JULHO VERDE ALERTA SOBRE CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO

Especialista do Hapvida explica formas de prevenção e evolução nos tratamentos que elevam as chances de cura quando descoberta nos estágios iniciais

Em 27 de julho é celebrado o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, tipo da doença que atinge cerca de 43 mil novos casos anualmente, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). O lema da campanha em 2019 é “O câncer está em nossa cara, mas às vezes não se vê”.

De acordo com o cirurgião de cabeça e pescoço do Hapvida, Tomás Garcia, a especialidade trata de enfermidades benignas e malignas nessa região, as quais incluem doenças como câncer de pele da face do pescoço e couro cabeludo; doenças da boca, laringe, faringe, amígdalas, base da língua, esôfago cervical, da tireoide, bem como doenças congênitas, da cavidade nasal e paranasais. 

“Falando especificamente do câncer de cabeça e pescoço, em termos de dados epidemiológicos, temos o câncer que afeta a área aerodigestiva, que começa no câncer de lábio, boca, laringe e faringe, e o câncer de tireoide, que é o prevalente nessa área”, explica o cirurgião.

O cirurgião alerta que atualmente os principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento da doença são tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e, atualmente, o crescente número de casos de infecção crônica pelo HPV (papilomavírus humano).

Sintomas

De acordo com o cirurgião, o principal sintoma do câncer de cabeça e pescoço é o aparecimento de um ferimento na gengiva, língua e na garganta, seguido de dor crônica e queimação que dura, geralmente, mais de três a quatro semanas. “Quando você tem um ferimento que não cicatriza espontaneamente dentro desse tempo, é um indicativo de procurar um especialista e investigar”, alerta.

Tomás Garcia explica que o câncer de cabeça e pescoço é mais prevalente no sexo masculino e as razões são pelo hábito do fumo, onde há maior número de adeptos e também porque as mulheres tendem a ser mais cuidadosas com exames de rotina.

“O câncer da área aerodigestiva é mais prevalente no homem. No entanto, o câncer da tireoide acomete mais as mulheres e, nas estatísticas, geralmente ele fica entre os cinco primeiros no sexo feminino, atrás somente do câncer de útero, mama, gastrointestinal e pulmão”, detalha o especialista.

Tratamento

 O médico esclarece que se trata de um tratamento multimodalidade, onde a principal maneira de cuidar é por meio de procedimento cirúrgico na área afetada pelo câncer, associado à radioterapia e quimioterapia. “A escolha do tratamento vai depender do tipo de câncer, da localização e o estadiamento do câncer, ou seja, o quanto está evoluído”, garante Tomás.

Prevenção

O médico Tomás Garcia explica que a literatura esclarece que infecção pelo HPV está relacionada ao câncer de orofaringe, que acomete a região das amígdalas e atualmente também pode causar o câncer de boca.

“O HPV tem sido um dos principais causadores do câncer de boca e orofaringe, junto ao hábito de fumar e beber. Por isso, para prevenir, é fundamental que abandone esses maus hábitos do tabagismo e etilismo, bem como praticar sexo de forma segura e vacinar as crianças e adolescentes contra o HPV, a qual é uma ação que renderá bons frutos no futuro”, afirma.

Julho Verde

Para conscientizar os brasileiros, em especial os homens – população que sofre com a maior incidência da doença – a Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG) Brasil criou a campanha Julho Verde, que marca o mês de conscientização e prevenção desse tipo de câncer.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelam que o câncer de cabeça e pescoço representa 4% do total de todos os tipos da doença no Brasil. São cerca de 43 mil novos casos anualmente, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Trabalhos brasileiros demonstram que cerca de 7% da população pode ter infecção pelo HPV detectada na boca.

Ainda segundo o INCA, no biênio 2018/2019, serão 11.200 casos na região da cavidade oral, 6.390 na laringe, 8.240 no esôfago e 1.570 na tireoide. Entre as mulheres, a cavidade oral representará 3.500 casos, 1.280 casos serão diagnosticados na laringe, 2.550 no esôfago e 8.040 casos na tireoide.

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