Meu nome é Moab Fernandes, médico veterinário e responsável técnico pela inspeção do Abatedouro Público Municipal de Upanema. Venho através dessa, orientar a população quanto a compra de produtos inspecionados e com a qualidade garantida, pois apesar do grande investimento realizado nas instalações do abatedouro visando a melhoria das condições de higiene dos produtos oferecidos à população, ainda tem comerciantes realizando abates clandestinos. Infelizmente não é possível deixar fiscais 24 horas por dia monitorando a chegada desses produtos oriundos de abate clandestino nos comércios, pois essas práticas são realizadas geralmente nas madrugadas.
Os abates são realizados nas terças, sextas, sábados e domingos, às 4 horas da manhã. É mobilizado uma equipe de 12 pessoas, com todas as normas de higiene estabelecidas pelos órgãos competentes de fiscalização são adotados, tudo isso visando um produto com maior qualidade possível para à população.
Várias são as doenças que podem ser transmitidas pela ingestão de produtos cárneos contaminados, que podem causar grande impacto na saúde individual, como na saúde coletiva. Dentre as principais doenças podemos destacar as doenças animais que podem ser transmitidas para o ser humano (Zoonoses), que são a Tuberculose e a Brucelose, de origem parasitária como a Teníase (Solitária) que podem acometer o ser humano devido o consumo de carnes contaminadas com Cisticercose (Pipoca), e as toxinfecções alimentares de origem microbiana ocasionada pelo consumo de carnes contaminadas com bactérias, principalmente Salmonella, Shigella, Staphylococcus, clostridioses etc. Além disso, existe fatores que podem comprometer a qualidade dos produtos cárneos, como os hematomas, fibroses, abscessos hepáticos, gânglios hipertrofiados, reações vacinais locais, aderências, nódulos, dentre outros.
A população também tem um papel importante no combate a essa prática, pois é quem detém o poder de compra. Se o consumidor não adquirir produtos oriundos de abate clandestinos, que não foram inspecionados e de origem duvidosa, essa prática vai acabando. A identificação das carcaças que são manipuladas e inspecionadas no abatedouro público é bastante fácil, elas são identificadas com um corante comestível na parte interna das costelas de todos os 4 quartos do animal abatido, além disso o consumidor pode procurar algum dos colaboradores e tirar alguma duvidas de quais comerciantes abateram animais na decorrente semana.