Grupos de Mineiro e Fátima no ring judicial
Uma liminar judicial impediu a reunião do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores, na manhã deste sábado, no Hotel Maine. A reunião foi convocada para avalizar a decisão da comissão executiva, que referendou a vitória de Eraldo Paiva no Processo de Eleições Diretas (PED) de 2013, no Rio Grande do Norte. A discussão principal é sobre a regularidade das alterações da composição de 9 dos 47 cargos do diretório, mudança está realizada pelo grupo próximo ao deputado Fernando Mineiro, que já comanda o partido na esfera regional, na noite de sexta-feira. Os próximos capítulos da discussão ainda não estão definidos.
A concorrência pelo comando do partido está cada vez mais acirrada. Além de tomar os rumos da discussão perante a sociedade e meios de comunicação, até liminar judicial foi requerido. Ontem os militantes do partido, membros do diretório, se direcionaram ao Hotel Maine para reunião marcada às 9h.
Já eram 10h e a espera era pelo preenchimento do quórum; dos 47 membros apenas 20 registravam assinatura. Quando todos adentraram ao auditório, não permitindo o acesso a imprensa, e parecia dar início a reunião, minutos após saíram anunciando o cancelamento da reunião, por causa de uma liminar judicial assinada por uma pessoa física ligada a chapa “Novo Tempo”.
Olavo Ataíde, candidato da chapa “Novo Tempo”, alega que as nove substituições no diretório estadual se deram de maneira ilegal. “Foi uma mudança irregular feita para mudar o rumo do diretório. A substituição foi feita para alterar a votação. Uma substituição a revelia”, aponta o candidato. A situação ocorre porque o grupo ligado à deputada Fátima Bezerra, esperava se consagrar vitorioso com a reunião do diretório estadual, instância na qual tinha maioria. Com a mudança, a vantagem foi perdida.
Ele ainda relata que os critérios para substituição não foram atendidos. “Dizem que tiveram reunião da chapa. Mas existem mais critérios. O documento veio assinado por uma pessoa da chapa e deve ser no mínimo por duas. Além disso, depois deve ser encaminhado para o diretório avalizar, o que não ocorreu”, declara.
Já Eraldo Paiva, candidato eleito presidente do partido, estava tranquilo e sossegado. Sorridente afirmava que tudo foi dentro da legalidade e não estava preocupado com reviravoltas. “Temos tudo resolvido, aprovamos os recursos ontem e é o que vale. Eu sou o presidente”, assume. “É o desespero do concorrente que perdeu. Eles sabem que tudo está correto. As alterações da chapa são pré-requisito da própria chapa. Eles deviam saber disso, se não, mostra um despreparo”.
Na noite de ontem, a comissão executiva acatou uma pequena parte dos 29 recursos interpostos pelas duas chapas concorrentes. Quanto a recontagem de votos, Paiva acredita que a vantagem sobre o oponente foi ampliada. Direcionada à instância estadual, o grupo ligado à Fátima Bezerra, chapa “Novo Tempo”, acreditava que poderia vencer. Após o cancelamento da reunião a chapa oponente se reuniu, mas não havia previsão para novas medidas, ou sobre o que seria feito adiante a situação.
Fonte: Blog do Aldo Araújo