O Novo Jornal, na edição desta terça-feira (05), fez uma radiografia do comércio milionário de carteiras de estudante no RN, especialmente subsidiado pela URNE (União Norte-Rio-Grandense dos Estudantes).
Receita
Em 2010, a entidade teve uma receita estimada de R$ 1,3 milhão advinda de 100 mil associados. Ao contrário disso, o Sindicato de Transportes Urbanos do RN (Seturn) diz que essa cifra pode chegar a R$3,7 milhões por mês. A URNE cobra R$ 15,00 por carteira confeccionada, trabalhando em Natal, Mossoró e Caicó. Na capital, o movimento sofreu uma queda no faturamento depois que a prefeitura instituiu o cartão eletrônico gratuito para escolas públicas.
Negócio
Da relação de dez entidades estudantis na Secretaria de Mobilidade Urbana, cinco delas não funcionam nos endereços fornecidos. O presidente da União Potiguar dos Estudantes (UPES), Daniel Fernandes, explica que parou de emitir as certeiras depois que a atividade se transformou em negócio para as grandes entidades que tiram vantagens desse benefício. “São empresas de carteira de estudantes. Deixaram de ser entidades”, sentencia.
Sandro Pierre
O presidente da Federação das Entidades Estudantis do Rio Grande do Norte, o ex-policial e ex-vereador de Jucurutu, Sandro Pierre (foto), acredita que as acusações de que entidades foram transformadas em empresas fazem parte de uma mal intencionada campanha do Seturn. Ele nega as acusações de que usa a URNE como meio de sobrevivência. O milionário faturamento da URNE, segundo Sandro Pierre, não é utilizado em benefício dos seus diretores. A entidade paga 23 funcionários nas cidades de Natal, Mossoró e Caicó, além de contribuir com ações sociais.