Um dia após a derrota nos pênaltis para o Paraguai, que provocou a eliminação nas quartas de final da Copa América, o técnico Mano Menezes fez nesta segunda-feira um balanço do trabalho na sua primeira competição oficial, quando completou um ano no comando da seleção brasileira. Em entrevista coletiva em Campana, na Argentina, ele valorizou a evolução mostrada pelo time nesse período e prometeu um Brasil forte na Copa do Mundo de 2014.
Respaldado pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que garantiu a sua continuidade no cargo após a eliminação na Copa América, Mano disse que tem uma ‘autocrítica muito firme’. ‘O Brasil não vai chegar em 2014 cambaleando. Se sentir que em determinado momento não for chegar firme, eu vou dizer’, afirmou o treinador, que, no entanto, fez uma ressalva, citando as dificuldades da Argentina nos últimos anos para dizer que não adianta ficar trocando de comando toda hora.
Mano também defendeu o trabalho que realizou neste primeiro ano na seleção. ‘Poderíamos não vencer, como não vencemos, mas teríamos que sair da Copa América e vermos evolução. É dessa forma que estamos saindo daqui. O que fica da Copa América é que entramos de uma maneira e saímos melhor’, disse o treinador. ‘É preciso ter equilíbrio na hora que o resultado não aparece. Essa é a hora mais perigosa, quando você tem a tendência de, pela derrota ou resultado que não veio, achar que não está bom, destruir tudo e recomeçar do zero.’
Ao comentar a eliminação, Mano lembrou que o Brasil fez contra o Paraguai ‘o melhor jogo da competição’. ‘Criamos nove oportunidades claríssimas de gol, mais três próximas disso. E não conseguimos converter. Se tivéssemos marcado um, estaríamos falando como a seleção jogou bem’, avaliou o treinador, reforçando que não viu descontrole emocional dos jogadores pelos quatro pênaltis perdidos. ‘Esse caso específico teve um agravante, porque o local da cobrança estava em péssimas condições. Mas falhamos no momento das penalidades máximas. Você errar quatro penalidades em quatro cobranças não tem justificativa.’
Apesar disso, Mano acredita que começou a implantar a filosofia que espera ver na seleção brasileira: jogando sempre no ataque e buscando o gol, como protagonista da partida. ‘Se continuarmos fazendo isso como cultura de jogo, certamente vamos fazer muitos gols’, avisou o técnico. ‘Temos que fazer o resultado porque ele é parte importante do futebol, mas é pouco para aquilo que o torcedor brasileiro quer. Ele quer mais, quer ver a seleção jogando bem. É atrás disso que também vamos ir.’