RÉU EM PROCESSO NA COMARCA DE UPANEMA É CONDENADO PELA MORTE DE PRESIDENTE DO PT EM SERRA DO MEL

FABIO GALEGO CONFESSA TER MATADO EDINALDO FILGUEIRA USANDO DOIS REVÓLVERES

Cézar Alves/Editor

Três dos seis acusados de executar a tiros o jornalista Edinaldo Filgueira, no dia 15 de junho de 2011, no município de Serra do Mel confessam o crime, ao Tribunal do Júri Popular no Fórum Desembargador Silveira Martins, em Mossoró, na manhã desta quinta-feira, 5.

Juiz Vagnos Kelly, presidente do Tribunal do Júri

Francisco Fábio Ferreira, o Galego, de 25 anos, Paulo Ricardo da Costa, o Paulinho de 26 anos, e Abinadab Ismael Nunes Pereira da Silva, o Foguinho de 33 anos, disseram que mataram Edinaldo Filgueira por que este estava espalhando que eles eram assaltantes.

Os outros três negaram participação no crime. Já Ranielly Brito de Azevedo, o Galeguinho, de 31 anos, está foragido. Ficou para ser julgado em outra ocasião. A comerciante Cícera Soares da Silva, de 58 anos, teve o processo desmembrado. Vai ser julgada em outra ocasião.

Nesta quinta-feira, 5, estão sendo julgados.

Francisco Fábio Ferreira, o Galego, de 25 anos;

Paulo Ricardo da Costa, o Paulinho de 26 anos

Abinadab Ismael Nunes Pereira da Silva, o Foguinho de 33 anos;

Daniel dos Santos Azevedo, de 43 anos;

Marcélio de Sousa Moura, o Marcelo de 32 anos;

Rafânio Brito de Azevedo, o Alemão, de 32 anos.

O julgamento dos acusados de matar o jornalista Edinaldo Filgueira atraiu muitos moradores da Serra do Mel, entre familiares, amigos e filiados ao Partido dos Trabalhadores. Colocaram faixas nas imediações do Fórum Municipal pedindo que a Justiça fosse feita.

Os trabalhos foram abertos às 9h pelo juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros, com o sorteio dos sete jurados para compor o Conselho de Sentença. As 14 testemunhas e os 26 declarantes do processo foram todas dispensadas de prestarem depoimento em plenário.

Depoimentos

Francisco Fábio Ferreira, o Galego, de 32 anos, disse é agricultor e quando foi preso, em 2011, estava trabalhando como cobrador. Já é condenado por assalto de uma moto e aguarda julgamento na Cadeia Pública de Mossoró. Confessa que pegou a moto emprestada de Abinadabe para dá um ‘rolé’ na Vila Brasília da Serra do Mel e encontrou, por acaso, Edinaldo Filgueira e decidiu mata-lo usando dois revolveres. Disse que matou porque a vítima ficava dizendo na cidade que ele matava e assaltava. Após matar Edinaldo, Galego disse que foi para casa e lá pediu para ao amigo Marcélio dos Santos Moura escondesse as armas, pois desconfiava que a Polícia iria na casa dele, como de costume.

Paulo Ricardo da Costa, o Paulinho de 26 anos, disse que é pintor. Admite que responde por uma tentativa de homicídio e por outro homicídio na Serra do Mel. Confessa que participou da execução de Edinaldo Filgueira. Estava pilotando a moto. Ele contou que no dia estava bebendo com Galego num bar juntamente com Abinadad. Daí resolveram dá uma volta na cidade na moto emprestada por Abinadad procurando um bar para tomar ‘uma’. “Quando a gente ia passando na rua, Galego viu o ele e perguntou se topava e eu disse: ‘demorou’ (sorrindo)”. Paulinho disse que Galegou atirou com os dois revólveres. Ele aguarda julgamento na Cadeia Pública de Caraúbas.

Abinadab Ismael Nunes Pereira da Silva, o Foguinho de 33 anos de 33 anos, disse que é agricultor e que responde processo em Upanema e Campo Grande. Disse que pegou a moto emprestada de um amigo chamado Dejane e emprestou a Fábio e Paulo. Disse que não conhecia Edinaldo e que trabalhava entregando água para Rafânio Azevedo.

Rafanio Brito de Azevedo, de 32 anos, disse que é agricultor e que já é condenado por assalto a mão armada. Nega participação em quadrilha e nega ter matado Edinaldo Filgueira. Preso na Penitenciária Agrícola Mário Negócio, ele diz que conhecia Edinaldo Filgueira de vista e ele ficava falando mal dele. Diz que foi embora da Serra do Mel para Natal por que tudo que acontecia de ruim na Serra do Mel ele era acusado e não queria ver a mãe morta devido a isto.

Daniel dos Santos Azevedode 43 anos, comerciante, nega participação na morte de Edinaldo Filgueira. Disse era amigo de Edinaldo Filgueira e que se soubesse de alguma armação para mata-lo, teria intervido para evitar. Disse que tinha uma fotocópia e Edinaldo vendia resmas de papel. Disse que não tinha inimizade com Edinaldo. Era parceiro de trabalho. “Era uma pessoa de bem”, diz. Acrescenta que cansou de dar carona para ele e a mãe dele. Está preso desde a época do crime e pede justiça seja feita.

Marcélio dos Santos Moura, 1981, agricultor, também negou participação na morte de Edinaldo Filgueira. Disse que nunca se reuniu com ninguém para realizar crimes e que não tinha razão para matar Edinaldo Filgueira, o qual ele afirma não conhecer. Apenas de ouvir dizer. Admite responder crime de porte de arma e ter sido flagrado com as armas de Fábio Alemão e também com um espingarda calibre 12.

Acusação

O promotor Armando Lúcio Ribeiro e os assistentes de acusação, após os depoimentos que terminaram por volta de meio dia, tiveram 3 horas para expor aos sete jurados a participação de cada um dos acusados, pedindo ao final da condenação por homicídio qualificado. “Vou explicar em detalhes a participação de cada um”, especifica o promotor de Justiça.

Defesa

Os advogados Félix Gomes Neto, José Galdino (foto), Abrão Dutra e o defensor público José Alberto Silva Calazans terão igual período para defender a tese de defesa dos seis réus. Ao menos três réus, os advogados caminham para pedir a absolvição. Os outros três, que confessam participação no crime que ganhou repercussão nacional, vão pedir redução na pena.

O juiz Vagnos Kelly acredita que até meia noite os trabalhos sejam concluídos.

Fonte: De Fato – Mossoró

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