Uma pessoa a cada dois dias vem sendo assassinada em Mossoró neste ano. Essa é a média de homicídios que vem ocorrendo no municídio, segundo o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar da cidade, o tenente-coronel PM Túlio César. Somente nos quatro primeiros meses de 2011, a polícia registrou 54 homicídios. Isso representa um aumento de 54% nesse tipo de crime em relação ao mesmo período do ano passado. As autoridades policiais da cidade atribuem o crescimento da violência ao avanço do tráfico de drogas, principalmente na periferia.
De acordo com dados da polícia, 80% dos casos ocorrem em bairros da periferia Foto:Daiane Nunes/DN/D.A Press
O mais recente assassinato registrado pela PM aconteceu na manhã do último domingo. Ricardo Cleiton Ferreira de Lima, 19 anos, conhecido como “Pirulito do Cão”, foi morto no bairro de Barrocas, no cruzamento das ruas João Cordeiro com Venceslau Braz. Ele tentava escapar da morte, correndo para dentro de um mercado. No entanto, foi seguido e morto com 7 tiros.
Túlio César lembra que o mês de abril nem ainda terminou, mas o número de assassinatos ocorridos nos quatro primeiros meses deste ano também já está maior do que o de 2009, no mesmo período. Segundo ele, no ano passado, foram 35 homicídios registrados de janeiro a abril. O oficial diz que o que chama a atenção nesses crimes é o fato de que o perfil da maior parte das vítimas é composta de pessoas ligadas ao consumo de entorpecentes. “Muitos são usuários de drogas, ou pequenos gerentes de bocas de fumo. Alguns já até cumpriram pena por tráfico ou estavam em liberdade condicional”.
Com base nesse perfil, o tenente-coronel acredita que a maioria desses homicídios são motivados pelo acerto de contas entre traficantes e usuários. Túlio César conta que 80% desses crimes acontecerem em bairros de periferia. “Os assassinatos tem ocorrido em locais que, até bem pouco tempo atrás, eram favelas”.
O comandante do 2º BPM de Mossoró alega que a PM tem algumas limitações no combate ao tráfico. “Nossos policiais andam caracterizados, fardados, de forma ostensiva. Quando veem nossas viaturas, os traficantes dão um jeito de se livrar das drogas”. Porém, ele garante que a PM tem feito o seu papel de prevenção e repressão. “Temos sempre feito pequenas apreensões”.
Fonte: DN ONLINE