Meteorologistas afirmam que apesar da mudança climática, cenário de chuvas não é animador – Cacau
As previsões para o período chuvoso na região Nordeste, que contempla os meses de fevereiro a abril, não são nada animadoras. O prognóstico foi anunciado durante o XV Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino, que aconteceu em Fortaleza, entre os últimos dias 20 e 21. As expectativas dos meteorologistas apontam 40% de probabilidade de as chuvas ficarem abaixo da média.
“Afirmar que teremos novamente um ano de seca é muito agressivo, mas a situação está complicada, o cenário não é animador. A possibilidade de chuvas na média até abril é de 35% e acima da média é de 25%. Ou seja, poderemos ter um período chuvoso normal ou abaixo do normal”, sintetiza o meteorologista José Espínola.
Conforme divulgado durante o XV Workshop Internacional de Avaliação Climática, as condições da atmosfera e dos oceanos não evoluíram para um quadro positivo, persistindo uma neutralidade nas temperaturas do Pacífico, o que ocasiona uma tendência de configuração desfavorável às chuvas.
“O grande problema é a distribuição das chuvas. Se chover pouco, mas se houver uma boa distribuição, tudo bem. Agora vejamos o exemplo do ano passado, quando em Mossoró, somente no dia 19 de abril, choveu quase 200 milímetros durante 10 horas. Nesse caso, a chuva não irá servir para os agricultores”, explica José Espínola.
A expectativa de chuvas abaixo da normalidade significa uma média para Mossoró inferior a 700 milímetros no ano. Para se ter uma ideia, em 2012 choveu menos de 200 milímetros, caracterizando o ano como extremamente seco. Já em 2013 foram registrados pouco mais de 470 milímetros, classificando o ano como seco.
Nas últimas semanas, as mudanças climáticas na cidade animaram a população e os agricultores, que depositam em 2014 a esperança de um ano chuvoso. “Algumas localidades poderão ter chuvas dentro da normalidade, mas diferentemente do que os agricultores acreditam, que em anos com final quatro as precipitações são generosas, este ano não se trabalha com essa probabilidade”, conclui José Espínola.
Indicativos da meteorologia e situação dos mananciais preocupam autoridades
Devido às previsões e à situação atual dos mananciais e abastecimento de água, o Governo do Estado deverá estabelecer um planejamento para prolongamento do uso da água. Hoje haverá uma reunião do Comitê da Seca para análise dos dados de previsão divulgados na reunião.
Em todo o Estado, os principais reservatórios já causam preocupação. Em Pau dos Ferros, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos registra o volume de 11,24% da capacidade. No Itans, localizado em Caicó, o volume está em 11,24%.
A Barragem Engenheiro Armando Ribeiro, a maior represa de água do Rio Grande do Norte, se encontra no pior nível desde sua construção, em 1983, 34,28% de sua capacidade. Pela baixa nos reservatórios, 14 cidades, nas regiões do Alto Oeste e Seridó, continuam com seus reservatórios em colapso de abastecimento de água.
Fonte: Jornal O Mossoroense