“Um dedo de Prosa”: O peso da dolorosa CRUZ – Semana Santa

imagesA Igreja celebra ao final desse tempo quaresmal um dos períodos mais marcantes da trajetória de Jesus aqui na terra, diríamos que o seu maior sacrifício feito por nós, entregando sua vida em sufrágio de nossas almas. A Cruz que era símbolo de morte para quem afligia as leis da época, após a morte e ressurreição de Cristo passou a ser um símbolo de reflexão! Sim, isso mesmo! A cruz não significa somente morte, mas a certeza de que estamos isentos da condenação eterna, que estamos certos de haver um Deus que abriu espaço para que possamos chegar até Ele.

Em uma visão abrangente sobre esse período celebrado pela igreja, diria que é um momento crucial de reflexão sobre a nossa própria Cruz! Cada um de nós sabe o peso que carregamos diariamente, os “leões” que precisamos matar para poder sobreviver; precisamos fazer um exame de consciência diário, que nos justifique ao final do dia como pecador, mas um pecador digno de arrependimento e perdão (o arrependimento NATO, o perdão vindo de Deus).

Que nesta sexta – feira da paixão de nosso senhor Jesus seus olhos estejam voltados para a Cruz do Calvário, sua vida interior; e que ao final do dia você possa deixar resplandecer a luz da ressureição que só Jesus pode trazer até nós!

Reflita, Comungue desse pão de fé, seja LUZ!

Diego Bezerra – Um dedo de prosa

jkbezerra22@gmail.com

O PT IMPEDE A RENÚNCIA DE MARCO FELICIANO PORQUE NÃO ABRE MÃO DE SEUS CRIMINOSOS NA CCJ

Se a imprensa, boa parte dela ao menos, que cobre o caso Marco Feliciano (PSC-SP) estivesse empenhada em reportar os fatos aos que estão do outro lado da tela, em vez de tentar convertê-los ao progressismo, só um título — ou variantes com tal conteúdo — seria possível para deixar claro o que se deu nesta terça na reunião de líderes com o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara: é o que está aí no alto. Sim, foi isto mesmo: o PT impediu a renúncia de Feliciano à presidência da comissão. Ou, se quiserem, o PT mantém Feliciano.

Por quê? O deputado aceitou renunciar à presidência da comissão. Ele só impôs uma condição: que os petistas José Genoino e João Paulo Cunha renunciassem à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). É claro que acho uma boa proposta, até porque ela surgiu primeiro neste blog. E olhem, observei então e observo agora, que Feliciano não é oficialmente um criminoso; os outros dois são.  O que é um criminoso? O Houaiss explica: “que ou aquele que infringiu por ação ou omissão o código penal, cometendo crime; delinquente, réu”.

Vamos ver como a imprensa vai noticiar a coisa. Nos sites dos grandes jornais, já vi que a informação foi parar no pé. As TVs, pelo cheiro da brilhantina, tendem a omitir a condição que ele impôs, rejeitada pelo PT. Assim, os nobres coleguinhas vão esconder dos telespectadores pela segunda vez que os petistas são os responsáveis pela manutenção de Feliciano na comissão:

a) quando a recusaram para pegar postos mais importantes, deixando-a para O PSC;
b) quando recusaram a renúncia de dois deputados criminosos.

E por que vão esconder? Ah, porque não é “progressista”. Como estão em campanha em favor do casamento gay — e podem estar, tudo certo! —, todas as notícias passarão por esse filtro. Eu sempre defendi que os veículos de comunicação tenham agenda. Só os tiranos querem impedir que tenham. Mas distorcer os fatos não é parte do jogo.

Proposta excelente
A proposta de Feliciano era excelente porque se aumentava a moralidade média da CCJ, ainda que muito pudesse ser feito por ali. Notem que Feliciano não exigiu, por exemplo, a renúncia de José Guimarães (PT-CE), irmão de Genoino, líder do PT na Câmara e chefe daquele pobre coitado encontrado com a cueca recheada de reais e dólares. Até os semoventes sabem que o dinheiro não era dele. O sujeito mal falava; tartamudeava. E olhem que Feliciano não pediu a renúncia de Ricardo Berzoini (PT), presidente do PT quando estourou o caso dos aloprados. Que ele conhecesse parte da operação ao menos, isso está comprovado pelos fatos. E olhem que Feliciano não pediu, atenção!, a renúncia de Paulo Maluf (PP-SP). Sim, ele mesmo: Maluf, acreditem, é titular de uma comissão chamada de “Constituição e Justiça”.

