CONSTRUTORA DELTA SUSPENDE APORTE DAS OBRAS DO MARACANÃ

Suspeita de envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, empresa tem dificuldade para obter financiamento e deve abandonar consórcio da reforma

Só nessa semana, Delta deixou de repassar R$ 6 milhões às obras do Maracanã
Em dificuldades para obter financiamento bancário para suas operações, a Delta Construtora suspendeu os aportes para a reforma do Maracanã. Durante a semana, a empresa deixou de repassar mais de R$ 6 milhões – R$ 4,1 milhões na segunda-feira e R$ 2 milhões nesta sexta – proporcionais à sua participação no consórcio. Esses recursos seriam usados no pagamento a fornecedores e despesas operacionais. Até o dia 1º de maio, a construtora do empresário Fernando Soares Cavendish deve abandonar o consórcio responsável pela reforma do estádio que será palco da final da Copa de 2014.
Será a primeira baixa contabilizada pela construtora de Cavendish desde que começaram a aparecer denúncias de envolvimento da empresa no financiamento do esquema de corrupção capitaneado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Iniciada em setembro de 2010, a reforma do Maracanã está sendo tocada pelo consórcio formado por Odebrecht Infraestrutura (49%), Andrade Gutierrez (21%) e Delta Construtora (30%). Com prazo de conclusão previsto para fevereiro de 2013, a obra deve atrasar, mas ainda não a ponto de comprometer a utilização do estádio na Copa das Confederações, em junho do ano que vem.
O orçamento original de R$ 700 milhões foi elevado, em junho do ano passado, para R$ 931 milhões, quando foi detectado o comprometimento de toda a estrutura de cobertura. Depois de uma ação do Tribunal de Contas da União (TCU), que identificou sobrepreço, o valor da reforma do Maracanã baixou para R$ 859 milhões.
Até o início do mês, as obras de reforma do complexo esportivo consumiram R$ 328,3 milhões. O ritmo de liberação de verbas está acelerado. No ano passado, o governo do estado reservou R$ 144,5 milhões no orçamento para o consórcio. Nos primeiros quatro meses deste ano, os empenhos de recursos para a reforma do estádio já somam R$ 161,7 milhões.
A saída da Delta do consórcio é dada como irreversível. A empresa, responsável por diversas obras civis de porte no Estado do Rio, teria situado o Maracanã em último lugar em sua lista de prioridades. Como previu o próprio Cavendish, em entrevista esta semana, o crédito bancário rareou.
A Delta havia abandonado também a obra do Engenhão (Estádio Olímpico João Havelange). Depois de vencer a licitação em 2003, por valor questionado pelo mercado, a construtora deixou a obra alegando não dominar a tecnologia necessária para a colocação da cobertura. O estádio, que teve orçamento inicial de R$ 60 milhões, foi construído por um montante mais de seis vezes superior (R$ 380 milhões). A conclusão da obra ficou a cargo de Odebrecht e OAS. E a arena foi inaugurada em 2007, nos Jogos Pan-Americanos do Rio.
A participação na reforma do Maracanã é uma das mais importantes obras que a Delta realiza no Estado do Rio atualmente. A empresa também é responsável pela ampla reforma na sede do Tribunal de Justiça fluminense, que consumiu R$ 154,1 milhões nos últimos três anos, e integra o consórcio que constrói o Arco Rodoviário Metropolitano do Rio de Janeiro, cujo orçamento inicial era de R$ 536 milhões e que está agora em R$ 1 bilhão.
O governo do Estado, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que só se pronunciará sobre o caso depois da confirmação oficial da saída da Delta do projeto do Maracanã. Procurados, o Consórcio Maracanã e a construtora não se manifestaram sobre o assunto.
Fonte: Gazeta do Povo

DNIT NÃO TEM CONDIÇÕES DE EXECUTAR PAC, DIZ DIRETOR

Nomeado vice-chefe do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o auditor da Controladoria-Geral da União (CGU) Tarcísio Gomes de Freitas se diz à frente de uma autarquia falida, sem condições de executar suas principais funções. Espécie de interventor do órgão, no cargo há pouco mais de cinco meses, ele desabafa: “O Dnit não tem condições de tocar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O que fazem com ele é covardia”. Como diretor executivo do Dnit, o auditor concluiu em dezembro estudo que evidencia a impossibilidade de atingir as pretensões de eficiência do programa na área de Transportes. O Dnit tem hoje 2.695 servidores de carreira – menos funcionários, segundo o diretor, que o Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo (DER-SP), com 3,8 mil. Mais da metade do pessoal passou dos 51 anos de idade e um terço já tem ou terá, até 2016, condições de se aposentar. Para levar adiante 1.196 contratos, a maior parte integrante do PAC, seriam necessários 6,8 mil funcionários. “Como é que eu vou ter um bom ambiente de controle num órgão que gere R$ 15 bilhões e tem uma auditoria interna com 7 auditores?”, questiona o diretor executivo. Nas palavras do estudo, o Dnit leva “incríveis 300 dias” para pagar a uma empreiteira pela medição de um serviço. 
Fonte: Agência Estado

EX-COMANDANTE DO BEC DE CAICÓ JOSÉ ERNESTO PINTO FRAXE É EMPOSSADO NO DNIT

 Publicado por Robson Pires

O governo deu posse nesta sexta-feira aos sete novos responsáveis pela diretoria colegiada do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes), inclusive os diretores geral e executivo.

Como diretor-geral, substituto de Luiz Antônio Pagot, a presidente indicou o general do exército José Ernesto Pinto Fraxe (na foto). Na diretoria-executiva, no lugar de José Henrique Sadok de Sá, Tarcísio Gomes de Freitas, cordenador-geral de auditoria da área de transportes do CGU (Controladoria Geral da União).
Na cerimônia de posse, Fraxe iniciou seu discurso declarando seu “apreço” aos quadros do Dnit.
“Os integrantes do Dnit são o patrimônio mais importante da entidade”, afirmou o general.
Segundo ele, a função mais importante da diretoria será resgatar a imagem e a credibilidade do órgão perante a opinião pública. Fraxe ainda afirmou que a ocupação da diretoria do Dnit por um militar não significa a militarização do departamento.
“Caso contrário, a ocupação do ministério da Defesa por um civil [Celso Amorim] seria a desmilitarização do exército. O poder nacional é indivisível”, disse.
Fraxe foi comandante do 1º Batalhão de Engenharia e Construção de Caicó.