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RIO GRANDE DO NORTE É O 3º COLOCADO EM NÚMERO DE REPROVAÇÃO NO NORDESTE

Os indicadores mais recentes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), revelam uma triste constatação: piora o índice de qualidade na rede pública estadual do Rio Grande do Norte.

As altas taxas de evasão e a reprovação escolar, em todos os níveis, mostram que existe uma diferença abissal entre o que é ensinado na rede particular e o que é ministrado nas escolas públicas.

Em 2010, de acordo com o levantamento que ficou pronto no mês passado, 18,3% dos alunos matriculados no Ensino Fundamental da rede estadual norte-rio-grandense foram reprovados, enquanto a reprovação da rede privada foi de apenas 4,5%. O alento é o nível médio, onde não há diferença tão grande: a reprovação é de 6,4% nas escolas estaduais, e de 6,2% nas particulares.

Entre os estados do Nordeste, o Rio Grande do Norte aparece em 3º lugar no ranking de reprovação no que diz respeito aos colégios da rede estadual. O menoríndice é o do Maranhão (10%), e o maior de Sergipe (23,5%), que também amarga o pior percentual do país.

Para secretária estadual de educação, Betânia Ramalho, parte da explicação sobre esse índice de reprovação reside na passagem do 5º para o 6º ano do Ensino Fundamental. “Com a mudança no sistema pedagógico, há uma dificuldade de acompanhamento, readaptação ao método de ensino. Sai a figura do professor polivalente, entra o professor por área de conhecimento. E, com a fragilidade na base do sistema, torna-se frágil sua continuidade”, analisou.

A escola pública, segundo a secretária, ainda não tem atratividade para o aluno. Some-se a isso as condições sócio-econômicas desfavoráveis, a trajetória familiar do alunado e a falta de incentivo governamental. “A escola pública é um reflexo da sociedade brasileira. A rede privada, além de ter uma escola mais bem estruturada, tem a família que acompanha e fatores importantes para elevar os índices de aprovação, como aulas suplementares, de reforço, entre outros mecanismos”.

Eleika Bezerra, educadora do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), complementa a informação da secretária, acrescentando que, enquanto o cliente da escola pública não alterar seu nível de exigência, sua qualidade vai ser questionada. “Me convenci de que a apatia, a indiferença dos que frequentam a escola pública é muito grave. A educação pública não é prioridade. Hoje em dia o governo incentiva o crescimento do número de matrículas, mas não adianta o aluno estar na escola se não se sabe o que acontece dentro dela”, critica.

Faltam recursos e continuidade administrativa

Não há dúvidas que os recursos da educação pública são insuficientes. O custo-aluno, nas séries onde mais se verificou altos índices de reprovação no estado (6º ao 9º ano) é de R$ 1.899,61. “Com o alto índice de reprovação e repetência, o custo-aluno acaba se configurando custo-desperdício.

O investimento somos nós que pagamos”, conclui a educadora do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), Eleika Bezerra. A secretária estadual de educação, Betânia Ramalho, credita o insucesso da maioria das escolas públicas à falta de foco. “Em 8 anos, foram dez secretários e, nesta situação, não há como haver foco num projeto educativo. Por isso iniciamos, ao assumirmos a Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEEC), uma política centrada no ensino e aprendizagem. Fazer com que haja ensino para que haja aprendizagem”.

É preciso mais. “Uma escola tem que ser atrativa, deveria ser o prédio melhor aparelhado, que sirva de referência não apenas ao aluno, mas a toda sociedade. Deveria ser um templo”, avalia Betânia,que declarou ter iniciado um projeto de educação para fazer com que os recursos do MEC e do Estado incidam na formação continuada dos professores e na melhoria das escolas públicas do Rio Grande do Norte. “A educação inclui valores, inclui formação para a cidadania, tanto nos direitos quanto nos deveres do cidadão. Sem esse equilíbrio, e um estado forte socialmente, essa equação não fecha”, afirma ela.