Que eu saiba, só mesmo os líderes do PT, PSOL, PDT, PCdoB e PPS insistiram na renúncia. Os demais acabaram concordando com a permanência.  O PSDB nem mesmo participou da reunião porque considerou que não havia dispositivo regimental que a justificasse. E não há mesmo. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara — imaginem se Feliciano tivesse proposto a renúncia de todo mundo que está enrolado com a Justiça… — cobrou que as reuniões da comissão voltem a ser abertas. Voltarão. Quero saber se o homem que responde pela segurança dos trabalhos na Casa Legislativa garantirá também as condições necessárias para a sua realização.

Se não garantir, Feliciano pode recorrer ao Artigo 272 do Regimento Interno e fechar de novo. E o artigo diz o seguinte:
Art. 272. Será permitido a qualquer pessoa, convenientemente trajada e portando crachá de identificação, ingressar e permanecer no edifício principal da Câmara e seus anexos durante o expediente e assistir das galerias às sessões do Plenário e às reuniões das Comissões.
Parágrafo único. Os espectadores ou visitantes que se comportarem de forma inconveniente, a juízo do Presidente da Câmara ou de Comissão, bem como qualquer pessoa que perturbar a ordem em recinto da Casa, serão compelidos a sair, imediatamente, dos edifícios da Câmara.

Para encerrar
Feliciano, certamente, não representa um monte de gente. Também diz tolices e inconveniências sobre a morte de Jesus Cristo. Ooops, errei, ele falou besteira sobre a morte daquele outro mais famoso, né?, o tal John Lennon, acho… Mas representa outros tantos, como se vê na foto abaixo, de André Borges, da Folhapress. Aqueles dois que estão ali não devem ter entendido, inclusive, que o deputado seja racista.

Aos inconformados, inclusive os do jornalismo, coma liberdade de expressão, resta-me repetir a fala do economista Walter Williams:

“É fácil defender a liberdade de expressão quando as pessoas estão dizendo coisas que julgamos positivas e sensatas, mas nosso compromisso com a liberdade de expressão só é realmente posto à prova quando diante de pessoas que dizem coisas que consideramos absolutamente repulsivas”.

Por Reinaldo Azevedo

FELICIANO DIZ QUE NÃO RENUNCIA, MÁS QUE REABRIRÁ SESSÕES DE COMISSÃO

Deputado foi a reunião de líderes, que pediram a ele que renunciasse.
Feliciano aceitou reabrir sessões da Comissão de Direitos Humanos.

O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) disse nesta terça (9), após participar da reunião de líderes partidários na Câmara, que não renunciará à presidência da Comissão de Direitos Humanos, mas reabrirá para o público as sessões do órgão.

Os líderes convidaram Feliciano para a reunião a fim de tentar convencê-lo a renunciar à presidência da comissão, em razão das manifestações de protesto pelo país, motivadas por declarações do deputado consideradas homofóbicas e racistas.

Feliciano aceitou somente reabrir para o público as sessões da comissão, fechadas após aprovação de requerimento de autoria do próprio deputado. O argumento usado para restringir o acesso às reuniões tinham sido os tumultos provocados pela presença nas sessões de manifestantes pró e contra o deputado.

“Amanhã [quarta], nós vamos reabrir a sessão. Sessão aberta. Se houver manifestação, vamos ao artigo 272 do regimento”, afirmou Feliciano. O artigo citado pelo deputado diz que cabe ao presidente de comissão zelar pela “ordem” das reuniões do colegiado.

Indagado sobre a decisão de não renunciar, o parlamentar do PSC afirmou: “Eu fico. Eu fui eleito democraticamente. Me dêem uma chance de trabalhar.”

De acordo com o blog do jornalista Gerson Camarotti, na reunião, Feliciano reagiu ao apelo dos líderes dizendo que só renunciaria se os deputados João Paulo Cinha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), condenados pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão, também renunciassem aos postos que ocupam na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

Feliciano afirmou que tem tentado viver “um dia de cada vez” e que perdeu muito peso desde que assumiu o posto de presidente da Comissão de Direitos Humanos.

“Eu estou tentando viver. Cada dia é um dia. Estou com seis quilos a menos. Olha como eu estou. Quero uma chance de trabalhar”, disse.

A reunião
Na abertura da reunião na presidência da Câmara, o líder do PSC, André Moura (SE), sugeriu que as lideranças da Casa falassem primeiro.

