há essa adesão, há uma base material de descontentamento, há uma base material que se expressa neste momento.”

Carvalho ainda manifestou apoio pelo fato de as polícias militares no DF e em São Paulo não terem usado balas de borracha nas manifestações desta segunda. “O comportamento da PM em São Paulo ontem foi exemplar e adequado até o final. Aqui em Brasília aconteceu a mesma coisa. Houve um problema no sábado. Nós detectamos que houve uso da balas de borracha, que a nosso juízo nao era necessário, e ontem todo processo foi de maneira adequada”, disse o ministro se referindo à manifestação antes do jogo da seleção brasileira no sábado, quando a PM do DF dispersou os manifestantes fazendo uso de balas de borracha.

Reivindicações
Carvalho disse também que tem conversado com algum dos manifestantes e reconheceu que o transporte coletivo, um dos pontos reclamados nos protestos, necessita de melhoria. Ele afirmou ainda que o governo deve estar atento à questão da Copa do Mundo, já que muitos manifestantes defendem que o dinheiro usado para o torneio deveria ser investido em outras áreas do país.

“Na questão da mobilidade urbana nós realmente temos problema. A frota de ônibus de São Paulo é mais ou menos a mesma de 7, 8 anos atrás, com número muito maior de passageiros. Temos um problema grave no transporte aqui em Brasília. A questão da Copa. Nós temos que estar atentos. Os jovens me jogavam na cara ontem: ‘O Mané garrincha fica a 2km do Hran, um hospital aqui em Brasília. No Mané vocês gastaram R$ 1 bilhão e o Hran está cheio de problema.’ ”

Para o ministro, quem “se fechar” para o movimento dos protestos e para as reivindicações que estão sendo feitas vai andar na “contramão da História”.

“Então se a gente não for sensível, se a gente se fechar a esse tipo de reivindiciação, nós vamos na contramão da História. Temos que estar sensíveis, temos que acompanhar,  tentar entender e abrir canais de conversa, mesmo que mais complexos, mais difíceis, porque, insisto, são múltilplas expressões.”

Fonte: G1, em Brasília