Fonte: NOTÍCIAS DA EDUCAÇÃO
Eduçação Ensino Universidade

EDUCAÇÃO INFANTIL E FORMAÇÃO DO EDUCADOR SÃO TEMAS DE CONGRESSO EM SÃO PAULO

Data: 28 de julho de 2011 8:00 até 30 de julho de 2011 17:30 
São Paulo será a sede do XVIII Congresso Brasileiro de Educação Infantil promovido pela Organização Mundial para Educação Pré-escolar – OMEP, entidade não governamental destinada à realização de atividades assistenciais e educativas. O evento está marcado para os dias 28, 29 e 30 de julho e terá como tema “Educação Infantil: As práticas que entusiasmam este cotidiano!
Voltado a gestores, educadores, pesquisadores e pessoas que se interessam pelas questões da educação infantil, o Congresso busca estimular a construção de práticas pedagógicas que valorizem diferentes linguagens, bem como o compartilhamento de ideias e experiências.
A programação prevê uma série de palestras e rodas de conversa que contemplarão, entre outros pontos, as seguintes abordagens: Repensando a formação do educador da primeira infância: arte e ludicidade; Educação infantil: a criança pequena e suas relações com a natureza e seu mundo; e Pensando, sentindo e fazendo a educação infantil que queremos. Além das palestras, o evento contará, ainda, com uma exposição.
O Congresso será realizado no auditório da Universidade Anhembi Morumbi, localizado na rua Casa do Ator, 275 – V. Olímpia – São Paulo (SP). Mais detalhes sobre as palestras e a forma de inscrição podem ser obtidas no endereço: www.omepsp.org.
Com informações do site da OMEP
Eduçação Ensino Prefeitura Professores Salário Vereadores

PROFESSORES TERÃO AUMENTO DE 15% NOS SEUS SALÁRIOS

 O prefeito de Timbaúba dos Batistas, Ivanildo Filho, autorizou um aumento de 15,85%, aprovado com unanimidade pelo legislativo timbaubense, o Piso Salarial dos Professores com vigência a partir de janeiro. Os salários serão pagos na próxima semana a todos os professores da Rede Municipal.
Eduçação ENEM Ensino Estudante

