Durante seu discurso proferido na última quinta-feira (02), no National Prayer Breakfast (Café de Oração Nacional, em tradução livre), o presidente americano Barack Obama usou referências bíblicas para associar suas decisões políticas à sua fé cristã.
No evento estiveram presentes proeminentes líderes evangélicos, como o Pastor Joel C. Hunter, conselheiro espiritual de Obama, e Richard D. Land, presidente da Convenção de Ética da Batista do Sul.
Dez meses antes da eleição presidencial, Obama falou sobre algumas polêmicas envolvendo suas políticas públicas, incluindo as decisões de companhias de seguros de saúde restringirem pessoas com histórico de doença e a redução de incentivos fiscais para investimentos de altos valores. Em seu discurso o presidente buscou sempre associar suas decisões políticas a um sentido moral adotado por causa da sua fé.
“Quando eu falo responsabilidade compartilhada é porque eu realmente acredito que em um momento em que muitas pessoas estão lutando, num momento em que temos enormes déficits, é difícil para mim pedir empréstimos a idosos de renda fixa, jovens estudantes, ou famílias de classe média que mal conseguem pagar as contas sozinhos”, afirmou Obama.
“E eu penso comigo, se eu estou disposto a abrir mão de algo como alguém que tem sido extraordinariamente bem-aventurado, e desistir de alguns dos benefícios fiscais, eu realmente acho que isso vai fazer diferença na economia”, completou o presidente, que finalizou dizendo: “Mas para mim, como cristão, também coincide com o ensino de Jesus, que diz que ‘para quem muito é dado, muito será exigido”.
Obama citou a
Bíblia também falando sobre as mudanças implementadas pela política econômica adotada em seu governo: “faço isso porque sei que os países vizinhos foram feridos e tratados de forma injusta nos últimos anos, e acredito na ordem de Deus para ‘amar o próximo como a ti mesmo’”.
Além de citar a bíblia o presidente tentou agradar também adeptos de outras religiões, ele mencionou as palavras “Islã” ou “islâmico” três vezes, “judaísmo” ou “judeus” três vezes, e “hinduísmo” uma vez, de acordo com o The Christian Post.
O Pastor Joel C. Hunter, conselheiro espiritual de Obama, falou sobre o discurso do presidente, que atrelou sua fé a suas decisões políticas: “Ele fez vários comentários de que isso não só faz sentido econômico, mas também faz sentido moral. Então ele se certificou de que entendemos que era uma extensão de sua própria fé cristã”, disse Hunter, que é pastor sênior da Northland, uma Igreja perto de Orlando.
“Ele está tentando fazer conexões entre o que está realmente acontecendo na esfera de decisão política e a fé. Então, ele está dizendo que essas políticas que estamos fazendo não é apenas uma questão de negócios, mas também uma questão do que a nossa fé nos disse para fazer”, concluiu o conselheiro espiritual do presidente.