PARA ASSISTIR À POSSE DE DILMA, MILITANTES QUE VIERAM DE SERGIPE PASSARAM TRÊS NOITES EM IMÓVEL DE ROGÉRIO CARVALHO (PT-SE). REGRA PROÍBE A PRÁTICA
A dificuldade do PT em atrair militantes para a posse de Dilma Rousseff em seu segundo mandato eram conhecidas. O esforço para levar petistas a Brasília incluiu o aluguel de ônibus, o pagamento de alimentação e a realização de shows de artistas como a cantora Alcione. Ainda assim, a presença de público foi apenas um terço do previsto, que era de 30.000 pessoas.
Alguns representantes do PT valeram-se de expedientes mais radicais: o deputado Rogério Carvalho (PT-SE) cedeu seu apartamento funcional, bancado pela Câmara, para um grupo de aproximadamente vinte militantes que partiram de Sergipe para assistir à posse. A informação foi divulgada pela ONG Contas Abertas, parceira do site de VEJA.
O grupo de petistas chegou de Sergipe no dia 30 de dezembro, em um ônibus fretado, e partiu de volta em 2 de janeiro. O veículo permaneceu estacionado em frente ao prédio, na Asa Norte de Brasília, a poucos minutos do Congresso Nacional.
As regras da Câmara vetam o uso de imóveis funcionais por pessoas que não sejam o deputado e sua família. “O imóvel destinar-se-á exclusivamente à residência do Deputado e de seus familiares, vedada a cessão ou transferência a terceiros, a qualquer titulo”, diz o Ato da Mesa Diretora número 5 de 2011.
Nas imagens que registram o albergue petista é possível ver uma toalha pendurada na janela, o que também contraria outra regra dos imóveis funcionais. Apesar de ter emprestado o apartamento aos militantes, o próprio Rogério Carvalho não fez questão de comparecer à posse de Dilma: ele preferiu viajar à Europa.
O site de VEJA tentou contato com o parlamentar por meio do gabinete e do telefone celular, mas não obteve resposta. Ao Contas Abertas, o petista disse não ver problema no episódio: “O meu apartamento recebe gente do Brasil inteiro durante todo ano. São pessoas convidadas por mim, pessoas que militam, que participam de eventos e que não têm dinheiro para pagar os altos preços das hospedagens em Brasília”.
Fonte: Revista Veja