Enem 2011: estudantes têm até 10 de junho para efetuar a inscrição

Pouco mais de 48 horas depois de iniciadas as inscrições para a edição 2011 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cerca de 1,1 milhão de estudantes já haviam se cadastrado para participar das provas. A informação é do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelas inscrições e coordenação do Exame.
De acordo com o Instituto, em média, são efetuados 40 mil cadastros por hora. Os candidatos começaram a se inscrever a partir das 10hs da última segunda-feira (23) e têm até as 23h59 do dia 10 de junho para preencher os formulários, disponíveis apenas pela internet. A expectativa é que seja alcançada a marca de 6 milhões de participantes, cerca de 1 milhão a mais que na edição anterior.
Neste ano, as datas do exame foram confirmadas para os dias 22 e 23 de outubro. A partir de 2012, a prova terá duas edições ao ano, uma no primeiro semestre e outra no segundo. A primeira delas está marcada para os dias 28 e 29 de abril, porém a data da segunda edição ainda não foi definida em função das eleições municipais que ocorrerão em outubro, mesmo mês de aplicação do Enem em anos anteriores.
O Enem foi criado em 2009 pelo Ministério da Educação (MEC) como forma de ingresso na universidade em substituição aos vestibulares tradicionais.  A partir do resultado da prova, os alunos se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e podem pleitear vagas em instituições públicas de ensino superior de todo o país. No ano passado, foram ofertadas 83 mil vagas em 83 instituições, sendo 39 universidades federais.
A participação no Enem também é pré-requisito para os estudantes interessados em uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). Os benefícios são distribuídos a partir do desempenho do candidato no exame e podem ser integrais ou parciais, dependendo da renda da família. Para participar do programa é necessário ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou em colégio privado com bolsa integral.
No ato da inscrição
Para efetuar a inscrição os candidatos devem entrar no site do Enem (http://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricao) e informar o número do CPF (do próprio candidato, não vale o dos pais ou responsáveis) e do documento de identidade. O valor da taxa continua o mesmo de 2010: R$ 35. Entretanto, estudantes que estão concluindo o ensino médio em escola pública ou que tenham carência socioeconômica não precisam pagar a taxa. Nesse caso, é preciso que o candidato preencha um documento específico disponível no site.
Participantes que necessitem de atendimento especial (provas ampliadas, ledor,  ambiente diferenciado por causa de dificuldades de locomoção etc) ou de horário diferenciado por motivos religiosos devem informar isso no ato da inscrição, pois esse tipo de solicitação não poderá ser feita posteriormente. O Inep pode, no entanto, solicitar documentos comprobatórios dessas necessidades.
Além de selecionar alunos em instituições públicas de ensino superior e bolsistas do Prouni em faculdades privadas, o Enem também poderá ser utilizado por estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) como certificação de conclusão de ensino médio. Quem for fazer a prova com esse objetivo deve informar a instituição (há uma lista disponível no site) que deverá ser a certificadora do diploma no ato da inscrição.
Realização das provas
Serão quatro provas objetivas com 45 questões de múltipla escolha cada e uma redação. No primeiro dia, serão aplicadas as avaliações de ciências humanas e ciências da natureza (em quatro horas e meia) e, no segundo dia, de linguagens e códigos, matemática e a redação (em cinco horas e meia).
Para aumentar a segurança durante a aplicação do exame, foram adotadas algumas novas regras. Uma delas é que os candidatos terão de deixar os aparelhos eletrônicos e celulares em sacos plásticos fornecidos pelos fiscais de prova.
Outro cuidado ocorrerá antes de começar as avaliações, quando os estudantes serão alertados para verificar se todas as páginas dos cadernos de provas e os cartões de respostas estão impressos corretamente. Em caso de falhas, as provas serão trocadas imediatamente.
Com informações da Agência Brasil e do Último Segundo/IG
Eduçação Ensino Jovem

Estudo revela que 59% dos jovens em situação de rua está fora da escola

Mais da metade (59,4%) dos adolescentes de 12 a 17 anos em situação de rua não estuda atualmente. Entre as crianças de 6 a 11 anos, 38,9% estão fora da escola. “A privação a este direito resulta em prejuízo individual e social”, declarou o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).
Os dados são de uma pesquisa realizada recentemente pelo Conanda e a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNPDCA). O levantamento identificou 23.973 meninos e meninas em situação de rua em 75 cidades do país, abrangendo capitais e municípios com mais de 300 mil habitantes. O objetivo é nortear a construção da Política Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Plano Decenal.
Do total dos participantes da pesquisa, 59,1% dormem na casa de sua família e trabalham na rua; 23,2% passam a noite em calçadas, viadutos, praças e rodoviárias; 2,9% dormem temporariamente em instituições de acolhimento; e 14,8% circulam entre esses espaços.
“As crianças e os adolescentes que passam a noite na casa de suas famílias apresentaram melhores condições de vida, alimentação, escolaridade e saúde, o que demonstra a relevância da convivência familiar e comunitária, além da necessidade do apoio às famílias para exercerem sua função de cuidado e proteção de seus filhos e filhas”, ressaltou o Conanda em texto de divulgação da pesquisa.
Por outro lado, entre os principais motivos declarados pelas crianças e adolescentes que dormem na rua para explicar a saída de casa, se destacou a violência no ambiente doméstico, com cerca de 70% (32,2% correspondem a brigas verbais com pais e irmãos, 30,6% a violência física e 8,8% a violência e abuso sexual).
“Isso mostra a importância de investimentos em ações de prevenção, divulgação e sensibilização, para a garantia dos direitos da criança e do adolescente sem violência”, revelou o Conanda.
A promoção, a garantia e a defesa dos direitos infanto-juvenis estão previstos na Constituição Federal de 1988, bem como no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). No entanto, de acordo com o Conanda, ainda faltam políticas públicas que contemplem este público nas suas demandas específicas.
Ainda segundo a pesquisa, mais de 65% das crianças e adolescentes exercem algum tipo de atividade remunerada. Entre as recorrentes estão vender balas, chocolates, frutas e refrigerantes (39,4%); tomar conta de automóveis estacionados, lavar veículos ou limpar vidros dos carros em semáforos (19,7%); separar o lixo de material reciclável (16,6%); e a atividade de engraxate (4,1%). Cerca de 29% pedem alimentos ou dinheiro.
Após a divulgação dos dados, o Conanda espera iniciar um processo de discussão sobre o levantamento e os desafios a serem enfrentados. Nos meses de julho a novembro, serão realizados cinco seminários nas regiões do país para debater o tema.
Fonte: Portal Aprendiz
Eduçação Ensino Universidade

