A contação de histórias poderia entrar na grade curricular das escolas e se tornar mais uma disciplina, uma matéria. Essa é a opinião da educadora e escritora Kátia Vieira, que há 15 anos é contadora de histórias e fez disso um aliado que ampliou a atuação do seu ofício. “Criança que ouve histórias amplia o vocabulário e melhora a linguagem”, diz. Para ela, o ideal é começar a atividade para as crianças a partir de 2 anos de idade. Nesta fase, elas já começam a repetir e aprender o significado das palavras.
De acordo com a educadora, criança acostumada a ouvir histórias tem grande chance de se tornar um consumidor de livros. Escutar contos relatados por uma ou mais pessoas amplia a imaginação, aguça a curiosidade e coloca os pequenos em contato com suas próprias emoções.
Seu público, antes restrito ao ambiente familiar, se espalha por espaços onde a abertura de experimentações lúdicas auxilia na arte de educar. Nos últimos três anos Kátia desenvolve o “Projeto Coleção Edelweiss”, que distribui livros de sua autoria em escolas estaduais e municipais, além de entidades assistenciais e comunidades carentes. O projeto conta com o incentivo do Ministério da Cultura através da Lei Rouanet.
O ato de ouvir “cria movimento nas emoções que se traduzem em atitudes”. O assunto carece atenção dos pais. “Mesmo atribulados com a falta de tempo e os compromissos com o trabalho, os pais deveriam investir ao menos 5 minutos por dia com seus filhos para contação de histórias”, conclui a educadora.
Incentivo à leitura
Histórias Viajantes é uma atividade desenvolvida pela Sociedade Pró Menor, em Campinas, uma entidade que recebe crianças e adolescentes fora do período do seu horário escolar. A instituição atende cerca de 90 crianças e adolescentes na faixa de idade entre 6 a 14 anos em atividades lúdicas e de educação informal.
Para participar do projeto é preciso que os meninos e meninas façam a leitura de livros e, a partir dessa leitura, selecionem as histórias que desejam contar para outras pessoas. Depois de absorver o enredo do livro escolhido, o contador vai compartilhar com outras pessoas.
Modesto Fávero Neto, um dos fundadores do Pró Menor, fala que já levou a criançada em excursão a outros colégios para levar as histórias. “É muito interessante o efeito da contação de histórias. A criança que ouve depois tem vontade de ler”, comenta. A biblioteca tem um acervo variado com publicações com temas de aventura, literatura, ficção e infantil.
Com informações do Portal Terra