Feliciano ouviu em silêncio apelos para que renunciasse e discursos de apoio. Quando os líderes encerraram as falas, ele disse que não sairia.

Os líderes de PSB, PC do B, PSOL, PDT e PPS foram os mais enfáticos nas críticas a Feliciano. Dos grandes partidos, apenas os líderes de PMDB, Eduardo Cunha (RJ), e PSD, Eduardo Sciarra (PR), minimizaram as manifestações de protesto e disseram que, regimentalmente, o deputado tem o direito de permanecer à frente da comissão.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), advertiu Feliciano, segundo relatos dos líderes, que era antirregimental a decisão de limitar o acesso do público às sessões da comissão.

O líder do PSOL, Ivan Valente (SP), relatou que, diante das cobranças, Feliciano pediu que os colegas de Legislativo tivessem “misericórdia” com ele. Ainda de acordo com Valente, o deputado, que é pastor, se disse “perseguido” em razão de suas posições religiosas e que prometia, daquele momento em diante, não protagonizar mais nenhum episódio polêmico.

Nathalia Passarinho e Fabiano Costa

Do G1, em Brasília

EVANGÉLICOS REAGEM POR FELICIANO PEDINDO AFASTAMENTO DE GENOÍNO E JOÃO PAULO CUNHA

O PSC decidiu transformar o conflito em torno da presidência da Comissão dos Direitos Humanos na Câmara numa espécie de “guerra santa”. Percebendo o constrangimento das lideranças partidárias em destituir do cargo aquele que elegeram – o pastor Marco Feliciano (SP) -, o partido partiu para o enfrentamento.

Após uma reunião de mais de três horas, terminada há pouco, com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), os líderes partidários não encontraram uma solução para o impasse envolvendo a presidência da Comissão de Direitos Humanos.

Depois de uma nota oficial da Executiva Nacional, à tarde, apoiando a permanência do Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) no comando do colegiado, parlamentares evangélicos, também de outras legendas, resolveram cobrar o afastamento da Comissão de Constituição e Justiça dos deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoíno (PT-SP), condenados no processo do mensalão.

– Se é para afastar o Feliciano, então tem que tirar o José Genoíno e o João Paulo Cunha da Comissão de Constituição e Justiça, cobrou o deputado João Campos (PSDB-GO), coordenador da bancada evangélica, dizendo falar em nome de mais de 200 deputados.

O pastor Eurico, do PSB pernambucano sugeriu uma manifestação dos evangélicos na próxima semana e repetiu o tucano João Campos, cobrando providências contra todos os parlamentares réus de alguma fortma e que mantém cargos no Congresso.

– Qual tribunal julgou o Feliciano? Isto é um linchamento público. E essas pessoas que foram efetivamente julgadas e condenadas, que estão aí e ninguém toma providência? , cobrou o deputado Pastor Eurico, do PSB de Pernambuco. Ele ainda provocou os deputados que lideram o movimento na Câmara pelo afastamento de Feliciano do cargo. “E que amor é esse agora do Psol com o PT? Eles sempre bateram de frente!”, questionou.

A permanência do Pastor Feliciano no cargo também desafia a liderança política do presidente da Câmara, Henrique Alves, que na semana passada deu declarações contundentes defendendo o seu afastamento. “A situação ficou insustentável”, declarou Alves, marcando prazo até hoje, terça-feira, para que o conflito tivesse uma solução.

O problema é que o desfecho do impasse está cada vez mais distante. A única decisão tomada na reunião de hoje foi o agendamento de nova reunião para a próxima semana. Alves convocou um encontro para a próxima terça-feira (2/4), com a presença de Marco Feliciano e todos os líderes partidários. Caso não haja solução para afastar Feliciano do cargo, a ideia é tentar dividir a derrota política com outras lideranças partidárias.

Os líderes discutiram uma saída regimental, mas que se revelou arriscada. Bastaria esvaziar a comissão de Direitos Humanos, trocando os indicados por outros nomes, que não fossem apoiadores de Feliciano. Mas como a maioria da comissão é de evangélicos, a proposta caiu no vazio.