Unicamp lança portal para disponibilizar conteúdos de seus cursos de graduação

ícone dica da semana

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em conjunto com a Universia Brasil  acabam de lançar o OpenCourseWare (OCW) Unicamp, um portal desenvolvido para hospedar conteúdos em formato digital, originários das disciplinas dos cursos de graduação da universidade.
O objetivo da iniciativa é disponibilizar para a sociedade, de forma gratuita, materiais como textos, fotos, animações, apostilas e vídeos. O serviço já oferece conteúdos de 12 disciplinas de diferentes áreas do conhecimento, mas com o tempo novos materiais serão disponibilizados.
A ferramenta conta com recursos de edição simples e observa questões importantes como o respeito ao direito autoral dos materiais. O trabalho de concepção da ferramenta ficou a cargo da Pró-Reitoria de Graduação e do Grupo Gestor de Tecnologias Educacionais (GGTE).
“No momento da publicação, o GGTE confere com o docente se os direitos autorais relativos aos materiais que compõem a aula foram observados. Se houver alguma dúvida, nós adiamos a publicação até que esse ponto seja devidamente esclarecido”, explica o coordenador do grupo, José Armando Valente.
O OCW é um consórcio que congrega mais de cem instituições de ensino superior em todo o mundo, para promover e compartilhar conteúdos educacionais, com a missão de fomentar a educação e capacitar pessoas. No Brasil, a estrutura do OpenCourseWare Unicamp segue uma tendência mundial que possibilita ampliar a relação institucional com a comunidade, a exemplo do que ocorre no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, por meio do projeto MIT OpenCourseWare.
Para acessar os dados não há necessidade de inscrição ou do cumprimento de outras formalidades. Entretanto, o usuário terá que estar de acordo com as condições previstas nos termos de uso do serviço. O endereço do portal é: www.ocw.unicamp.br.
Com informações da Agência Fapesp
Eduçação ENEM Ensino

Exame do ENEM será aplicado em outubro em 140 mil salas com segurança reforçada

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 já tem data definida: as provas serão aplicadas em 22 e 23 de outubro. As inscrições começam na próxima segunda-feira, 23, às 10h, e vão até o dia 10 de junho, às 23:59h. O edital com informações detalhadas sobre o exame deste ano será publicado nesta quinta-feira, 19, no Diário Oficial do União.

Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, 18, a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Malvina Tuttman, informou que em 2012 o exame terá duas edições, e a primeira será em 28 e 29 de abril. A intenção é dar aos estudantes mais oportunidades para concorrer a vagas em instituições de educação superior, a bolsas do Programa Universidade Para Todos (ProUni) e ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
De acordo com Malvina, o Enem deste ano terá processo mais avançado do que o das provas anteriores. Ela informou que o Inep constituiu um grupo de operações logísticas para garantir segurança em cada etapa do exame, desde a impressão na gráfica até a distribuição e aplicação.
Nesta seleção, os candidatos não poderão entrar na sala com relógios, mas cada sala terá um marcador de tempo. Além disso, os estudantes deverão desligar celulares e outros aparelhos eletrônicos e colocá-los em um porta-objetos específico, que será entregue nos locais de prova.
Malvina informou que mais de 400 mil pessoas trabalharão no Enem 2011. O exame será aplicado em 140 mil salas, em 1.599 municípios. A logística contará com mais de 6 mil escoltas.
“O Enem deu certo, é um processo irreversível; apenas precisa ser aperfeiçoado cada vez mais, como todo e qualquer processo”, disse a presidente.
Assessoria de Comunicação Social do MEC
Eduçação Ensino MEC

Aprovação do PNE ainda este ano é fundamental para o país, dizem especialistas

“É essencial que o novo Plano Nacional de Educação (PNE) seja aprovado ainda em 2011 para que possamos começar 2012 tratando dos planos municipais e estaduais de educação. Do contrário, vamos perder um tempo absolutamente estratégico para ofertar um ensino de qualidade para todos os brasileiros”. O comentário foi feito pelo conselheiro do movimento Todos Pela Educação, Mozart Neves, durante o evento “Educação em Pauta: PNE 2011-2020″, que reuniu na última semana, na sede da entidade, representantes do Ministério da Educação (MEC) e especialistas de organizações ligadas ao setor.
Encaminhado ao Congresso Nacional no final do ano passado, o projeto de lei do novo PNE estabelece 10 diretrizes objetivas e 20 metas, desdobradas em 182 estratégias de ação, a serem alcançadas pelo país até 2020, e que servirão para orientar todas as modalidades da educação brasileira. Entre as metas estão, por exemplo, a alfabetização de todas as crianças até os 8 anos de idade; a implementação do ensino integral em metade das escolas públicas de educação básica do país; e a ampliação do investimento público em educação de 5% para 7% do Produto Interno Bruto (PIB)
 
Este, aliás, foi um dos pontos criticados, durante o encontro, pelo presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Antonio Carlos Ronca, que defende o percentual de 10% do PIB para a educação ao contrário dos 7% previstos no Plano. Ronca ressaltou, inclusive, a necessidade da criação de um cronograma de implantação, de modo a evitar que a elevação dos gastos com ensino só ocorra às vésperas de 2020.
 
“O PNE não sinaliza a urgência da educação”, disse Ronca. “O Ministério da Fazenda provavelmente tem arrepios ao me ouvir dizer isso, mas a sociedade civil precisa pressionar para termos mais recursos para a educação.”

Também presente na reunião, Carlos Abicalil, Secretário de Educação Especial do MEC, lembrou que a meta de elevação dos gastos para 7% do PIB foi estabelecida com base nos investimentos realizados nos últimos anos.

Outro ponto levantado pelo presidente do CNE é a necessidade de implementação de um regime de colaboração entre municípios, estados e governo federal para que o plano seja realmente cumprido. “Este regime de colaboração tem de ser determinado por lei. O PNE precisa ser um aporte para uma lei complementar. Mesmo porque, cerca de 75% dos municípios brasileiros dependem de repasses do Fundo de Participação e do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação)”, comentou Ronca.

A Secretária Municipal de Educação de São Bernardo do Campo (SP) e presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho, concorda com o colega. “Sem um regime de colaboração, fica inviável a 80% dos municípios brasileiros conseguir alcançar qualquer uma das vinte metas”, afirmou.

