Acidente aconteceu quando o marido limpava o arpão de caça submarina.
Mulher foi operada no Hospital de Araruama e passa bem.
A moradora de Arraial do Cabo, Região dos Lagos do Rio, Elisangela Borborema Rosa, de 28 anos, foi atingida por um arpão na última segunda-feira (6). Segundo a família, ela estava na cozinha de sua casa quando foi atingida pelo arpão de caça submarina, que estava sendo manuseado pelo marido na sala. O equipamento entrou pela mandíbula de Elisangela e a ponta ficou alojada na coluna cervical.
Ela foi levada para o hospital de Arraial do Cabo e logo em seguida, transferida para o Hospital Regional de Araruama. Lá Elisangela foi atendida por uma equipe que incluiu especialistas em neurocirurgia, cirurgia vascular, geral, plástica e bucomaxilofacial.
Segundo o hospital, menos de 24 horas após a cirurgia, Elisangela passa bem e a expectativa é que ela fique sem nenhuma sequela. “Esse é o primeiro caso desse tipo que atendo aqui no hospital. A peculiaridade do acidente é que a ponta do arpão penetrou a região entre o canal anterior vertebral e o canal da medula. Caso o objeto atingisse apenas um centímetro para dentro, a paciente ficaria tetraplégica; se atingisse um centímetro para fora, alcançaria uma artéria que irriga o cérebro, levando-a ao óbito”, explicou Allan da Costa, neurocirurgião que operou Elisangela.
De acordo com o médico, somente nas próximas 48 horas será possível avaliar se a
paciente ficará ou não com alguma sequela. “Ela está movimentando os dois lados, mas com pouca força no lado direito. Precisamos esperar a suspensão da sedação e retirar a traqueostomia para fazer uma avaliação completa. Se tudo der certo, ela terá alta em uma
semana”, completou o médico.
Homem se feriu com arpão em Petrópolis
Em abril deste ano, Bruno Barcellos de Souza Coutinho, de 34 anos, atirou um arpão contra a própria face em Petrópolis, Região Serrana do Rio, atingindo o olho esquerdo e perfurando o crânio. Bruno se feriu acidentalmente na noite do dia 14 de abril quando limpava um arpão de pesca. Ele deu entrada no Hospital Santa Teresa, no dia 15, lúcido, depois de ter ficado cerca de 10 horas com o arpão alojado na cabeça. No mesmo dia, ele passou por uma cirurgia de emergência para a retirada do artefato. No dia 16 de abril, o paciente passou pela segunda cirurgia, dessa vez com a equipe de oftalmologia. No procedimento, os médicos conseguiram preservar o globo ocular, no entanto, a visão do olho esquerdo atingido foi perdida.
Outro caso com arpão
Em março de 2009, outra vítima de um acidente com arpão foi atendida com sucesso no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caixas, na Região Metropolitana do Rio. O pintor de automóveis Emerson de Oliveira Abreu teve a cabeça perfurada por um arpão enquanto praticava caça submarina. Um amigo que o acompanhava em um barco, viu quando ele se feriu embaixo d’água e pediu ajuda. Bombeiros do Grupamento de Socorro de Emergência prestaram os primeiros-socorros e levaram o mergulhador para o hospital estadual, onde ele foi submetido a uma delicada cirurgia para a retirada do artefato.
O arpão, segundo os médicos, penetrou 25 centímetros da região frontal direita do cérebro do paciente. Na época, o médico que realizou a cirurgia afirmou que o paciente não perdeu a visão por milímetros.” A lança passou por trás do globo ocular, perto do nervo ótico. Havia muito edema na região orbital. O arpão passou perto da artéria que vasculariza o cérebro, a carótida. Se ela fosse atingida, dificilmente ele sobreviveria”, explicou o neurocirurgião Manoel Moreira.
Foram 10 dias de internação sem a necessidade de uma segunda cirurgia. De lá pra cá, Emerson voltou a trabalhar e segundo seus familiares, leva uma vida normal e produtiva.
Fonte: Do G1 Região dos Lagos