Fonte: João Bosco – Estadão

‘A SOCIEDADE ESPERA E EXIGE A INVESTIGAÇÃO DE TODA SUSPEITA DE CORRUPÇÃO’, DIZ CNBB


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), órgão máximo da Igreja Católica no país, divulgou nesta sexta-feira (22) uma nota oficial para cobrar a punição dos corruptos brasileiros. A entidade religiosa escreve no texto que a proliferação da falta de ética na política e na administração pública “chega mesmo a colocar em xeque a credibilidade das instituições, que têm o dever constitucional de combater a corrupção e estancar a impunidade”. Em conversa com os jornalistas, o presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis, fez referência a dois temas relacionados: a CPI do Cachoeira e o julgamento do mensalão. Sobre a CPI, disse: “Esperamos que dê em alguma coisa. O Congresso Nacional deve representar nossa sociedade. Isso é fundamental para que o trabalho dos deputados e senadores não termine em pizza”. Sobre a ação penal do mensalão, com julgamento marcado para começar em agosto, declarou: “Se a Justiça não cumpre sua missão, isso servirá de estímulo para outros crimes”. Para a CNBB, esses fatos políticos e administrativos, que contrariam a ética pública e o bem comum, têm sido fartamente divulgados pela imprensa e provoca uma reação de indignação e perplexidade na sociedade brasileira. (BN) 

Fonte: Blog do Zeca

BISPO ASSUME RELACIONAMENTO COM MULHER E RENUNCIA

– Publicado por Robson Pires

Após ser flagrado tomando banho de mar com uma mulher em praia do México, o bispo argentino Fernando Bargalló apresentou renúncia de seu cargo frente a diocese de Merlo-Moreno, na Argentina. Depois de pedir desculpas pelo que classificou de “imagens ambíguas” e dizer tratar-se de uma “amiga de infância”, Bargalló confirmou o relacionamento com a mulher. Além disso, ele irá renunciar frente a Nunciatura Apostólica (equivalente à embaixada do Vaticano no país). 
Antes, o então titular da diocese de Merlo-Moreno e presidente da Cáritas América Latina, de 57 anos, disse desconhecer as fotos, divulgadas pela emissora América 24. Com a repercussão do caso, no entanto, divulgou um comunicado e pediu desculpas pelas “más interpretações” que as imagens possam suscitar.

As fotos foram registradas no México no início de 2011 e mostra María de las Victoria Martínez, empresária de gastronomia.

BISPO É FLAGRADO AGARRADINHO COM MULHER TOMANDO BANHO DE MAR

– Publicado por Robson Pires


O Vaticano estuda nesta quarta-feira se vai punir ou forçar a renúncia de Fernando María Bargalló, bispo da Diocese de Marlo-Moreno, em Buenos Aires, e presidente da Cáritas na América Latina e Caribe. Bargalló foi fotografado abraçado com uma mulher em um resort de luxo na costa mexicana. Os dois teriam um romance há meses.
Bargalló, de 59 anos, garante que a mulher é apenas uma amiga de infância. A Santa Sé já foi avisada das imagens do bispo. Segundo fontes eclesiásticas citadas pela agência argentina Diários y Notícias, Bargalló pode ser destituído do cargo imediatamente. Outras pessoas próximas ao caso, no entanto, dizem que o bispo já tinha apresentado sua demissão antecipada “para evitar um escândalo ainda maior”.
As imagens, que mostram o bispo junto com uma mulher na praia de Puerto Vallarta, no México, teriam sido tiradas em janeiro do ano passado. A mulher nas fotos seria uma empresária do ramo da gastronomia, dona de restaurantes em Buenos Aires.
A divulgação das imagens causou revolta entre membros da Igreja e políticos, sobretudo porque Bargalló, que também chefia a Cáritas na Argentina, contestou várias vezes o governo de Buenos Aires por políticas sociais e mais atenção aos setores mais pobres do país. Muitos se perguntam quem pagou o custo das férias em um resort de luxo. Além disso, a polêmica reacende a discussão sobre o celibato sacerdotal.

SACRIFÍCIOS DE CRIANÇAS EM RITUAIS DE MAGIA NA ÁFRICA É MAIOR DO QUE SE IMAGINAVA.

Uma investigação da BBC revelou que rituais envolvendo o sacrifício de crianças em Uganda são muito mais frequentes do que se imaginava e, segundo autoridades do país, estariam aumentando.
Um curandeiro levou a equipe de jornalistas ao seu altar secreto e disse que tinha clientes que regularmente capturavam crianças e traziam seu sangue e órgãos para serem oferecidos aos espíritos.
 

Também falando à BBC, um ex-curandeiro que hoje faz campanha para o fim dos sacrifícios confessou, pela primeira vez, que matou 70 crianças, incluindo o próprio filho.

O governo de Uganda disse que a prática de sacrifícios humanos está aumentando no país.
 
