Enquanto a população paga impostos abusivos – muitos trabalhando o dia inteiro e recebendo uma remuneração suficiente praticamente apenas para comer -, os Deputados Estaduais do Espírito Santos têm mordomia de sobra.
A prática – que foi extinta, em 2010, pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa Rodrigo Chamoun, mas agora voltou – é a de “lanchinho”, também conhecido como Coffe Break. O preço pago por esses lancinhos, que oferecem sucos, frios, pães integrais, é de mais de R$ 384 por sessão – um contrato feito pelo estado, projetou um gasto de R$ 34,9 mil até Dezembro, somente neste ano, o que daria, em média, o preço diário mencionado.
A Gazeta online tentou conversar com o presidente da Casa, mas ele somente respondeu, antes de desligar: “Me pergunte sobre política, sobre coisas importantes. Agora vou ter que falar de comida?”.
Paulo Marcos Lemos, diretor-geral da Assembleia, disse ao jornal eletrônico que “o lanche é algo simplório. É servido um pão light, um salada de frutas e um suco, no máximo. Isso depende da demanda do dia”.
“Às vezes o deputado sai de uma reunião de comissão e vai direto à sessão, sem tempo de almoçar. É uma questão de saúde”, acrescentou, dando referências a respeito da necessidade do serviço.
Entretanto, não são apenas os parlamentares os beneficiados. A Casa licitou, segundo a Gazeta, o suprimento de pó de café embalado a vácuo – 4 toneladas de primeira linha, com exigência de selo de qualidade – por quase R$ 53 mil. Tudo isso para os 1,3 mil servidores que lá trabalham, recebendo esses, além dos salários, R$ 800 de vale-alimentação. Sem contar os Deputados, que recebem R$ 20 mil mensais e diversos outros auxílios.
Lígia Ferreira é analista de sócio-mecanismos – Extraído do Folha Política