POPULAÇÃO DE RUA CRESCE QUASE 10 VEZES DESDE 2013 NO BRASIL

Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou um aumento impressionante de 935,31% na população em situação de rua no Brasil nos últimos dez anos.

Os dados foram coletados a partir do Cadastro Único do governo federal e apontam um salto de 21.934 pessoas em 2013 para 227.087 até agosto de 2023.

Dentre as principais causas desse preocupante fenômeno, destacam-se a exclusão econômica, que abrange questões como insegurança alimentar, desemprego e déficit habitacional; a ruptura de vínculos familiares; e problemas relacionados à saúde mental.

O estudo conduzido por Marco Antônio Carvalho Natalino, especialista em políticas públicas e gestão governamental, em exercício na diretoria de estudos e políticas sociais do Ipea, revelou que 47,3% das pessoas em situação de rua mencionaram problemas familiares ou com companheiros como motivo para sair de casa. O desemprego foi citado por 40,5% dos entrevistados, enquanto o alcoolismo e o abuso de outras drogas foram mencionados por 30,4%. A perda de moradia foi apontada por 26,1%.

Segundo Natalino, quanto mais tempo uma pessoa passa nas ruas, maior é a probabilidade de problemas familiares e com companheiros serem os principais motivos que a levaram à situação de rua. Da mesma forma, os problemas de saúde, principalmente o uso abusivo de álcool e outras drogas, tornam-se mais intensos com o passar do tempo. Já as razões econômicas, como o desemprego, estão associadas a períodos mais curtos de vida nas ruas.

Outro dado relevante revelado pela análise é que 60% das pessoas em situação de rua não vivem na cidade em que nasceram, porém, 70% delas permanecem no mesmo estado de nascimento. Além disso, o levantamento mostra que, de forma geral, o movimento ocorre das periferias em direção aos centros metropolitanos.

Do total de pessoas em situação de rua no Brasil, 4,7% são estrangeiros, totalizando 10.586 indivíduos. A maioria desses estrangeiros vem de países vizinhos, sendo que 30% são provenientes apenas da Venezuela. Outros 32% são de Angola.

Em relação à composição racial, o estudo revela que 69% das pessoas em situação de rua são negras, sendo 51% pardas e 18% pretas.

A idade média das pessoas que vivem nas ruas é de 41 anos. Os jovens entre 18 e 29 anos representam 15% do total da população em situação de rua, enquanto aqueles com idade entre 50 e 64 anos correspondem a 22%. As crianças e adolescentes somam 2,5%, enquanto os idosos representam 3,4%.

É importante ressaltar que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em julho deste ano, que estados e municípios devem seguir as diretrizes da Política Nacional para a População em Situação de Rua. Essa medida visa garantir assistência e proteção adequadas a essa parcela vulnerável da sociedade, buscando soluções efetivas para enfrentar esse desafio social.

O Antagonista

50 GESTORES DO RN PARTICIPAM DA MOBILIZAÇÃO MUNICIPALISTA EM BRASÍLIA

Nesta terça-feira, 3 de outubro, Brasília torna-se o centro das discussões sobre os desafios enfrentados pelos municípios do Brasil. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) reúne mais de 2,5 mil gestores municipais, incluindo 50 prefeitos e prefeitas do Rio Grande do Norte, na Mobilização Municipalista.

O principal objetivo dessas agendas é denunciar a crise financeira que afeta os municípios e buscar soluções efetivas para essa realidade.

A programação do dia 3 de outubro é intensa e repleta de encontros estratégicos:

10h – Abertura da Mobilização “Municípios sem estrutura, população desassistida”
Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães

15h – Audiência com a Controladoria-Geral da União (CGU)
Local: Gabinete do ministro da CGU

16h – Concentração no Salão Verde, seguida de caminhada em direção ao TCU

17h30 – Audiência no Tribunal de Contas da União (TCU)

Local: Auditório do TCU

O evento de abertura da Mobilização Municipalista reúne um expressivo número de prefeitos, ultrapassando 2,5 mil participantes. Essa mobilização, que se estende até amanhã, aborda uma ampla gama de questões cruciais enfrentadas pelos municípios brasileiros e envolve reuniões com representantes dos Poderes Executivo e Legislativo, bem como órgãos de controle.