O ponto que trata da responsabilização, caso as metas do PNE não venham a ser cumpridas, também esteve na pauta de discussões do grupo. De acordo com Mozart, essa é uma questão não contemplada no plano. Ele explica que no início até fazia parte do PNE, porém o mesmo foi desmembrado e o assunto acabou sendo incorporado a outro projeto de lei. “Entendemos que o projeto de lei que trata da responsabilização é muito tímido. É preciso ter mais clareza sobre a responsabilidade de cada ente federativo, exatamente para o cumprimento das metas. Sem isso, não vamos amarrar as metas a serem atingidas, cobrando a responsabilidade social de quem tem a obrigação de prover uma educação de qualidade para todos”, afirmou o conselheiro.

Para Ricardo Martins,  membro da Comissão Técnica do Todos Pela Educação, uma das principais dificuldades do novo plano é o fato do mesmo dar maior ênfase à questão do acesso e menos à qualidade do ensino. “Estamos em um momento em que, mais do que o direito ao acesso à educação, o importante é o direito de aprender, o direito à qualidade desse ensino”, enfatizou.

Por Cleide Quinália / Blog Educação
 

Eduçação Ensino

“Lupa” virtual orienta gestão pública do ensino no Rio de Janeiro

Por Lélia Chacon 
 

O Instituto Desiderata, que atua em educação e saúde no Rio de Janeiro com ações de fortalecimento de políticas públicas voltadas a crianças e adolescentes, lançou na última sexta-feira, 13, um sistema digital de indicadores educacionais com dados territorializados sobre o ensino fundamental público na cidade.
Não é apenas mais um instrumento para monitorar a qualidade do ensino e direcionar as políticas governamentais e os investimentos privados para a área.
Trata-se de uma “lupa” virtual que permite à escola se ver entre seus pares, qualificando seu desempenho comparativamente àqueles com contexto cultural, econômico e social semelhante.
Não se coloca tudo no mesmo saco, o que pode ser um fator de desestímulo significativo quando se está na linha de frente para vencer carências educacionais de um país, um estado, uma cidade.
Mais ou menos como trabalho em grupo na escola: dois alunos ralam, três enrolam, e o resultado encobre as desigualdades – para o bem ou para o mal.
No caso da educação primária ou secundária, o resultado que esconde desigualdades é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb.
Os dados do mapa virtual lançado pelo Desiderata (disponíveis no site www.desiderata.org) têm referência no último Ideb, de 2009, mas o sistema oferece os indicadores desagregados por 33 regiões administrativas, 10 coordenadorias regionais de ensino e mais de 400 escolas de ensino fundamental do município do Rio de Janeiro.
Com essa “lupa geográfica”, e atualizada anualmente, é possível acompanhar de forma diferenciada, por exemplo, índices como os de rendimento (aprovação e reprovação) ou de situação dos alunos (abandono e distorção idade/série). Ações de melhoria ganham eficácia.
A motivação do Desiderata ao desagregar os indicadores educacionais tem a ver com a atenção especial que a organização dedica ao segundo segmento do ensino fundamental (a partir do 6º ano), com projetos como o Megafone na Escola, que começou em 2009.
A iniciativa, que envolve alunos, professores e diretores de 39 escolas públicas, ampliou a voz do ensino fundamental na agenda pública da educação no Rio de Janeiro. É importante porque essa fase escolar é considerada crítica.
A partir do 6º ano da educação básica, com vários professores, os alunos precisam ter mais organização e autonomia. O momento representa um gargalo no acesso ao ensino médio.
Um relatório recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostrou que dos jovens brasileiros de 14 a 17 anos que estão na escola mais da metade está fora do ensino médio.
Esse grupo tem média de anos de estudo de 7,4, quando o ideal seriam 12 anos. Ou seja, o jovem que deveria estar concluindo o ciclo médio sequer terminou o ensino fundamental.
Ao oferecer um olhar mais minucioso sobre o ensino fundamental, a iniciativa do Desiderata contribui para aquela postura que todos sabemos ser eficaz em casa ou na administração pública: para avançar em algo é preciso “pegar no pé”.
Informações desagregadas dão mais transparência, os atores envolvidos ganham identidade, as cobranças têm mais chance de chegar ao endereço certo e gerarem bons resultados.

