Um grave problema de saúde pública no Brasil são as hepatites virais, que afetam o fígado causando desde sintomas leves a graves. Na maioria das vezes são infecções silenciosas, que demoram a se manifestar. No entanto, sintomas como fraqueza, mal estar, febre, falta de apetite, pele e olhos amarelados, além de urina escura e fezes claras podem ser sinais da infecção.
Em Mossoró, de acordo com Programa Municipal de IST/AIDS e Hepatites Virais, nos primeiros seis meses do ano houve o diagnóstico de 15 casos de hepatites virais, sendo 13 de hepatite C e 2 de hepatite B.
A campanha “Julho Amarelo” destaca a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais, que têm acompanhamento garantido pelo SUS. E, como há diferentes vírus, as formas de contaminação e de cuidados também variam, como explica a infectologista do Sistema Hapvida, Silvia Fonseca.
“A hepatite A costuma ocorrer nos primeiros anos de vida e é mais comum em regiões com falta de saneamento básico. É um vírus de transmissão fecal-oral; a hepatite A pode ser autolimitada, mas também pode se apresentar como hepatite fulminante, que destrói o fígado. É importante destacar que a hepatite A pode ser prevenida pelo uso de vacinas, disponíveis gratuitamente no Programa Nacional de Imunização”, explica a infectologista.
Segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), mais de 1 milhão e meio de pessoas têm hepatite, mas apenas 20% sabem. Por isso, que cuidados como condições sanitárias adequadas, sexo seguro e, por fim, a testagem espontânea da população são as melhores formas de prevenir ou tratar o problema.
A médica infectologista acrescenta, ainda, que no Brasil são comuns as hepatites B e C que, se não tratadas, podem evoluir para a forma crônica. “A Hepatite B é sexualmente transmissível e pode ser passada durante o trabalho de parto, sendo possível evitar sequelas com o tratamento oferecido pelo SUS”, frisa. A hepatite B também tem vacina, disponível gratuitamente pelo Programa Nacional de Imunização.
Já a hepatite C é considerada uma epidemia mundial, superando outras doenças como o HIV. “A transmissão se dá por compartilhamento de agulhas e seringas, falha na esterilização de equipamentos de manicure e de tatuagem e, em menor grau, por relações sexuais sem preservativo ou por cirurgias e transfusão sanguínea”, afirma Sílvia Fonseca.
Além disso, se não tratadas, as hepatites virais podem levar à cirrose, desenvolvimento de câncer e até necessidade de transplante do órgão (fígado). E em muitos casos a inflamação só é diagnosticada quando há comprometimento para a saúde.