“Esse auditório tem quase três mil prefeitos, e isso mostra que essa mobilização tem força, e nossa luta vai levar melhorias para os cidadãos que estão lá em nossos Municípios”, disse o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, durante a abertura da Mobilização Municipalista.

Nesse contexto, os gestores municipais têm a oportunidade de se unir, compartilhar experiências e buscar soluções concretas para os desafios financeiros que afetam diretamente a qualidade de vida das populações locais.

A presença dos 50 prefeitos e prefeitas do Rio Grande do Norte demonstra o engajamento ativo do estado nesse movimento nacional em prol do fortalecimento dos municípios brasileiros.

Clique aqui para baixar o documento com todas as pautas discutidas durante o evento.

BRASIL REGISTRA ABERTURA DE 2,7 MI DE EMPRESAS NO ANO; SALDO É DE 1,2 MILHÃO

O Brasil registrou a abertura de 2,7 milhões de novas empresas de janeiro a agosto deste ano. Com esse dado, o saldo de criação de firmas é positivo em 1,2 milhão, em razão do fechamento de 1,4 milhão de empresas nos primeiros oito meses de 2023.

Os dados são do Mapa de Empresas, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em parceria com o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados).

Segundo a pasta, com o número de janeiro a agosto, são no total 21,8 milhões de empresas ativas em todo o território nacional. Destas, 93,7% são de microempresas ou empresas de pequeno porte.

Em nota sobre os dados, o ministério informou que o Maranhão foi o estado que registrou o maior aumento proporcional no número de novas empresas, de 7,7% em relação ao primeiro quadrimestre, enquanto a Paraíba teve a maior queda proporcional.

De acordo com a pasta, apenas no segundo quadrimestre do ano foram abertas 1,38 milhão de novas empresas e fechados 738,1 mil negócios, um saldo positivo de 644,5 mil empresas abertas nos últimos quatro meses.

CONAB ESTIMA SAFRA RECORDE DE 317,6 MILHÕES DE TONELADAS EM 2023

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou, nesta quinta-feira 13, em Brasília, que a previsão da safra brasileira de grãos 2022/23 será a maior já produzida no país: 317,6 milhões de toneladas.

O volume representa crescimento de 16,5% ou 44,9 milhões de toneladas acima da safra 2021/22. Os dados constam do 10º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023.

O desempenho decorre, principalmente, das lavouras de milho segunda safra e do crescimento da área semeada de trigo e representa um resultado 0,6% superior ao divulgado em junho último. A Conab disse, também, que o resultado favorável foi possível em razão das boas condições climáticas.

“É com muita alegria por poder passar para o nosso país os números tão expressivos e positivos da previsão de safra 2022/20223. A previsão que divulgamos agora não só consolida números tão positivos de uma safra recorde que o nosso país terá, mas também está prevendo mais um aumento”, disse o presidente da Conab, Edegar Pretto.

“A agricultura brasileira vem demonstrando sua força e potencial para alcançar números cada vez mais elevados, com investimentos constantes que permitem aumentos de produtividade”, acrescentou.

Colheita

Segundo boletim divulgado pela companhia, no fim de junho, as culturas de primeira safra – com exceção do milho – tinham a colheita encerrada. As de segunda safra já estão em processo inicial de colheita, com os estágios de enchimento de grãos e maturação.

As de terceira safra, juntamente com as culturas de inverno, encontram-se em fase final de plantio para início de colheita. O volume final da colheita vai depender do comportamento climático.

Para o milho, a previsão é que a safra fique em 127,8 milhões de toneladas, incluindo as três safras. O aumento é de 12,9% ou 14,6 milhões de toneladas acima da cultivada em 2021/22.

O levantamento mostra, ainda, que a soja – o principal produto cultivado no país – deverá atingir uma produção recorde, estimada em 154,6 milhões de toneladas, o que representa expansão de 23,1% ou 29 milhões de toneladas acima da ocorrida no ciclo passado.

