Quando falta oxigênio, o que nos resta?
Em primeiro lugar: nossos sentimentos e solidariedade às famílias que enfrentam a dor de perderem seus entes queridos por falta de oxigênio. Às que vivem o drama de rogar para que os seus familiares sejam transportados para outros estados, nossa reza para que tudo termine bem.
No início de 2020, Manaus foi o primeiro lugar a sofrer as maiores consequências da pandemia, mas não foi o último. Hoje, a capital do Amazonas é a primeira a enfrentar os sofrimentos da segunda onda do coronavírus, chegando a faltar oxigênio aos seus enfermos. Será que isso não irá ocorrer com em outros lugares?
A responsabilidade pela tragédia da falta de oxigênio é exclusivamente culpa do desgoverno federal de nosso país. A falta de planejamento, de competência, de gestão e de vontade política é que mata os amazonenses por asfixia. Estamos sem coordenação nacional, vendo ministros da Saúde serem trocados exclusivamente por vaidade do presidente da República.
Não sem razão, estamos atrasados na vacinação, estamos sem insumos essenciais nos hospitais, estamos tendo de correr atrás do prejuízo provocado pela falta de um plano nacional de combate ao coronavírus. No caso de Manaus, o ministro da Saúde foi advertido sobre a iminente falta de oxigênio e, mesmo assim, houve demora em tomar providências para o reabastecimento.
Quer dizer: o responsável pela logística falhou em sua própria área de conhecimento. Mas, por outro lado, houve uma rapidez impressionante em orientar as unidades básicas de saúde de Manaus a receitarem medicamentos sem eficácia terapêutica comprovada contra a covid-19, para uma suposta “profilaxia”, também sem base científica. Isso é cruel! Manaus pedia por oxigênio, não por hidroxicloroquina ou ivermectina.
Mas o ministro da Saúde não age autonomamente; caso agisse, já teria sido exonerado, como os anteriores. Ele faz o que faz, autorizado pelo presidente da República. E o presidente da República disse que: “fez a sua parte” e que, só não fez mais porque o Supremo Tribunal Federal não deixou. Não é verdade. O STF nunca impediu o presidente da República de fazer nada em relação ao combate ao coronavírus. O presidente da República optou por negar a gravidade da doença, desde o início da pandemia até agora, quando passamos de mais de duzentos mil brasileiras e brasileiros mortos.
Pela sequência de atos prejudiciais ao direito essencial de respirar, praticados pelo presidente da República, aumenta a pressão da sociedade por soluções. Nós, parlamentares, precisamos agir! Não podemos deixar de dar uma solução e esperança aos brasileiros que estão sem vacina, sem oxigênio e SEM GOVERNO!
Natal, 17 de janeiro de 2021.
Senadora Zenaide Maia
PROS/RN