O Sistema Faern/Senar, em parceria com órgãos estaduais e federais, tem intensificado esforços para conscientizar os produtores rurais do Rio Grande do Norte sobre os perigos do cancro cítrico. Essa doença causada pela bactéria Xanthomonas citri representa uma séria ameaça à citricultura local, com impactos devastadores na produção de laranja, limão e tangerina, por exemplo, e consequentemente na economia do estado.
Os primeiros sinais da doença incluem lesões com aspecto enferrujado nos frutos e pontos escuros nas folhas, sintomas que demandam atenção imediata dos produtores para evitar a disseminação. Caso o produtor perceba esses sinais em sua propriedade, deverá entrar em contato imediatamente com o Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária (Idiarn) pelo WhatsApp (84) 99147-6645.
A transmissão do cancro cítrico pode ocorrer de diversas formas, como por meio da água, do ar, de ferramentas contaminadas e até mesmo por insetos. Qualquer ferimento nas plantas cítricas pode servir como porta de entrada para a bactéria, aumentando a vulnerabilidade dos pomares.
Diante dessa realidade, o Sistema Faern/Senar tem promovido junto aos produtores campanhas de educação que destacam a importância de medidas preventivas, como a instalação de quebra-ventos, a sanitização rigorosa de ferramentas e o uso de defensivos à base de cobre durante a estação chuvosa.
“É importante que os produtores fiquem atentos, a fim de que possamos identificar a doença e diminuir o potencial de transmissão dessa praga, para que ela não afete outras áreas sem ocorrência e, assim, o Rio Grande do Norte possa voltar a comercializar com outros estados de maneira irrestrita”, reforçou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do RN (Faern), José Álvares Vieira.
CONSEQUÊNCIAS
Apesar das medidas preventivas, as consequências de um surto de cancro cítrico podem ser devastadoras para os produtores. A queda na produção, a perda de valor comercial dos frutos e a consequente diminuição no faturamento são realidades enfrentadas por aqueles que não conseguem controlar a doença. Infelizmente, não há tratamentos curativos disponíveis; as ações preventivas são a única forma de proteger os pomares e mitigar os danos.
Atualmente o Rio Grande do Norte enfrenta restrições comerciais devido à incidência do cancro cítrico. Estados como a Bahia, onde não há registros conhecidos da doença, têm evitado a compra de frutas cítricas potiguares, limitando o mercado e reduzindo as oportunidades de exportação. Isso reforça a importância das ações coordenadas pelo Sistema Faern/Senar, que busca não apenas proteger os pomares locais, mas também preservar a viabilidade econômica do setor.
MITIGAÇÃO
Os esforços atuais estão focados em tornar o Rio Grande do Norte uma área de mitigação de risco, visto que tornar o estado uma área livre do cancro cítrico depende do surgimento de um tratamento curativo específico. Desse modo, essa abordagem visa controlar a doença de maneira eficaz, reduzindo sua disseminação e minimizando os impactos negativos na economia local.
O trabalho do Sistema Faern/Senar em parceria com órgãos como a Secretaria de Agricultura e o Idiarn, além do apoio do Ministério da Agricultura, tem sido fundamental para educar e conscientizar os produtores sobre a gravidade do cancro cítrico. As ações em curso demonstram o compromisso dessas instituições em proteger a citricultura potiguar e garantir a sustentabilidade do setor frente aos desafios impostos pela doença.