Deu em Ricardo Noblat:
A presidente Dilma Rousseff tem um caminho bem mais acidentado para conseguir a reeleição do que teve em 2010, especialmente pelo desejo de mudança que as pesquisas eleitorais vêm captando entre cerca de 70% dos eleitores.
Mas a oposição também não tem tido capacidade, até o momento, de atrair esse eleitorado descontente, o que faz com que Dilma permaneça na liderança da corrida presidencial e o índice de votos em branco e nulos se apresente extremamente alto para esta época da campanha, beneficiando quem está à frente da corrida, pois precisará de menos votos válidos para vencer.
Na pesquisa realizada em julho pelo Ibope, o índice de votos em branco e nulos ficou em torno de 16%, mais que o dobro do encontrado na mesma época em 2010, no registro da diretora daquele instituto, Marcia Cavallari. Não é à toa, portanto, que os oposicionistas começam a se preocupar com essa tendência, que pode representar tanto falta de interesse pelas eleições como desencanto com a política.
A não identificação dos eleitores com os candidatos oposicionistas é uma questão a ser atacada nas propagandas eleitorais de rádio e televisão, mas o candidato tucano Aécio Neves prepara-se para fazer uma campanha especial contra o voto nulo e em branco, esclarecendo que ele beneficia geralmente os candidatos contra quem se quer protestar, na suposição de que o protesto sempre será em maior escala contra os que estão no governo.