A liderança da oposição está montando um “bunker” no Senado para impulsionar o combate às medidas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente na economia.
O “bunker” oposicionista reunirá especialistas em seis áreas temáticas e será chefiado pelo ex-deputado Eduardo Cury (PSDB-SP), que não se reelegeu no ano passado e atualmente é suplente na Câmara.
Cury foi contratado pelo líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), para comandar esse gabinete. Ele terá à disposição uma equipe de 18 técnicos, que estão sendo recrutados entre consultores legislativos e servidores licenciados de ministérios.
A ideia é endurecer contra o governo e municiar a oposição com informações técnicas. Isso pode incluir ações de inconstitucionalidade, no Supremo Tribunal Federal (STF), como a movida pelo PL contra o imposto de exportação sobre petróleo bruto.
Outro assunto já em avaliação pelo “bunker” é o iminente decreto que deve flexibilizar prazos e suavizar critérios estabelecidos no marco legal do saneamento básico, apontado frequentemente pelo mercado como um dos principais avanços do governo Bolsonaro na atração de investimentos em infraestrutura.
Na gestão Bolsonaro, conforme estudo do Instituto de Pesquisas Aplicadas ao Direito (IPAD), os partidos então na oposição –com PT, PDT, PSB, PSOL e Rede à frente– ajuizaram duas ações por semana no STF, em média, contra medidas do governo passado.
A estratégia da atual oposição a Lula não é concentrar todos os esforços no Judiciário, mas ampliar o debate e demonstrar para a sociedade onde estão os supostos erros do governo Lula.
O gabinete coordenado por Cury, que foi prefeito de São José dos Campos (SP), terá seis áreas: economia (orçamento, reforma tributária, comércio exterior); infraestrutura e energia; agro e meio ambiente; inovação, telecomunicações, ciência e tecnologia; previdência, trabalho e área social; saúde e educação. Outros assuntos também pode ser tratados.
Rogério Marinho, idealizador da nova estrutura, concorreu à eleição para presidente do Senado e perdeu a disputa para Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele teve 32 votos –contra 49 de Pacheco. Formalmente, 22 senadores estão ligados à liderança da oposição.
CNN