Mudou o rival, mas a história da Taça Guanabara se repetiu. Com duas defesas nas decisão por pênaltis contra o Fluminense, neste domingo, no Engenhão, o goleiro Felipe voltou a ser o herói rubro-negro ao garantir a classificação do Flamengo para a final da Taça Rio, assim como já tinha feito contra o Botafogo, no primeiro turno, e também na semifinal. A vitória por 5 a 4 nas penalidades, após empate em 1 a 1 no tempo normal, deixa o clube da Gávea em condições de garantir o título carioca já no próximo domingo, na final do segundo turno, contra o Vasco. Já o time de São Januário terá de superar o adversário para depois reencontrá-lo na decisão do campeonato.
Na longa série de penalidades, com sete cobranças para cada lado, o ex-tricolor Thiago Neves, que havia marcado o gol de empate no segundo tempo, teve a chance de decretar a vitória nos pênaltis mas parou em Ricardo Berna, levando a decisão para a série alternada. Só que Felipe, que já tinha pego o chute de Felipe, defendeu também o de Tartá. Em seguida, Diego Maurício, com uma bela cobrança, garantiu a vitória, tornando-se o segundo herói rubro-negro da noite. E o dia era mesmo do atacante: ele foi escalado de última hora no lugar de Ronaldinho Gaúcho, que foi vetado pouco antes do jogo, ainda sentindo dores no joelho esquerdo.
O primeiro tempo foi disputado em capítulos. O primeiro durou 11 minutos, até cair a energia no Engenhão. E foi animado: o Flamengo começou atacando e com três minutos já tinha chutado duas vezes, com Renato Abreu e Leo Moura. O Flu acordou e também levou perigo: lançado pela direita, Rafael Moura chega na frente de Felipe e cruza para Fred, que cabeceia por cima. Aos sete, o primeiro lance polêmico: Rafael Moura recebeu livre na meia-lua e saltou na dividida com Felipe. O árbitro Péricles Bassols viu simulação no lance e puniu o atacante tricolor com cartão amarelo do jogo. Logo depois, o Flamengo perdeu Leo Moura, que se contundiu numa dividida com Conca e deu lugar para Galhardo, pouco antes do apagão.
A longa parada para restabelecimento da energia não esfriou o Fluminense. Aos 16, Rafael Moura obrigou Felipe a defender em dois tempos o chute da entrada da área. Foi só um ensaio até mais uma interrupção, para o tempo técnico, desnecessário naquele momento. Quando a bola voltou a rolar, enfim Rafael Moura venceu o duelo com Felipe, embora num lance irregular, aos 21 minutos: Marquinho cobrou falta da esquerda, Gum ajeitou de cabeça e o atacante tricolor, impedido, completou para o gol, também de cabeça. O Flu poderia ter ampliado aos 29, em chute de esquerda de Fred bem defendido por Felipe.
Só então o Flamengo conseguiu voltar a atacar. Aos 34, Thiago Neves deixou Diego Maurício livre na área mas Ricardo Berna espalmou o chute cruzado, e Edinho se antecipou a Wanderley para impedir o rebote, na melhor chance rubro-negra na primeira etapa.
Insatisfeito, o técnico Vanderlei Luxemburgo fez suas últimas duas mudanças: Deivid e Bottinelli entraram nas vagas de Wanderley e Fernando. Mas foi o Fluminense quem continuou pressionando. Logo aos dois minutos, Felipe fez duas defesas seguidas, na falta cobrada por Fred e no rebote de Mariano. Aos 11, a bola sobrou limpa para Fred na área mas o goleiro rubro-negro desviou para escanteio com as pernas.
Refeito dos sustos, o Flamengo enfim começou a equilibrar o jogo. Thiago Neves teve boa chance aos 14, mas bateu para fora. Na segunda tentativa, saiu o empate: Willians lançou para a área e o camisa 7 rubro-negro cabeceou sem chances para Ricardo Berna. O gol animou o time da Gávea, que viveu seu melhor momento na partida. Aos poucos, porém, o Fluminense se reorganizou e teve o segundo nos pés de Marquinho, aos 36, mas o meia, livre na entrada da área, chutou por cima do gol de Felipe. Aos 42, o goleiro salvou mais uma, saindo nos pés de Araújo, no último lance de perigo do jogo.