Prefeituras de Macau e Guamaré desviaram mais de R$ 3 Mi para Festas, Bandas de Forró e Junior Grafith Investigados, diz MP

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Operação Máscara Negra também cumpriu mandados de busca e apreensão em Macau
(Foto: Carlos Adams/G1)

As Prefeituras de Macau e Guamaré, ambas na região da Costa Branca do Rio Grande do Norte, foram responsáveis por desvios de mais de R$ 3 milhões em contratações fraudulentas de shows musicais, estrutura de palco, som, trios elétricos e decoração para eventos realizados entre os anos de 2008 a 2012, segundo nota enviada pelo Ministério Público na manhã desta terça-feira (9), logo após deflagrar a operação Máscara Negra. A ação cumpre 53 mandados de busca e apreensões e 14 mandados de prisões temporárias expedidos pela comarca de Macau.

Ainda de acordo com o MP, o magistrado autorizou a suspensão do exercício da função pública de oito servidores, além da suspensão parcial do exercício da atividade econômica de quatro empresários e suas respectivas empresas.

Na nota, o MP revela que, “só no ano passado, a Prefeitura de Guamaré gastou mais de R$ 6 milhões em festividades, enquanto que a deMacau chegou à cifra de R$ 7 milhões entre 2008 e 2012. Esses gastos com contratações de bandas e serviços para festas compreendem mais de 90% do recebido em royalties no período e mais de 70% do recebido em FPM (Fundo de Participação dos Municípios)”.

“Os elementos colhidos pela Justiça dão conta de que eram desviados recursos das prefeituras por meio de contratações com superfaturamento de preços e mediante uso de intermediários não exclusivos e de laranjas. Estima-se que aproximadamente R$ 3 milhões foram desviados por ordem dos então prefeitos e demais agentes públicos a empresários do ramo artístico, a pretexto de fomento da economia local”, acrescenta a nota.

“As provas apontam que empresários do ramo artístico atuavam na região, alternando-se na fraude aos procedimentos licitatórios e fornecendo suas empresas e bandas aos superfaturamentos”, complementa.

Em Guamaré, o MP aponta que o suposto grupo criminoso era liderado por familiares do ex-prefeito, que controlava os principais cargos políticos do Poder Executivo municipal. Já em Macau, o esquema tinha como líderes o então chefe do executivo e o presidente da Fundação Municipal de Cultura. Na nota, o Ministério Público não divulgou os nomes dos envolvidos.

A Operação Máscara Negra, que contou com o apoio de 200 policiais militares e foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), faz parte da ‘Operação Nacional Contra a Corrupção’, deflagrada na manhã desta terça em 12 outros Estados pelo Ministério Público brasileiro, por meio do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), em parceria com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Civis e Militares, Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas de Rondônia, Receita Federal, Receitas Estaduais.

As Bandas de Forró

Contratos com três bandas de forró gerenciadas pelo empresário Alex Padang são alvo de investigação do Ministério Público do Rio Grande do Norte, na operação Máscara Negra, deflagrada na manhã desta terça-feira (9) com o objetivo de combater supostas fraudes em eventos festivos nas cidades de Guamaré e Macau. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em três localidades.

Os alvos da operação foram contratos com as bandas Deixe de Brincadeira, Forró da Pegação e Cavaleiros do Forró. As três bandas estiveram na programação do carnaval de Macau entre 2011 e 2013. Não há, no entanto, a confirmação sobre irregularidades nos acordos para contratação das bandas.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou contato com Alex Padang através do telefone, mas não obteve sucesso.
Junior Grafith
JUNIOR (CANTOR DA BANDA GRAFITH). FOTO: CANINDÉ SOARES/H/SELECIONADAS
O Ministério Público do Rio Grande do Norte cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do vereador de Natal e empresário Júnior Grafith, proprietário da Banda Grafith. Não há a confirmação sobre o motivo para o mandado, mas a banda do empresário participa anualmente da festa de Carnaval em Macau, que é um dos festejos investigados pelo Ministério Público.
Durante o início da manhã, viaturas da Polícia Militar chegaram à sede da Procuradoria Geral de Justiça do Rio Grande do Norte com computadores e documentos apreendidos nos 53 pontos onde houve a determinação para a busca. Além desses mandados, também foram expedidos 14 de prisão temporária contra suspeitos de envolvimento nas fraudes.

Até o momento, nenhum membro do MP falou sobre o teor do material apreendido. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou o contato com o vereador Júnior Grafith, mas não obteve êxito.

Máscara Negra

O Ministério Público do Rio Grande do Norte deflagrou na manhã desta terça-feira (9) uma operação para combater supostas fraudes em licitações para contratações de bandas para eventos festivos no RN e ainda em São Paulo, Ceará, Pernambuco, Bahia e Paraíba. Os mandados de busca e apreensão e de prisão são assinados pela juíza da comarca de Macau, cidade a 180 quilômetros de Natal, Cristiane Maria de Vasconcelos Batista. A Polícia Militar dá apoio aos promotores no cumprimento dos mandados. A operação foi batizada de Máscara Negra.

O procurador geral de Justiça, Manoel Onofre Neto, diz que a operação é realizada simultanemante em várias cidades brasileiras. No RN, os mandados da Máscara Negra estão sendo cumpridos em Natal, Macau, GuamaréParelhas e Caraúbas.

A operação também foi confirmada pelo comandante geral da PM no estado, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva. “Nossas equipes estão na rua apenas para ajudar os promotores de Justiça no cumprimento dos mandados”, falou o comandante.

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Policiais militares também apreenderam documentos em Natal (Foto: Jorge Talmon/G1)
Fonte: G1 RN e Tribuna do Norte

 

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