“Outras culturas – algodão, feijão e sorgo – seguiram o movimento de alta e apresentaram percentuais de aumento na produção. Já o arroz e alguns cultivos de inverno – aveia, centeio e trigo – apontam para redução no volume produzido em comparação com a safra anterior”, informou a Conab.

Expansão

O levantamento aponta ainda uma estimativa de área plantada de 78,2 milhões de hectares, o que representa expansão de 4,9% com mais 3,7 milhões de hectares somados à semeada em 2021/22. Os maiores incrementos são observados na soja, com 2,6 milhões de hectares (6,2%), no milho, com 576 mil hectares (2,7%), e no trigo, com 343,4 mil hectares (11,1%).

A estimativa é que o aumento da produção brasileira deve elevar o volume de exportações de milho em 2023 em razão da maior demanda internacional. A projeção é que 48 milhões de toneladas do cereal sairão do país. Para o estoque interno também há previsão de aumento de 27,6% ao fim deste ano safra, chegando a 10,3 milhões de toneladas.

Com relação à soja, o boletim aponta que as exportações continuam estimadas em 95,64 milhões de toneladas, uma alta percentual de 21,5% comparada à safra anterior.

“Neste levantamento, a Conab ajustou os números de esmagamentos da oleaginosa, de 52,29 milhões de toneladas para 52,82 milhões de toneladas, em decorrência do aumento na produção de biodiesel. Assim, os estoques finais antes estimados em 7,51 milhões de toneladas, passaram para 7,43 milhões de toneladas”, finalizou a companhia.

REDUÇÃO NO PREÇO DA GASOLINA PARA AS DISTRIBUIDORAS COMEÇA A VALER NESTA SEXTA (16)

Começa a valer nesta sexta-feira (16) a redução do preço do litro da gasolina em R$ 0,13 para as distribuidoras. O anúncio foi feito pela Petrobras na quinta-feira (15).

Com a redução, o valor passa a ser de R$ 2,66 por litro. Em termos proporcionais, a redução é de 4,7%.

Essa é a segunda vez que a Petrobras anuncia corte no preço de combustível em 30 dias. Há um mês, em 16 de maio, a estatal havia anunciado redução de R$ 0,44 por litro.

Segundo a Petrobras, considerando os preços levantados semanalmente pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio ao consumidor final deve cair para R$ 5,33 por litro.

CNN Brasil

TROCA DA PARABÓLICA TRADICIONAL NO RN DEVE ACONTECER PARA EVITAR CORTE DO FUNCIONAMENTO COM CHEGADA DO 5G

Atenção para quem usa parabólica tradicional para assistir à TV. Com a chegada do 5G será necessário substituí-la pela nova parabólica digital, pois em breve as parabólicas tradicionais deixarão de funcionar.  Quem não fizer a substituição pode enfrentar interferência na imagem, como chuvisco e chiados, e até mesmo a perda de sinal de TV. No Rio Grande do Norte, famílias de baixa renda de 33 cidades podem solicitar a substituição gratuita do equipamento.

A instalação da nova parabólica digital é feita pela Siga Antenado, entidade criada por determinação da Anatel. A troca é gratuita para famílias de baixa renda, inscritas em algum programa social do governo federal, e que têm a parabólica tradicional em pleno funcionamento na residência. No Estado, aproximadamente 85 mil podem ser beneficiadas. Para verificar se tem direito ao kit gratuito, a população deve acessar o site sigaantenado.com.br ou ligar gratuitamente para 0800 729 2404 com o CPF ou NIS em mãos. 

