Ao propagar um anúncio em que afirma “para quê cotas se você pode estudar”, o Colégio e Curso CDF revela toda carga revanchista dos cursinhos brasileiros contra um dos mais importantes instrumentos de democratização do acesso ao ensino superior conquistado pela sociedade brasileira no último período.
Dados obtidos por meio de estudos em universidades que adotaram as cotas, tais como Uneb, UnB, UFBA e UERJ demonstraram que não há diferenças consideráveis entre o desempenho de acadêmicos cotistas e não cotistas, concluindo-se que tal elemento é semelhante entre ambos.
O reflexo que as cotas possuem na construção de uma universidade plural e mais democrática já é reconhecido por mais da metade dos reitores e reitoras das universidades federais, que é favorável às cotas, segundo a ANDIFES. Também o Ibope, em pesquisa recente, revelou que 2 em cada 3 brasileiros e brasileiros apoiam essa medida. Representam um total de 62% dos entrevistados.
A União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES) se soma à indignação de milhares de estudantes graduandos e graduados através das cotas no RN, onde tal medida já é adotada desde o início da última década como resultado da nossa luta. Repudiamos as declarações mentirosas da propaganda que mascaram um dado real: a de que a ampliação do acesso e a popularização da universidade diminuem o poder dos cursinhos, que emergiram em um período de exclusão de amplas parcelas sociais diante um ensino superior elitizado e mediado por um vestibular que não detinha capacidade de julgar quem deveria ou não ingressar na universidade.
Todo apoio à reserva de vagas. Reduzir a exclusão da universidade brasileira é investir num país moderno e democrático. Essa luta nos une.
Fonte: Ramom Alves