EMBAIXADA BRASILEIRA NA RÚSSIA RECEBE PEDIDO DE ASILO DE SNOWDEN

DE ACORDO COM O ITAMARATY, ‘NO MOMENTO NÃO HÁ INTENÇÃO DE RESPONDER’. SNOWDEN DELATOU MONITORAMENTO DO GOVERNO DOS EUA A DADOS NA INTERNET.

O Ministério das Relações Exteriores afirmou nesta terça-feira (2) que o Brasil recebeu pedido de asilo de Edward Snowden, ex-funcionário da CIA que delatou um sistema secreto de monitoramento de informações pessoais no qual o governo americano teria acesso direto a servidores de nove grandes empresas de internet.

A assessoria do Itamaraty informou que “no momento, não há intenção de responder” ao pedido de Snowden, que é procurado pelas autoridades norte-americanas.

Ainda de acordo com o Itamaraty, o pedido de asilo foi feito à embaixada brasileira em Moscou.

Snowden está desde 23 de junho na na área de trânsito do aeroporto da capital russa, onde chegou vindo de Hong Kong, onde havia se refugiado após fazer as revelações.

Ele está em um “limbo” jurídico, uma vez que não tem documentos para entrar em território russo.

Na segunda-feira, ele rompeu seu silêncio dos últimos dias e afirmou que, apesar da intensa pressão de Washington, se sente livre para divulgar mais informações confidenciais. Ele declarou ainda que se sente ilegalmente perseguido pelo governo americano.

Na véspera, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que seu país só concederia asilo a Snowden se ele abandonasse sua “atividade antiamericana”. Depois, um porta-voz de Putin disse que o norte-americano já cancelou seu pedido de asilo a Moscou.

Comunicado publicado no site “Wikileaks” diz que no domingo Snowden encaminhou às embaixadas de 21 países em Moscou o pedido de asilo.

Além do Brasil, o Wikileaks informou que os pedidos teriam sido feitos também para China, França, Irlanda, Áustria, Islândia, Bolívia, Cuba, Finlândia, Alemanha, Índia, Itália, Holanda, Nicarágua, Polônia, Espanha, Suíça e Venezuela, além de Equador, Rússia e Noruega.

Vários deles negaram o asilo a Snowden, argumentando razões técnicas.

Snowden ficou conhecido no início de maio, quando, por intermédio dos jornais “Guardian” e “Washington Post”, vazou documentos secretos que revelavam detalhes de programas de monitoramento do governo americano em telefonemas e internet.

O vazamento abriu uma crise no governo do presidente democrata Barack Obama e gerou intenso debate sobre a privacidade online.

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