A nova parabólica digital tem muitas vantagens. A Siga Antenado listou dez motivos para a fazer a substituição para o modelo digital o quanto antes. Confira:

1.Troca gratuita para famílias de menor renda inscritas em programas sociais do Governo Federal

2. Mais Tecnologia

3. Melhor qualidade no som e imagem

4. Novos canais.

5. Sinal gratuito.

6. Canais sintonizados automaticamente.

7. Canais regionais disponíveis.

8. Padronização da numeração e nomes dos canais

9. Fim dos chuviscos

10. Antena de tamanho menor.

DEZ MOTIVOS PARA TROCAR SUA PARABÓLICA TRADICIONAL PELO MODELO DIGITAL

No Rio Grande do Norte, famílias de baixa renda de 33 cidades podem solicitar a substituição gratuita do equipamento

Quem usa parabólica tradicional para assistir à TV já deve ter ouvido falar sobre a necessidade de substituí-la pela nova parabólica digital. Mas você sabe por que é importante realizar a troca dos equipamentos? A instalação da antena mais moderna é necessária porque, em breve, as parabólicas tradicionais deixarão de funcionar. Quem não fizer a substituição pode enfrentar interferência na imagem, como chuvisco e chiados, e até mesmo a perda de sinal de TV.

A nova parabólica digital tem muitas vantagens. A Siga Antenado listou cinco motivos para a fazer a substituição para o modelo digital o quanto antes. Confira abaixo:

1.  Troca gratuita:  o kit da antena digital e a instalação são sem custo para famílias de menor renda inscritas em programas sociais do Governo Federal – como Auxílio Brasil, Pronatec, Carteira do Idoso, entre outros – e que já tenham a antena parabólica tradicional em pleno funcionamento no momento da visita dos técnicos;

2.  Tecnologia: trata-se de um equipamento mais moderno. A nova parabólica digital tem recursos semelhantes aos da TV a cabo, como a possibilidade de conferir toda a programação diária do canal pelo controle remoto.

3.  Melhor qualidade: quem já fez a troca do equipamento pode comprovar que a qualidade de som e de imagem é muito superior em relação à parabólica tradicional. A melhoria é percebida até mesmo em televisões mais antigas.

4.  Novos canais: outra grande vantagem é a maior oferta de canais. Mais de 100 canais de TV e estações de rádio já operam na frequência da Banda Ku, com uma programação diversificada, com conteúdo religioso, de notícias, educação, filmes e séries, entre outros.

5.  Sinal gratuito: apesar dos benefícios terem aumentado, a programação de TV continuará aberta e gratuita, como sempre foi.

6. Canais sintonizados automaticamente: outra vantagem do equipamento é que os usuários não precisam mais se preocupar em sintonizar novos canais. Sempre que há novidades no satélite, o receptor atualiza a lista de canais automaticamente, poupando tempo e deixando a família sempre por dentro de tudo.

7. Canais regionais: a nova parabólica digital dá acesso a canais regionais de diversas cidades do Brasil. A melhor parte é que essa lista vai crescer nos próximos meses, chegando a estados e cidades que, até então, só tinham acesso à programação nacional pela parabólica.

8. Padronização: uma queixa comum entre os usuários da parabólica tradicional é em relação à numeração e aos nomes dos canais. Fica difícil, por exemplo, indicar um programa para um amigo ou familiar, pois em cada receptor os canais têm um número e até um nome diferente. Na nova parabólica digital, os nomes e números dos canais seguem um padrão em todos os aparelhos.

9. Fim dos chuviscos: com a nova parabólica digital, os usuários não têm mais que lidar com chuviscos e outras interferências causadas pelo 5G, que opera na mesma faixa da parabólica tradicional. Além disso, a imagem, de melhor qualidade, é transmitida sem sobras e chiados.

10. Antena de tamanho menor: a redução do tamanho da antena é outra novidade. As novas parabólicas digitais podem ter entre 60 cm e 90 cm de diâmetro, enquanto as parabólicas tradicionais chegavam a 1,5 m. Uma economia de espaço que facilita também a mobilidade do equipamento em mudanças.

Equipamento e instalação de graça

A instalação da nova parabólica digital é feita pela Siga Antenado, entidade criada por determinação da Anatel. A troca é gratuita para famílias de baixa renda, inscritas em algum programa social do governo federal, e que têm a parabólica tradicional em pleno funcionamento na residência. No Rio Grande do Norte, aproximadamente 85 mil famílias de Natal e outras 32 cidades têm direito ao kit com a parabólica digital sem custo nenhum. Para verificar se tem direito ao kit gratuito, a população deve acessar o site sigaantenado.com.br ou ligar gratuitamente para 0800 729 2404 com o CPF ou NIS em mãos.

