O governo da Coreia do Norte afirmou que só pode garantir a segurança das embaixadas e organizações internacionais no país até a próxima quarta-feira (10), informou nesta sexta a chancelaria britânica.
O governo britânico, citando a Convenção de Viena, advertiu que a Coreia do Norte tem obrigação de proteger as missões diplomáticas em meio à crescente tensão militar na região.
O Reino Unido disse que o pedido norte-coreano de que os países retirem seus diplomatas da capital, Pyongyang, faz parte da “retórica” norte-coreana contra os EUA.
“Acreditamos que os norte-coreanos adotaram esta atitude como parte de sua ofensiva retórica, segundo a qual os Estados Unidos são uma ameaça para eles”, prosseguiu.
O ministério confirmou que as autoridades britânicas foram interrogadas por Pyongyang sobre suas intenções de manter ou não a embaixada.
“Pelo que entendemos, os norte-coreanos querem saber se os funcionários das embaixadas têm a intenção de partir, mas do que aconselhá-los a partir”, disse a porta-voz do Foreign Office.
A fonte acrescentou que o Reino Unido está analisando “as próximas etapas” e não tem planos imediatos de retirada.
Os líderes das missões diplomáticas dos países da União Europeia presentes em Pyongyang devem se reunir no sábado na capital norte-coreana “para discutir uma posição comum e uma ação comum” sobre seus funcionários, anunciou à AFP o ministério búlgaro das Relações Exteriores.
Já o porta-voz da chancelaria russa, Denis Samsonov, disse que a Rússia estava examinando o pedido, mas não planejava a retirada imediata, e que não havia sinais externos de tensão na cidade.
A agência de notícias russa RIA afirmou, citando fontes diplomáticas, que as autoridades russas estão em contato com EUA, China e Coreia do Sul para avaliar a necessidade de retirada.
A tensão aumenta na região com as crescentes ameaças militares da Coreia do Norte, um fechado regime comunista liderado pelo jovem ditador Kim Jong-un, considerado “imprevisível” por analistas, aos Estados Unidos e à Coreia do Sul.
A Coreia do Norte transportou um segundo míssil de médio alcance para sua costa oriental e o instalou em um lança-mísseis móvel, informou a agência sul-coreana Yonhap.
A informação não foi confirmada, mas ela aumenta o temor de um disparo iminente que agravaria a situação já explosiva.
Pyongyang multiplica as ameaças de ataque há várias semanas em resposta à nova série de sanções da ONU depois de um teste nuclear em fevereiro -o terceiro realizado pelo país.
Alemanha
Ao mesmo tempo, a Alemanha anunciou que convocou o embaixador da Coreia do Norte no país para esclarecimentos, mostrando “inquietação” com o desenrolar da crise.
“O embaixador da Coreia do Norte foi convocado por ordem do ministro das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, ao ministério”, afirmou o porta-voz da pasta, Andreas Peschke.
“Informamos claramente que a recente escalada da Coreia do Norte, tanto no tom como no conteúdo, não é aceitável para o governo alemão”, disse Peschke.
Westerwelle aspira uma cooperação muito estreita com os sócios europeus e internacionais sobre a Coreia do Norte, completou, antes de lembrar que uma reunião dos ministros das Relações Exteriores dos países do G8 deve acontecer na próxima semana em Londres.