Segundo o chefe da Força-Tarefa Contra o Tráfico e Sacrifício de Humanos, Moses Binoga, os crimes estão diretamente vinculados a um maior desenvolvimento e prosperidade e a uma crença cada vez maior de que a feitiçaria pode ajudar a pessoa a enriquecer rápido.
 
Depoimento.

Segundo um curandeiro envolvido na prática, os clientes vão até ele em busca de dinheiro.
 
“Eles capturam filhos de outras pessoas e depois trazem sangue e órgãos direto para cá para oferecer aos espíritos”, disse o homem à BBC.
 
“Eles trazem (as oferendas) em latas pequenas e as colocam sob a árvore de onde vêm as vozes dos espíritos”.
 
Quando indagado com que frequência o sangue e os órgãos eram trazidos, o feiticeiro respondeu: “Em média três vezes por semana”.
 
No altar, a reportagem da BBC viu um jarro com sangue e o que parecia ser um fígado de tamanho grande. Não foi possível determinar se se tratava ou não de material humano.
 
Durante as investigações, o altar deste curandeiro, situado na região norte de Uganda, foi queimado por militantes que fazem campanha contra os sacrifícios humanos.
 
O homem negou estar envolvido em ou ter incitado assassinatos, dizendo que os espíritos falam diretamente aos clientes.
 
Ele disse que recebe cerca de US$ 260 por consulta mas acrescentou que a maioria do dinheiro vai para seu “chefe”.
 
O diretor da organização criada para combater os sacrifícios humanos, comissário-assistente Moses Binoga, da polícia de Uganda, disse conhecer o chefe mencionado pelo curandeiro.
 
Segundo o comissário, o homem estaria envolvido em cinco ou seis cartéis de proteção a curandeiros operando no país.
 
Binoga disse que em 2009 a polícia abriu 26 inquéritos sobre assassinatos onde havia sinais de sacrifícios rituais, em comparação com apenas três casos desse tipo em 2007.
 
“Também temos cerca de 120 crianças e adultos desaparecidos cujo destino ainda não foi estabelecido. Não podemos excluir a possibilidade de que tenham sido vítimas dos rituais de feitiçaria”.
 
Entidades de campanha pela proteção de crianças dizem, no entanto, que o número é muito maior, já que alguns desaparecimentos não são comunicados à polícia.
 
Militância
 
O ex-curandeiro e hoje militante pelo fim dos sacrifícios humanos Polino Angela disse que conseguiu persuadir 2.500 pessoas a abandonar a prática desde que ele próprio deixou a atividade, em 1990.
 
Angela disse que foi iniciado em uma cerimônia no país vizinho Quênia. Na ocasião, um menino de 13 anos foi sacrificado.
 
“A criança foi cortada no pescoço com uma faca, depois, todo o comprimento, desde o pescoço até embaixo, foi aberto e a parte aberta foi colocada sobre mim”, disse o ex-curandeiro.
 
Ao retornar a Uganda, o feiticeiro foi ordenado a matar seu próprio filho.
 
“Enganei minha esposa, me certifiquei de que todos tinham saído e de que estava à sós com meu filho. Uma vez que ele estava de bruços no chão, usei uma faca grande como uma guilhotina”.
 
Hoje, Angela acredita estar se redimindo do que fez.
 
“Estive em todas as igrejas e sou conhecido como um guerreiro na luta para pôr fim à feitiçaria que envolve o sacrifício humano, acho que isso me ‘compensa’ e me exonera”, disse Angela.
 
O ministro da Ética e Integridade do país, James Nsaba Buturo, disse que “punir retrospectivamente causaria problemas… se pudermos persuadir os ugandenses a mudar, acho muito melhor do que voltar ao passado”.
 
Entidades de proteção à criança vêm tentando chamar a atenção para casos recentes de sacrifícios rituais e pedem que novas leis sejam criadas para regulamentar as atividades dos curandeiros.


Sobrevivente


Em um processo contra um suposto feiticeiro que deve ser julgado neste ano em Uganda, a polícia contará com o depoimento de um menino que sobreviveu ao sacrifício.
 
Mukisa tem três anos de idade e quase morreu após seu pênis ter sido decepado.
 
Ele sobreviveu graças à ação rápida dos cirurgiões e mais tarde disse à polícia que tinha sido mutilado por um vizinho que, segundo relatos, possui um altar de sacrifícios.
 
Falando à BBC, a mãe de Mukisa disse: “Toda vez que olho para ele, me pergunto como será seu futuro, um homem sem um pênis, e como ele será visto na comunidade”.