Como fazer o agendamento para instalação gratuita do equipamento?

Para saber se têm direito à instalação gratuita, beneficiários de programas sociais devem acessar o site sigaantenado.com.br. No lado direito e no alto da tela, clique no botão “Programa de Distribuição de Kit”. Na tela que surgir, informe o NIS (Número de Identificação Social) ou CPF. Se a distribuição já tiver começado em sua cidade e seu nome estiver na lista, preencha um questionário para que nossa equipe verifique se está apto a fazer o agendamento. Outra opção é ligar para o ligar para 0800 729 2404.

Não tenho direito ao kit gratuito. O que fazer?

Quem tem a parabólica tradicional e não tem direito ao kit gratuito, deve procurar lojas de eletrônicos ou os antenistas que atuam em sua região. Eles poderão dar toda a orientação necessária para a aquisição e instalação da nova parabólica digital e do receptor adequado para a banda Ku.

Apenas quem assiste TV pela parabólica tradicional precisa substituir os equipamentos pela nova parabólica digital, inclusive o receptor. Mas quem já assiste TV pelo sinal digital terrestre (antena espinha de peixe), pela parabólica digital, por streaming (internet) ou é cliente de TV paga, não precisa fazer nada, pois não sofrerá qualquer impacto pela mudança.

CONSUMO DE ULTRAPROCESSADOS AUMENTOU 5,5% EM 10 ANOS NO BRASIL

Nos últimos dez anos, o consumo de alimentos ultraprocessados pelos brasileiros teve aumento médio de 5,5%. É o que aponta estudo sobre o perfil de consumidores, divulgado pela Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), feito pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens/USP). O núcleo é responsável pelo Guia Alimentar para a População Brasileira.

“O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados entre 2008 e 2017, embora não tenha sido muito grande, foi significativo. Esse aumento corrobora outras pesquisas que avaliaram compras das famílias brasileiras desde a década de 1980, mostrando que o aumento vem ocorrendo há décadas”, explicou a vice-coordenadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP), Maria Laura Louzada.

A pesquisa avaliou os fatores sociodemográficos associados ao consumo desse tipo de alimento e a evolução temporal do consumo no Brasil entre 2008 e 2018.

Os alimentos ultraprocessados são formulações industriais prontas para consumo, feitas com inúmeros ingredientes frequentemente obtidos a partir de colheitas de alto rendimento, como açúcares e xaropes, amidos refinados, gorduras, isolados proteicos, além de restos de animais de criação intensiva.

Usualmente, esses alimentos contêm pouco ou nenhum alimento inteiro em sua composição, além de serem fartos em açúcar e gorduras e carentes de fibras e micronutrientes. Entre eles, estão refrigerantes, biscoitos de pacote, doces e salgados, macarrão instantâneo, alimentos prontos para aquecer, doces, balas, chocolates e embutidos como presunto, mortadela e outros.

Perfil

O estudo apontou ainda que pessoas do sexo feminino, adolescentes, pessoas brancas, com maior renda e escolaridade e moradores de áreas urbanas e das regiões Sul e Sudeste são as que mais consomem ultraprocessados. Outro dado mostrou que cerca de 20% das calorias consumidas pelos brasileiros vêm de ultraprocessados.

No entanto, nos últimos dez anos, os maiores aumentos no consumo foram vistos justamente entre aqueles que menos consomem: pessoas negras e indígenas, moradores da área rural e das regiões Norte e Nordeste, assim como grupos populacionais com menores níveis de escolaridade e renda.

A explicação para esse crescimento são as mudanças do sistema alimentar globalizado, caracterizadas principalmente pela crescente penetração das empresas desses alimentos no país, segundo a a pesquisadora.

