As pessoas surdas encontram diversos obstáculos para acessar alguns direitos, a comunicação é um desses desafios. Apesar de 16,7% de a população brasileira ser de deficientes auditivos, e de 3 a cada 200 bebês nascerem surdos, segundo os dados do IBGE, a educação inclusiva, ou o estudo de libras ainda não acontece na maioria das escolas. No Brasil, os surdos utilizam a linguagem de Libras para se comunicar, reconhecida desde 2002. O psicólogo Vitor Matos, do Hapvida, fala sobre os desafios dos pais ouvintes que tem crianças surdas.
“Entre os principais desafios, o primeiro é a não aceitação do diagnóstico da surdez, no qual muitos pais não se sentem à vontade de brincar com seus filhos pela falta do ouvir, tornando difícil sua interação com a criança. A superproteção acontece bastante por acreditar que o filho não vai se desenvolver, o que os levam a acreditar que o mesmo é um deficiente”, explica.
O especialista ainda acrescenta que outro desafio está na linguagem, no qual a criança surda está inserida, muitas vezes, em um ambiente em que a língua oral é predominante. “Muitos pais ouvintes, começam a ensinar gestos e mímicas para que a criança compreenda alguns comportamentos, no entanto, se não for uma escola que contribua para a aprendizagem em libras, acaba dificultando o processo e a criança apresentará dificuldades em se relacionar. Retrato também a importância do acompanhamento dos pais no processo educativo da criança, pois chegará um momento em que a criança aprenderá a libras, porém os pais ouvintes que não desenvolverem essa prática, poderão se sentir impotentes devido a falta de conhecimento desta língua, prejudicando sua relação com o filho”, ressalta.
O psicólogo aponta que as escolas que não adotam o método da educação inclusiva apresentam dificuldades em ensinar estudantes surdos. “São poucas as escolas e instituições que possuem um quadro de profissionais capacitados em atender esta demanda e auxiliam na aprendizagem do surdo, além da língua de sinais”, afirma.
O especialista destaca a importância da integração como uma forma de adaptar o aluno ao sistema preestabelecido.
“A colocação e valorização dos intérpretes, a capacitação dos professores, incluir profissionais como psicopedagogo e psicólogo nas escolas, melhorias nas estruturas das salas facilitam esse processo, além de sempre manter o diálogo com a família desses alunos, isso contribuirá com o desenvolvimento da criança surda, pois lidará com os aspectos cognitivos e comportamental, auxiliando no processo criativo e espontâneo do mesmo em lidar com as novas situações”, elucida.