O estudante do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Wagner Alves da Silva Queiroz entra para a história da educação como o primeiro surdo a concluir o curso de graduação em uma Instituição de Ensino Superior (IES) pública no Rio Grande do Norte. Ele defendeu sua monografia na tarde desta quarta-feira (07), com o título “O estágio supervisionado: contribuições da experiência de um aluno surdo”.
Tendo como orientadora a Professora Doutora Ana Lúcia Aguiar Lopes Leandro, Wagner Alves utilizou uma metodologia totalmente visual, através da Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS) e leitura visual. Segundo a orientadora, em sua monografia, Wagner buscou retratar a contribuição de sua experiência durante o período do estágio que realizou como professor de LIBRAS.
O primeiro surdo a concluir um curso de graduação em uma universidade pública no Rio Grande do Norte afirmou, através de sua tradutora intérprete Sara Cristina Freires, que agora vai poder contribuir cada vez mais com a luta pelos direitos das pessoas surdas e que poderá ser um profissional em escolas para pessoas surdas. “Quero mostrar o surdo como uma pessoa humana”, afirmou.
Wagner conta que recebeu o apoio do Departamento de Apoio à Inclusão da UERN (DAIN) desde o seu ingresso, no curso, há 4 anos. Segundo ele, no início do curso houve muita apreensão, já que não havia interprete tradutor, o que dificultava a sua interação com os professores e colegas. No entanto, períodos mais tarde, passou a contar com a intérprete e foi mais fácil aprender os conteúdos que foram passados em sua própria língua. “Ainda existem muitas batalhas a serem vencidas, mas quero que o meu caso sirva de exemplo para outras universidades e também para outros surdos, para que mais pessoas surdas possam vir também para a universidade”, afirmou.
De acordo com a professora Socorro Severino, Chefe do DAIN, a UERN possui outros três alunos surdos, sendo um em Apodi, um em Caraúbas e um em Mossoró, além de outros dois com deficiência auditiva. O DAIN também atende dois cadeirantes, um em Mossoró e outro em Pau dos Ferros; um deficiente intelectual e vários deficientes psicossociais.
No PSV 2012, 44 candidatos afirmaram em suas inscrições que tinham alguma deficiência. Desses, nove não realizaram as provas.
Fonte: Enock Douglas – Janduís