“Os alimentos ultraprocessados ​​sempre foram promovidos e divulgados incessantemente com mensagens sedutoras que podem levar as pessoas a acreditar que são superiores aos pratos tradicionais como arroz e feijão e que farão as pessoas mais felizes. O aumento do seu consumo se dá por um conjunção de fatores, sendo eles, principalmente, redução dos preços relativos, ampliação de oferta nos mais diversos locais de compras, principalmente pela expansão das redes varejistas, deslocando a população dos locais de vendas de alimentos mais tradicionais, como sacolões e as feiras e a crescente penetração das indústrias transnacionais em áreas mais remotas do país.”

Riscos

A conclusão do estudo mostrou que o Brasil vive uma tendência de padronização nacional e elevado no consumo de ultraprocessados, com consequente aumento de riscos à saúde da população.

“Pesquisas consistentes têm evidenciado a associação entre o alto consumo desses alimentos e o risco de obesidade e de diversas doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e doenças gastrointestinais. Além disso, publicações recentes mostram que estão relacionados a danos ambientais sem precedentes, contribuindo com grande parte das emissões de gases de efeito estufa e causando desmatamento, degradação do solo e perda massiva de biodiversidade”, alertou Maria Laura.

Na visão da pesquisadora, para reverter a tendência, basta manter a alimentação tradicional brasileira. “Com sorte, ainda temos grande parte da nossa alimentação baseada em alimentos in natura ou minimamente processados e suas preparações culinárias. Ou seja, mesmo com o crescimento dos alimentos ultraprocessados, nosso arroz com feijão ainda os supera largamente”, destacou.

“É uma grande janela de oportunidade para revertemos a tendência negativa. Ou seja, não precisamos reinventar a roda, mas sim, fortalecer e resgatar o que fazemos há muitas gerações: uma alimentação tradicional baseada em alimentos in natura ou minimamente processados. Mas, para isso, as políticas públicas são urgentes.”

Segundo Maria Laura, que se dedica a estudar os efeitos do ultraprocessamento de alimentos nas condições de vida e saúde das populações, determinadas ações poderiam colaborar para diminuir o consumo elevado desse tipo de alimento.

“Para lidar com esse cenário, são necessárias ações sistêmicas e interconectadas para que as pessoas tenham acesso a uma alimentação saudável: sobretaxação dos ultraprocessados, combinada com subsídios para alimentos in natura ou minimamente processados, restrição rigorosa da publicidade – especialmente, mas não só, para crianças – rotulagem frontal de alertas em alimentos; proibição da oferta desses alimentos em locais de interesse público como escolas e hospitais, além de campanhas educativas em massa para pleitear o apoio das pessoas para implementação das ações”, defendeu a pesquisadora.

Metodologia

Para realizar o estudo, os pesquisadores utilizaram dados do consumo alimentar de brasileiros e brasileiras maiores de 10 anos de idade das Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF) realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre maio de 2008 e maio de 2009 e entre julho de 2017 e julho de 2018.

Agencia Brasil

ESTUDO DA USP REVELA QUE 44% DE LESÕES TRAUMÁTICAS EM ACIDENTES DE TRÂNSITO SÃO CAUSADAS POR USO DE ENTORPECENTES

Fernando Diniz, da ONG TRÂNSITOAMIGO, comenta dados e vitória no Oscar de atriz ativista pela segurança no trânsito no mês em que completam 20 anos da morte de seu filho

Rio de Janeiro, 14 de março de 2023 – Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo, o consumo de drogas está diretamente relacionado à ocorrência de mortes e ferimentos no trânsito. O estudo mostra que 44% dos pacientes com lesões traumáticas em decorrência de sinistros do tipo eram usuários de álcool, sendo que 31% de entorpecentes.

O estudo avaliou 376 pacientes com lesões traumáticas no trânsito, quedas e episódios de violência (a maioria tinha idade em torno de 36 anos e eram brancos). A pesquisa, que relatou a prevalência do consumo de substâncias psicoativas entre pessoas internadas por algum trauma no Hospital das Clínicas, reforça que a falta de políticas públicas baseadas em evidências científicas é um dos pontos-chave que dificultam o controle do uso de drogas. Além disso, o consumo de substâncias psicoativas é um fator de risco para ocorrências trágicas que podem ser evitadas, diminuindo o custo do Sistema Único de Saúde, o SUS, nessa área.