*Lélia Chacon é jornalista e editora do site e revista Onda Jovem, do Instituto Votorantim
Fonte: Artigo publicado originalmente no jornal Brasil Econômico no dia 16/05/2011
Eduçação Ensino Ensino Médio

Confira o artigo: ensino médio de portas abertas para o mundo

Por Lélia Chacon
  Um estudante a caminho de fazer escolhas para o futuro, ao final do ensino médio, precisa basicamente de muita informação contextualizada em conhecimentos, além de aprendizados práticos.
No Brasil, parece que isso significa juntar o ensino técnico profissionalizante com o ensino médio regular. Essa seria a solução para preparar os estudantes brasileiros não apenas para uma escolha acadêmica e profissional, mas principalmente para a vida.
Pode ser a alternativa possível entre nós em meio a tantas carências educacionais, a necessidade de inclusão social e a pressa em atender a um mercado de trabalho mais exigente e em crescimento. Mas quem tem pressa come cru, diz o ditado. Vale correr o risco quando se trata de formar novas gerações para a vida de hoje?
Melhor é pensar grande. Por exemplo, no que propõe uma instituição como a Think Global School (www.thinkglobalschool.org), que oferece nada menos que o mundo como sala de aula a seus alunos, em um programa itinerante apoiado em alta tecnologia.
A TGS tem um ensino médio que faz qualquer um querer estudar ou voltar a estudar. Em 12 trimestres, que completam os três anos do ciclo médio, os estudantes conhecem 12 países, explorando suas culturas.
No currículo, sete disciplinas básicas sustentam o aprendizado: artes, antropologia, literatura mundial, estudos globais (história, geografia e culturas), matemática, ciências (geral e especializadas) e idiomas do mundo, como mandarim.
Há aulas expositivas, pesquisas de campo, palestras de personalidades e especialistas, programas culturais diversos nos locais visitados. Em Estocolmo, na Suécia, os jovens já entrevistaram Hans Rosling, médico, pesquisador inveterado, estatístico e criador de um software que transforma dados pouco atraentes em gráficos divertidos e interativos. Na Austrália, nas praias de Sidney, realizaram pesquisas sobre populações marinhas. Aprenderam técnicas de mergulho, usaram a geografia para traçar suas investigações e também a matemática para tratar dos dados apurados.
No Think Blog, espaço virtual dos alunos, há várias outras situações de aprendizagem para demonstrar como eles exercitam o que aprendem em situações da vida real. Os professores são provedores de conteúdo, mentores e guias, mas também aprendizes em absoluta educação continuada.
A fundadora do projeto é Joann McPike, uma mãe motivada a encontrar uma educação diferenciada para o filho, combinando-a com o hábito familiar de viajar. O garoto, diz ela, já visitou 70 países, “tocando, cheirando, provando, vendo e sentindo o mundo. Aprendeu independência, coragem, empatia. Conversa com cidadãos diversos uma infinidade de assuntos. Não tem medo de oferecer uma opinião”, destaca a mãe.
Educadores brasileiros mostram muitas vezes resistência a soluções educacionais de outros países. Acreditam que não nos servem, por mil e uma circunstâncias. A Think Global School é um projeto de elite, ainda que ofereça bolsas de estudo integrais e parciais a alunos que não podem pagar o alto custo do programa (mais de 100 mil dólares anuais). Mas inspiração é de graça, e o que importa é nivelar nossa criatividade, políticas e aspirações por cima e não por baixo.
* Lélia Chacon é jornalista e editora do site e revista Onda Jovem, do Instituto Votorantim
Fonte: Artigo publicado originalmente no jornal Brasil Econômico no dia 7/03/2011
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