[leia] Ainda há espaço para bandeiras?

Baixem as bandeiras!!!

Baixem as bandeiras!!!

Tem frases que marcam a política apodiense, e “Baixem as bandeiras!!!” é um a delas.

Contextualizando, se não estiver enganado, aconteceu num comício em que estavam no palanque o ex-prefeito Pinheiro e a deputada Sandra Rosado. A relação entre os dois não andava ‘lá essas coisas’, e justamente na hora em que Pinheiro foi falar os eleitores de Sandra não paravam de vibrar suas bandeiras, tomando a visão do político. E quanto mais Pinheiro pedia, mais as bandeiras vibravam.

Baixem as bandeiras!!!

Baixem as bandeiras!!!

E de lá pra cá, o que se vê é uma tentativa literal de ‘baixar as bandeiras’, de esquecer as cores na hora de votar, e escolher aquele que melhor representar os anseios do nosso povo, independente de sua cor partidária.

Fiquei preocupado quando na semana passada ouvi o radialista Fábio Soares e o vereador Evangelista exaltarem as cores Verde e Vermelho.

Em Apodi não há espaço para outras cores. Só tem lugar para o verde e o vermelho.” – diziam os dois.

A impressão que eu tenho é que Apodi já vem demonstrando esse desapego há pelo menos duas eleições. Aconteceu, por exemplo, com Flaviano em 2008, quando saiu candidato ‘numa terceira via’, contra Simão (Vermelho) e Goreti (Verde). Naquele ano, surgia a Nova Geração, que não se denominava nem bicudo, nem bacurau. Que não hasteava nem a bandeira Vermelha, nem a Verde. A campanha deu tão certo que a prefeita Goreti Silveira resolvera mudar de estratégia política no decorrer de sua campanha.

Goreti adotou o inédito nome de ‘Professora Goreti’. Lançou mão de um Plano de Governo. Pautou sua campanha na defesa dos direitos da mulher, e se elegeu a primeira mulher prefeita do Apodi. Naquele momento não bastava apenas tocar a famosa lambada, era preciso mostrar que havia algo mais além da cor.

O apodiense, mesmo aqueles mais apaixonados, queriam votar em alguém que fosse capaz de mudar a cara de nossa cidade. E eles sabiam que não seria a cor da bandeira, nem o seu lado partidário. Goreti foi escolhida porque era MULHER, porque era PROFESSORA, porque era MÃE, e se apresentava como uma boa opção para o Apodi.

Também não quero dizer que a cor não contou naquelas eleições. Claro que contou! O bacurau roxo, aquele que tem sangue ‘verde’ correndo pelo corpo, estava satisfeito de estar votando em alguém do seu lado partidário, que vestia sua cor, mas que além daquilo tudo era uma pessoa capacitada. Não foi atoa que a candidata foi Goreti, e não Klinger. Os motivos são óbvios.

Como também não sou utópico em achar que as cores não terão efeito nas próximas eleições.

Só não podemos, nem devemos, insistir na ideia de que nosso povo vota por cores. Que em Apodi só tem espaço para 2 cores. Insistir nisso é o mesmo que matar a esperança dos nossos jovens que almejam alcançar um posto político em nossa cidade.

Por isso faço ecoar o pedido do ex-prefeito Pinheiro: Baixem as bandeiras!!! Baixem as bandeiras!!!

Por DeAssis Oliveira – ApodiBaixo do Pano

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