Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e cientistas das universidades de Columbia e do Texas, ambas nos Estados Unidos, detalham, na última edição da revista Cell, os resultados do maior estudo realizado sobre os perfis moleculares de gliomas. A partir das análises, eles propõem que essa classe de cânceres no cérebro seja dividida em sete subtipos, não em quatro, como atualmente (veja arte). A nova classificação, defendem, permitiria que médicos prescrevessem tratamentos mais eficientes e direcionados ao tipo específico de tumor.
Gliomas representam 80% dos tumores cerebrais malignos. Agressivos, são divididos conforme a severidade em quatro graus, sendo que os últimos três compreendem os tumores incuráveis. Embora a divisão atual seja bem estabelecida pela Organização Mundial da Saúde, ela nem sempre é precisa. Pacientes com tumores classificados como de grau IV podem sobreviver mais tempo que o esperado, mas acabam submetidos a tratamentos debilitantes que deixam sequelas. Outros com tumores de graus I e II podem viver menos do que o previsto no prognóstico, o que significa que o comprometimento era maior do que definia a classificação.