EX-SENADORA NÃO QUIS CONFIRMAR APOIO AO CANDIDATO TUCANO, MAS SINALIZA QUE DISCUTIRÁ MOVIMENTAR-SE DE FORMA ‘COERENTE’ COM SEU PROGRAMA DE GOVERNO.
Em seus discursos pós-votação neste domingo, os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva fizeram um primeiro gesto na direção um do outro. Aécio disse que todos que puderem contribuir com seu projeto “serão muito bem-vindos”. “Tenho enorme respeito pessoal pela ex-ministra e senadora Marina Silva”, afirmou o presidenciável, que terminou o primeiro turno com 33% dos votos. Já Marina, em evento na capital paulista na noite deste domingo, lançou mão do ‘marinês’ para sinalizar que um apoio é possível, mas apenas se houver “coerência” com seu programa de governo. “Nossos partidos vão tomar uma decisão. Mas temos de ser coerentes com o sentimento de uma mudança qualificada. A sociedade brasileira está dizendo que não quer o que está ai”, afirmou a ex-senadora, sugerindo que seu apoio terá um preço. “Vamos nos manter fiéis ao nosso programa”, afirmou a senadora.
PRÓS
Emissários tucanos já se movimentam para abordar lideranças da Rede e do PSB.
O economista Eduardo Giannetti, um dos principais conselheiros de Marina, já declarou apoio a Aécio.
Outro “marineiro” que pode ajudar a costurar um entendimento com o PSDB é o deputado federal Walter Feldman, ex-tucano.
No PSB, a viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, pode dar testemunho da amizade entre seu marido e Aécio, e abrir um palanque para o PSDB em Pernambuco
CONTRAS
Presidente interino do PSB (e amigo de longa data do ex-presidente Lula), o pernambucano Roberto Amaral preferiu não se manifestar sobre os rumos do partido no segundo turno, mas deixou claro que as discussões começam imediatamente. “As pressões podem vir, mas quem vai decidir pelo PSB é o PSB, a partir de uma consulta que eu começo amanhã”, disse
ACENO A AÉCIO
Em sua coletiva à imprensa em Belo Horizonte, uma das primeiras frases proferidas pelo presidenciável tucano foi em homenagem a Eduardo Campos. Para o tucano, seu desempenho eleitoral na casa dos 33% revelou “números muito acima das melhores expectativas”. E ele emendou: “É hora de unirmos as forças. A minha candidatura não é mais a candidatura de um partido político ou de um conjunto de alianças. É o sentimento mais puro de todos os brasileiros que ainda têm a capacidade de se indignar, mas principalmente a capacidade de sonhar. Vamos acreditar que é possível, como sempre acreditei, dar ao Brasil um governo que una decência e eficiência.” Sonhático. Ou quase.
Fonte: Veja – Talita Fernandes