Entrevista com o Presidente da UJS/RN sobre o #ForaRosalba e #ForaMicarla

Na última semana, os natalenses presenciaram uma cena que países como Egito, Tunísia e Líbia conheceram bem. Mais de 2 mil pessoas, entre jovens e adultos, tomaram as ruas da cidade e protestaram contra os governos de Rosalba e de Micarla, respectivamente o estadual e de Natal. O segundo pelos graves problemas estruturais da cidade e pela ausência de transparência de um governo que já trocou dezenas de secretários. Já o primeiro porque inicia como o da capital, responsabilizando o governo anterior pelos problemas e negando-se a dialogar com as diversas categorias que estão paralisadas. Sobre isso, conversaremos agora com o Presidente Estadual da UJS, Wangle Alves.

UJSPotiguar.com.br – Wangle, qual tem sido o papel da juventude nesses dois movimentos #ForaMicarla e #ForaRosalba?

Wangle – Primeiro, é importante notar o tamanho que as novas mídias sociais assumiram nesse movimento. A presença de mais de 2 mil pessoas nessa mobilização denota a força que instrumentos como o twitter, facebook, orkut têm de atrair as pessoas, debater os problemas e construir saídas coletivas e muito bem realizadas.

Segundo, é entusiasmante notar como a nossa juventude continua combativa, ousada e capaz de realizar grandes transformações. Enquanto a gente escuta o blá, blá, blá da televisão e da imprensa vendida de que a juventude reage passivamente diante dos problemas, vem uma mobilização como essa como um “tapa na cara” de quem reproduz essas bobagens.

UJSPotiguar.com.br – Qual é a avaliação da União da Juventude Socialista sobre esse movimento político?

Wangle – Consideramos que é um momento de grande energia e que pode resultar em uma mudança de cultura política do povo de Natal. Esse é um momento em que as pessoas não estão apresentando uma crítica somente aos governos estadual e municipal, mas estão afirmando o seu desejo de participar, de sentir sua voz ecoando pelas administrações. É inadmissível que os governos continuem a fechar as portas às Conferências, plebiscitos, ao diálogo com as forças sociais organizadas e que ignorem as demandas cada vez mais evidentes da juventude brasileira.

Nenhum governo pode admitir gerir um povo sem escutá-lo, principalmente nos dias atuais em que as mídias sociais possibilitam que as vozes que antes reclamavam em casa, possam fazê-lo nesses espaços e encontrar milhares ou milhões de outras pessoas com as mesma crítica e isso para se transformar em participação política e mobilização é um passo.

UJSPotiguar.com.br – Qual é o papel que a UJS cumpre nesse movimento?

Wangle – O #ForaRosalba e #ForaMicarla são movimentos belos que se expressam pela espontaneidade das pessoas. A UJS é mais uma a engrossar essas fileiras na compreensão de que o centro desse movimento é a indignação, a insatisfação e o desejo de que as coisas possam mudar.

Para nós, que debatemos e defendemos a mudança da própria forma de se construir política, consideramos que pode se descortinar um novo período. O nosso Estado é marcadamente influenciado por famílias e grupos políticos muito tradicionais que se revezam no aparelho de governo. Há algumas décadas, os mesmos sobrenomes que hoje estão ocupando postos centrais de poder continuam hoje. Mudam os nomes, mas o sobrenome continua.

Então, para nós, a indignação precisa ter um propósito, uma consequência. De nada adianta trocar as peças e a incapacidade de dialogar com os sindicatos, movimentos estudantis e de incompreensão sobre o desejo popular continuarem.

A UJS então vai engrossar as fileiras desses protestos, mas compreendendo que essa é uma luta muito ampla do ponto de vista da representatividade e que a sua força está nessa capacidade coletiva sobre os caminhos e resultados.

Fonte: Site da UJS/RN

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