Levantamento feito pelo Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep), durante os três primeiros meses do ano, aponta que os homicídios em Mossoró superam as demais cidades da região Oeste que são assistidas pelo órgão. No total são 67 cidades onde o Itep se responsabiliza para fazer a necropsia. Nestas cidades ocorreram 72 assassinatos, sendo que 44 foram em Mossoró, equivalente a 61% dos registros.
Para se ter uma ideia do grau da violência gerada em Mossoró, basta olhar a distribuição criminal mensal. Em janeiro foram 15 assassinatos, contra 11 em fevereiro e 18 no mês de março, números esses bem aproximados e equilibrados.
Segundo especialistas, é o início de ano mais violento já vivido em Mossoró. Com uma média de 14 assassinatos por mês, o que representa uma pessoa executada dia sim, dia não, assusta a população e preocupa as autoridades, que mesmo desenvolvendo planos e estratégias não conseguem combater à violência.
Nas ruas, a criminalidade impera, ignorando a justiça e impondo a sua própria lei. Fazendo de refém a população que, temerosa de represália, silencia diante dos acontecimentos e fica entregue à própria sorte.
A população cobra respostas da Justiça, que às vezes se sente amordaçada por falta de condições de elucidar alguns casos.
Cidades do Médio e Alto Oeste ainda são consideradas violentas
Saindo da área urbana de Mossoró, a criminalidade segue um roteiro rumo ao Médio e Alto Oeste do Rio Grande do Norte, onde aparecem cidades com índices bastante elevados de crimes.
Os motivos são variados, que vão desde rixas familiares, assaltos, acerto de contas, tráfico de drogas, violência doméstica, dentre outras.
Cidades como Caraúbas, Patu, Umarizal, Alexandria, Tenente Ananias, Pau dos Ferros e São Miguel já foram palcos de crimes, muitos deles até o momento sem elucidação, que tipifica uma realidade de medo e silêncio, onde ninguém se arrisca a comentar ou testemunhar os ocorridos.
Em Caraúbas, por exemplo, no passado havia brigas de famílias, onde as pessoas se matavam por conta de desavenças que vararam gerações. Atualmente, a violência tomou outro rumo, sendo liderada pelo tráfico e assaltos nas rodovias que cortam o município.
Mesmo com uma ação diária da polícia, os criminosos desafiam a lei e amedrontam a população, que não se arrisca mais em transitar livremente pelas rodovias.