O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba desde abril (Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Estadão Conteúdo)
Petista é acusado pelos procuradores por doação de R$ 1 milhão de empresa ao Instituto Lula. Repasse teria envolvido influência de Lula na Guiné Equatorial
A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo apresentou à Justiça nesta segunda-feira, 26, denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por lavagem de dinheiro no recebimento de 1 milhão de reais em uma doação do grupo ARG ao Instituto Lula. Segundo os procuradores, o valor foi repassado à instituição que leva o nome de Lula após o petista influenciar decisões do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, que favoreceram a empresa no país africano.
Os procuradores do Ministério Público Federal em São Paulo denunciaram também o empresário Rodolfo Giannetti Geo, controlador do grupo ARG, pelos crimes de tráfico de influência em transação comercial internacional e lavagem de dinheiro. Lula também seria acusado de tráfico de influência, mas, como os supostos crimes ocorreram entre setembro de 2011 e junho de 2012 e o petista tem mais de 70 anos, o delito prescreveu em relação a ele.
Em seguida, o ex-ministro do Desenvolvimento Miguel Jorge escreveu para a diretora do Instituto Lula, Clara Ant, que o petista pretendia falar com Geo sobre a atuação da ARG na Guiné Equatorial. No e-mail, Jorge disse a Clara que a empresa estava disposta a fazer uma doação em dinheiro “bastante importante” ao instituto.