Fernando Pedrosa, sócio-fundador da ONG TRÂNSITOAMIGO, se posicionou, afirmando que o uso de álcool e drogas é uma das principais causas de mortes e feridos no trânsito brasileiro. “A fiscalização, por mais eficiente que possa ser — e ela efetivamente não é -, não consegue alcançar anualmente nem 1% dos 75 milhões de condutores habilitados em todo o Brasil. A solução está então em medidas preventivas, eficazes e de amplo alcance, como é o caso do exame toxicológico de larga janela, que identifica com precisão científica o usuário regular de drogas que alteram o sistema nervoso central do usuário, comprometendo sua cognição, reações e coordenação motora. Medidas essas que devem ser tomadas sempre antes que um motorista incapacitado venha a assumir o transporte da carga mais valiosa que existe: a vida humana”, finaliza Pedrosa.


Fundador da ONG comemora vitória de Oscar de Melhor Atriz de ativista pela segurança no trânsito

Fernando Diniz, fundador da ONG TRÂNSITOAMIGO junto de Fernando Pedrosa, comemora a estatueta de Michelle Yeoh, primeira mulher asiática a ganhar o Oscar de Melhor Atriz. O que poucos sabem, a atriz foi Embaixadora pela Segurança Rodoviária para a Década de Ação pela Segurança Rodoviária da ONU entre 2011-2020 e membro da Comissão pela mesma pauta. Ativa no tema, valendo mencionar que é casada com Jean Todt, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) até 2021, defende que acidentes de trânsito devem ser reconhecidos como uma questão prioritária de saúde pública e desenvolvimento.

Em 2015, ela esteve no Brasil em evento da FIA, onde se encontrou com Fernando Diniz, sócio-fundador da ONG TransitoAmigo, no qual foi homenageada. “É com grande alegria que vejo alguém tão engajada na nossa causa receber tal reconhecimento internacional. A visibilidade certamente fortalece nossa pauta pela segurança no trânsito mundialmente. Há 20 anos, perdi meu filho, Fabrício Pinto da Costa Diniz, em março de 2003, uma das três vítimas fatais de um acidente na Barra da Tijuca, no RJ. Por isso, sinto que a minha missão vai além de defender um trânsito mais seguro, o que fiz ao colaborar com a criação da Lei Seca. Quero mostrar para a sociedade que depende de nós evitar que mais pais, como eu, passem pela dor de perder seus filhos. E a droga deve ser combatida de todas as formas e com ações eficientes”, destaca Diniz.

Sobre a ABTox

A Associação Brasileira de Toxicologia (ABTox) surgiu em prol do uso da tecnologia e conscientização para salvar vidas no trânsito e atua em conjunto com órgãos públicos e privados. A ABTox é formada pelos quatro principais laboratórios nacionais de Exame Toxicológico de Larga Janela Detecção credenciados pelo Denatran: CAEPTOX, DB Toxicológico, LABET, Toxicologia Pardini.

GASTOS DE BRASILEIROS EM VIAGENS INTERNACIONAIS SOBEM 80,5% EM JANEIRO

Os gastos de brasileiros no exterior ficaram em US$ 1,246 bilhão em janeiro deste ano, informou o BC (Banco Central). O resultado é 80,5% superior ao registrado no mesmo período de 2022, quando os brasileiros gastaram US$ 690 milhões.

As receitas de estrangeiros no Brasil totalizaram US$ 604 milhões no 1º mês de 2023, com aumento de 43,3% na comparação com janeiro do ano anterior.

Segundo o BC, tanto os gastos de brasileiros no exterior, quanto as receitas de estrangeiros no Brasil estão em “trajetória de retorno a patamares anteriores à pandemia” de covid-19.

Com o aumento de gastos no exterior, o saldo negativo da conta de viagens internacionais subiu de US$ 269 milhões, em janeiro de 2022, para US$ 642 milhões, no mês passado.

Poder360