ESPAÇO DO LEITOR: POR LUAN CAESAR

Não se fala em outra coisa nas calçadas de Upanema neste iniciozinho de ano: é candidato pra dar e vender! Na conta dos dedos (espero que não precisemos ir aos dedos dos pés) já soma quatro pré candidaturas no campo oposicionista: Monthalggan Fernandes (recém rompido com o prefeito Luiz Jairo), Manezim (ex-vice prefeito), Joyle Fernandes (presidente do MDB local), Francisco José (nome do PP local). E ainda pode ser anunciado um nome da chamada “Frente Oposicionista Independente” liderada pelo ex candidato a vereador Max Suell.

No calendário eleitoral, teremos até o dia 20 de julho do presente ano para as definições oficiais. Parece bastante tempo ainda para a oposição se resolver. Porém, sob outro ponto de vista, o que se observa nessa indefinição, por hora, é a demonstração de interesses menores, bem longe de ser as melhores alternativas para gerir a prefeitura. Se assim não fosse, por que então essas candidaturas foram apresentadas só agora? O que esses postulantes estiveram fazendo nesses últimos anos? Será que conhecem as dificuldades de se gerir uma prefeitura, com que experiência, estratégias e coragem vão gerir os recursos próprios, será que conhecem as necessidade de nossa gente? Quais planos e propostas alternativas eles apresentaram aos que estão sendo implementados no município?

A tradicional resposta responde todas as perguntas: haverá o período de campanha para fazer esse debate. Falácia! 45 dias de comícios, promessas e discursos bonitos só vão comprovar que quem não debateu, sugeriu ou participou ativamente da vida pública nos últimos anos mostra na gestão a face de uma expectativa falsa e frustrante. As vezes é tarde demais.

A falta de um líder de oposição causa esse embrulhamento político e essa sopa de letrinhas.

Após a eleição do prefeito Luiz Jairo em 2012 o que se viu foi o protagonismo de blogueiros tomando a frente oposicionista e o ostracismo dos líderes “bacuraus”. Resultado: o PMDB (hoje MDB) pela primeira vez na história perde sua cadeira na Câmara de vereadores, antes por não conseguir lançar um candidato, deixando a postulação para o PP em 2016. Perdeu a candidatura e não elegeu sequer um vereador.

E é esse o direito que conquistado e convencido sabe lá sob quais circunstâncias que o PP quer continuar sendo o principal partido de oposição ao lançar a pré-candidatura do professor Francisco José.

Mas cada um se sente no direito. A pré-candidata Joyle Fernandes foi a principal combatente bacurau nos processos judiciários contra o prefeito Luiz Jairo e tenta se apresentar ante o conhecido Manezim (nome mais próximo a Maristhela e Jorge Luiz) como nome da nova política dentro do MDB (quase um paradoxo aí).

No caldeirão que já tinha pimentão verde e amarelo, agora entra o vermelho. Depois de ter seu nome preterido pelo prefeito Luiz Jairo, o vereador Monthalggan Fernandes lançou-se pré-candidato a prefeito. Conta pra ele contra os demais o fato dele ser chefe de poder, por conseguinte tem mais visibilidade, o que não significa, ainda, capilaridade eleitoral, pois na última pesquisa registrada o pré-candidato chega como o mais rejeitado.

Cabe agora ou daqui pro final desse “tempo de indefinições”, alguém, alguns ou os alpendres de Tibau definirem de fato quem enfrentará o líder nas pesquisas, o atual secretário de Governo e Patrimônio Renan Fernandes.

Vale ressaltar que não se estar aqui fazendo uso de manifestação contra candidaturas, sempre fomos de acordo até de uma terceira via para melhorar a qualidade dos debates quebrando assim a tradicional polarização. Reforço: qualquer cidadão (inclusive sem amarras de partidos políticos) poderia e deveria ser candidato a cargos eletivos.

Mas é preciso responsabilidade. No porte de Upanema, a oposição sabe (e a população também) que não há possibilidade política para fins eleitorais esse número de postulantes. Nesse período onde os verdadeiros (pré) candidatos poderiam estar debatendo e discutindo os problemas, soluções e avanços da nossa cidade, a oposição brinca (numa quase divertida disputada de egos) de corrida de cavalo para saber quem chega primeiro (ou em segundo). Estratégia não é. Perde-se tempo. Daí no final, escolhe-se aventureiros que não têm compromisso com a coisa pública, e o povo, mais uma vez sai prejudicado: enganado na pré-campanha, engando na eleição, e enganado no governo. Acontece que quando 2021 bater não serão apenas 45 dias.

Deixe um comentário