FOLHA DESTACA NATAL (RN) E RECIFE (PE) COM MAIORES TAXAS DE LOTAÇÃO DE UTIS

No Nordeste, Recife (PE) e Natal (RN) apresentam as maiores taxas de ocupação de UTIs. Em Pernambuco87% das 839 vagas reguladas pelo governo estadual estavam ocupadas nesta segunda. A última vez que o índice havia chegado a este foi no dia 15 de junho. Dez novos leitos foram abertos na última semana.

Com a situação, o governo de Pernambuco anunciou proibição de festas de Natal e Réveillon em hotéis, clubes e condomínios, assim como shows e festas, pagas ou não.

No Rio Grande do Norte, a taxa de ocupação dos leitos regulados pelo governo estadual saltou de 42% para 65% no período, enquanto a oferta de vagas caiu de 203 para 197. No maior hospital em Natal, o Giselda Trigueiro, restavam apenas 5 leitos vagos em UTI; 21 abrigavam pacientes graves.

O SACRIFÍCIO DOS PAIS QUE SE DISTANCIAM DOS FILHOS PARA COMBATER A COVID-19

A pandemia do novo coronavírus está exigindo o sacrifício de milhares de profissionais de saúde no mundo todo. O distanciamento familiar é um dos sacrifícios para quem está na linha de frente, no dia a dia, dedicando o seu tempo no tratamento dos pacientes. Isso inclui separar pais e filhos, que tiveram suas rotinas e relacionamentos alterados pela pandemia.

Diretor do Hospital Hapvida Mossoró, o médico Narcísio Bessa tem um filho de apenas dois anos e pouco tem ficado com ele nos últimos meses. É que a pandemia exige que ele fique mais tempo no hospital e menos em casa. “A pandemia interfere diretamente no nosso relacionamento, pois ocupa mais tempo com o trabalho e acaba nos afastando”, relata.

Com a distância do pequeno Narcísio Neto, a saudade acaba sendo uma companheira diária na unidade hospitalar. E para amenizar um pouco esse sentimento, Narcísio recorre ao celular. “A gente faz chamadas de vídeo e liga para ouvir a voz, para ir amenizando um pouco a saudade”, conta.

Nem mesmo o Dia dos Pais, comemorado neste domingo (09/08), será livre para o médico. “Vou ter que dividir o dia entre ele (filho) e o hospital”, declara Narcísio.

O enfermeiro Ricardo Fernandes trabalha no setor de UTI para Covid-19 do Hospital Regional Tarcísio Maia, o segundo maior hospital público do Rio Grande do Norte, e também tem um filho de dois anos.

O profissional lembra a rotina que tinha com o pequeno Daniel Fernandes antes da pandemia, de chegar em casa e abraçar e brincar com ele. Rotina que foi deixada pra trás por medo de contaminação. “Vi muitos colegas de trabalho adoecendo e sempre tinha aquela dúvida: será que eu já estou com Covid-19 ou não?”, relata.

Ele conta que tomou várias medidas de precaução para não levar o vírus para dentro de casa. Uma delas foi se isolar dentro do quarto, em silêncio, para que o seu filho não percebesse que ele estava presente. “Diversas vezes escutei ele batendo na porta do meu quarto, chorando e pedido para entrar. Ficava triste com a situação, mas sabia que era para o bem dele”, testemunha.

O sacrifício de se distanciar dos filhos pequenos encontra amparo no orgulho de estar ajudando a milhares de pessoas a se recuperar da Covid-19. “Quando escolhemos uma profissão da área de saúde, sabemos da missão que estamos assumindo. Missão que exige ainda mais compromisso em momentos como esse de pandemia”, conclui o médico Narcísio Bessa.

FIOCRUZ AFIRMA QUE VACINA CONTRA COVID-19 SÓ ESTARÁ DISPONÍVEL EM 2021

O diretor do Instituto Biomanguinhos, Mauricio Zuma, afirmou na audiência da Comissão Externa da Câmara dos Deputados, que acompanha as ações de combate à covid-19, que as primeiras 15 milhões de doses da vacina de Oxford contra o coronavírus devem ser disponibilizadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a partir de janeiro de 2021.

O cronograma definitivo para a chegada da vacina aos postos de saúde, no entanto, ainda não está fechado. Deputados da comissão ressaltaram a importância do planejamento para a distribuição e a aplicação da vacina e alertaram que, em um primeiro momento, não haverá doses para toda a população.

O representante da Fundação na audiência pública, Marco Krieger, lembrou que tanto a produção da vacina quanto a transferência de tecnologia dependem de recursos orçamentários.

No dia 31, a Fiocruz, o Ministério da Saúde e a AstraZeneca assinaram o documento que sela base para o acordo entre os laboratórios sobre a transferência de tecnologia e produção de 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19, caso seja comprovada a sua eficácia e segurança.

O acordo tinha sido anunciado em junho. O Ministério da Saúde prevê um investimento de R$ 522,1 milhões na estrutura de Biomanguinhos. O objetivo, diz a pasta, é ampliar a capacidade nacional de produção de vacinas e tecnologia disponível para a proteção da população. Outros R$ 1,3 bilhão são despesas referentes a pagamentos previstos no contrato de Encomenda Tecnológica. Os valores contemplam a finalização da vacina.

Na última segunda-feira (3), o Ministério da Saúde anunciou que estuda a edição de uma medida provisória para viabilizar as 100 milhões de doses da vacina A proposta prevê um crédito orçamentário extraordinário de R$ 1,9 bilhão.