Especialista explica como lidar com as divergências na internet e manter as amizades
Recentemente as discussões nas redes sociais têm se intensificado em resposta ao cenário politico. O espaço virtual se apresenta também como um lugar de disputa de ideias e não mais apenas para o entretenimento. No entanto, alguns debates têm ficado mais acalorados e resultando em conflitos e tensões até entre familiares e amigos próximos. Segundo Sarah Lopes, psicóloga do Hapvida, essas discussões estão cada vez mais frequentes, especialmente em época que se aproxima de eleições ou de alguma crise política no país.
“A sensação é como se estivéssemos em um divisor de águas, onde você deve, obrigatoriamente estar em um lado. Dessa forma, o que mais atrapalha nas relações é justamente quando você escolhe o lado diferente daquele de quem você ama, nesse ponto, o amor parece que desaparece, as afinidades são restritas a um único ponto político. Entretanto, o que podemos perceber é que as pessoas estão cada vez mais intolerantes em relação ao outro, e esta percepção é geral, de forma coletiva, tanto de um lado da política, quanto do outro. Porém, é preciso pensar diretamente sobre a produção de verdades, que necessariamente são relativas”, explica.
A especialista coloca que é importante que ao iniciar as discussões se tenha bom senso. Saber a hora de parar, de calar, ouvir, falar e refletir. “Não existe verdade absoluta, então devemos valorizar também o que nos entra pelos ouvidos, ou pela tela do computador, como se contribuísse para um saber, não para servir somente de oposição. Neste momento, é quando nos damos conta de que existe um consciente coletivo, onde as pessoas acabam por maximizar seus valores em um sistema muito maior do que está habituado. Assim, estas reflexões verbalizadas acabam tomando proporções gigantescas, esquecendo de que é preciso respeitar a opinião alheia sempre”, esclarece Sarah.
A psicóloga ressalta que a melhor forma de manter as relações mesmo entre os debates políticos é abordar os temas sem a pretensão ou a soberba de acreditar que é o detentor da verdade absoluta. “É preciso se informar, saber qual a fonte e, especialmente, não se fechar para nenhum dos lados, manter uma postura coerente com o que você pensa, sem necessariamente acreditar que quem pensa diferente é corrupto ou simplesmente não serve para a sua companhia.”, orienta.