Do Novo Jornal
A empresa Delta Construções S/A manteve R$ 170 milhões em contratos com o DNIT entre 2003 a 2010, período em que o órgão foi controlado pelo PR. A construtora é investigada pela Polícia Federal por suspeita de corrupção e envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Das oito obras tocadas no período, apenas duas ainda não foram concluídas: o serviço de construção e adequação da BR-110, no trecho que liga Mossoró a Campo Grande, orçada em R$ 84,3 milhões; e o trabalho de manutenção da BR-304, etapa entre Natal e Angicos, avaliado em R$ R$ 44,3 milhões.
No caso da obra da BR-110, o contrato foi firmado em dezembro de 2010, quando a gestão ligada ao PR já havia sido exonerada do órgão. No entanto, a Delta venceu a licitação ainda na época em que o superintendente do DNIT era Fernando Rocha.
Na BR-304, a atual direção do DNIT, formada por técnicos concursados, identificou algumas irregularidades como a não inclusão de uma fibra vegetal que deveria ser usada como insumo no microinvestimento asfáltico. A Delta recebeu R$ 682.583,41 referente ao uso da fibra e nunca usou por um motivo simples: a fibra deixou de ser produzida em 2008, um ano antes do início do contrato, em 10 de junho de 2009.
Nessa época, o DNIT ainda era dirigido pela cúpula ligada ao deputado federal João Maia (PR) e que foi presa na operação Via Ápia, entre eles o ex-superintendente do DNIT, Fernando Rocha, e o ex-chefe de engenharia Glédson Golbery de Araújo Maia, sobrinho do deputado.
– Publicado por Robson Pires