Oposição acusa governo de obstruir apreciação de requerimentos contra ministro; líder nega e cogita sessão extraordinária
O governo suspendeu na manhã de hoje as reuniões previstas para ocorrer em comissões da Câmara dos Deputados ao convocar a sessão para votar medidas provisórias que tramitam na Casa. A decisão impediu que fossem analisados os requerimentos apresentados nas comissões, pedindo que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, preste esclarecimentos sobre sua evolução patrimonial.
Um requerimento de convocação de Palocci seria votado pela Comissão de Fiscalização e Controle, mas a reunião do grupo foi suspensa quando o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, convocou a sessão do plenário. A Comissão da Agricultura, presidida pelo oposicionista DEM, tentou abrir a sessão e votar o requerimento de convocação de Palocci, mas foi impedida porque já tinha começado a Ordem no Dia no plenário.
“O governo quer colocar uma mordaça na oposição”, queixou-se o líder do DEM na Câmara, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto. “Fez ato autoritário e cancelou todas as comissões. O governo quer esconder o Palocci”, afirmou.
Ao justificar a decisão de priorizar a votação das medidas provisórias, Vaccarezza respondeu: “Em seguida, pode-se pautar uma sessão extraordinária para decidir sobre o requerimento de convocação do ministro da Casa Civil”.
O deputado Pepe Vargas (PT-RS) também criticou a intenção da oposição de tentar obstruir os trabalhos. Segundo ele, a convocação do ministro é descabida, uma vez que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República já se manifestou sobre o assunto. “O ministro Palocci não quer esconder nada. O aumento de patrimônio está colocado em sua declaração de renda”, afirmou.
Articulação impede convocação de Palocci na Câmara.
*Com informações da Agência Estado e da Agência Câmara