CRIVELLA NEGA VÍNCULO ENTRE SUA INDICAÇÃO E APOIO DE EVANGÉLICOS AO GOVERNO DILMA

REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA BRASIL

Novo ministro da Pesca e Aquicultura disse que os evangélicos apoiaram a eleição do ex-presidente Lula, nos dois mandatos, e a maioria votou em Dilma Rousseff em 2010.
 Marcelo Crivella, o novo ministro da Pesca e Aquicultura (Foto: Antonio Cruz/ABr)
O senador Marcelo Crivella (PRTB-RJ) negou que haja qualquer vinculação de sua indicação para o Ministério da Pesca e Aquicultura a um possível descontentamento da bancada evangélica com o governo. O senador disse, porém, esperar que a bancada evangélica “siga o governo”.
Ressaltando que sempre trabalhou na bancada para “dirimir controvérsias”, Crivella disse que os evangélicos apoiaram a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nos dois mandatos, e a maioria votou em Dilma Rousseff em 2010.
Pouco antes de receber os jornalistas, o senador conversou rapidamente, por telefone, com a presidente Dilma. “Em nenhum momento da conversa”, disse Crivella, a presidente vinculou sua escolha para o ministério ao apoio da bancada ou às eleições municipais em São Paulo, onde o PRB apoia a candidatura do ex-deputado Celso Russomano a prefeito.
O senador recebeu o convite de Dilma no último fim de semana e disse que “terá muito o que aprender” no setor. Crivella pretende dar à pasta da Pesca visibilidade equivalente à do Ministério da Agricultura. Surpreso com o fato de o Brasil, com sua dimensão continental e rico em água doce, ter apenas 1.475 engenheiros de pesca, o senador afirmou que terá como desafio estruturar “uma Embrapa da pesca”.
Segundo apurou o colunista de ÉPOCA, Felipe Patury, as lideranças do PT não sabiam da indicação de Crivella. Entre os que foram pegos de surpresa estão o presidente do PT, Rui Falcão, e o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza. Quem também se surpreendeu com a entrada do PRB no governo foram as lideranças do PR, que já negociava um cargo para retornar à base aliada. 
Segundo o senador, na conversa de hoje, Dilma Rousseff lembrou os trabalhos sociais que ele liderou na África, quando era evangelizador da Igreja Universal do Reino de Deus. “A presidenta lembrou que a [atividade da] pesca envolve milhares de pessoas no Brasil, especialmente os mais pobres. E me pediu que atuasse [no ministério] como trabalhei durante dez anos na África.”, afirmou Crivella.

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