No ano passado, o Bope foi usado para retomar o controle do Quartel Central do Corpo de Bombeiros, quando manifestantes invadiram o prédio. Os homens de preto que gozam de prestígio com a população não vão aderir a passeatas ou atos públicos. Em vez disso, ficarão aquartelados. A partir das 8h de sexta-feira, policiais do Bope que estiverem deixando o serviço ficarão na unidade. E quem estiver fora do quartel vai se apresentar espontaneamente.
“Somos simpáticos à manifestação mas não vamos às ruas. Caso haja alguma ocorrência envolvendo reféns, fechamento de vias, ataques a favelas, ou seja, nosso serviço de fato, sairemos com certeza. Mas não sairemos para fazer patrulhamento ostensivo, que é o que o comandante geral quer que façamos”, afirmou ao site de VEJA um oficial do Bope.
Nas delegacias de Polícia Civil, o plano dos grevistas é iniciar uma espécie de operação padrão. Serão registrados casos graves e roubos e furtos de automóveis. Prisões só serão feitas em casos de flagrante – ou seja, em acusados de crime capturados por PMs e levados para a delegacia.
Os bombeiros, calejados com a experiência da manifestação do ano passado, farão de tudo para evitar um desgaste com a opinião pública. Uma das ações cogitadas foi a de interromper o recolhimento de cadáveres, mas em discussões internas ficou claro que isso seria condenar o movimento, com a população inevitavelmente revoltada.