Em entrevista exclusiva ao Informativo da Liderança, o novo líder Demóstenes Torres fala de suas expectativas sobre o cargo.
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Foto: Agência Senado
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O novo líder dos Democratas Demóstenes Torres (GO ) garantiu que o partido continuará exercendo o papel recebido pelas urnas: uma oposição programática, fiscalizadora e em defesa das bases constitucionais. E avisa: “Não vamos nos agachar diante do poderio da caneta do governo federal, mas vamos buscar o diálogo necessário para a harmonia dos poderes e o atendimento das demandas da população”.
Em sua primeira semana no novo cargo – Demóstenes substitui o senador José Agripino (RN), atual presidente da legenda -, o parlamentar recebeu a equipe da Liderança e falou do papel da oposição no Brasil, sua expectativa para a nova função e os principais desafios de se coordenar uma bancada menor: cinco senadores. “A oposição é qualitativa. Uma bancada reduzida traz dificuldades? Claro, mas nada que membros coesos e capacitados, como os nossos, não possam superar”, explica.
Abaixo, veja a íntegra da entrevista com o novo líder democrata:
Informativo Liderança: O senhor é o novo líder do DEM no Senado, cargo anteriormente ocupado pelo senador José Agripino, que ficou conhecido por seu perfil “conciliador”. Qual será o perfil da liderança do senhor neste novo momento do partido?
Demóstenes Torres: O senador José Agripino realizou um grande trabalho na liderança do Democratas. Não é por menos que foi escolhido para conduzir o partido e resgatar nossas antigas bandeiras, tão importantes na redemocratização do país. A liderança do DEM no Senado vai manter a mesma postura adotada ao longo dos últimos anos: vamos fazer oposição. Uma oposição programática, voltada para a independência do Legislativo, para a fiscalização das ações do Executivo e de defesa das nossas bases constitucionais.
IL: Como será essa oposição?
DT: Não vamos nos agachar diante do poderio da caneta do governo federal, mas vamos buscar o diálogo necessário para a harmonia dos poderes e o atendimento das demandas da população. Entendemos que em um estado democrático a minoria legitima a maioria. O dissenso é a base da democracia.
IL: A bancada do DEM no Senado caiu mais da metade nesta legislatura. Eram 14 senadores e agora são apenas 5. Quais são os principais desafios de se liderar uma bancada menor?
DT: A oposição é qualitativa. Nós estamos aqui para debater propostas, para expor as fragilidades e apoiar as medidas necessárias para o país. Não foram poucos os momentos no início desta legislatura que os membros do Democratas no Senado Federal conseguiram reverter o apoio de senadores a medidas governistas por meio do diálogo, apontando estudos, mostrando alternativas.
IL: A oposição do DEM terá a mesma força?
DT: Uma bancada reduzida traz dificuldades? Claro, mas nada que membros coesos e capacitados, como os nossos, não possam superar.
IL: Quais são as expectativas do senhor para esse novo cargo?
DT: Fico honrado com a possibilidade de liderar meu partido no Senado Federal. Ainda mais em um momento delicado, quando vamos chegar a doze anos na oposição. Isso mostra a importância da coerência. É muito fácil defender um governo que é quase onipotente, o difícil é fazer ouvir a voz da discordância. Espero poder continuar auxiliando o meu estado e o meu país nessa tarefa fundamental para a democracia.
IL: Quais os principais projetos que a Liderança do DEM lutará este ano no Senado?
DT: Neste primeiro momento nós vamos trabalhar para que a Reforma Política realmente atinja o âmago dos problemas relacionados ao sistema eleitoral e ao modo como é realizada a representação popular. E também quero deixar claro que vamos continuar nessa tarefa hercúlea de combater os gastos públicos abusivos e assim finalmente desonerar a população de uma carga de impostos esmagadora; conquistar uma segurança pública eficaz e também garantir que toda criança tenha acesso ao ensino de qualidade com a escola em tempo integral; estimular o crescimento da nossa economia, sem esquecer que defender a sustentabilidade também é pensar no futuro; além de lutar por uma prestação jurisdicional mais ágil, para que todo brasileiro tenha certeza de que a Justiça é realmente igual para todos.
Fonte: Fernanda Domingues