No constante combate a conselheiros que contestam seu alto salário – e que ele mesmo já batizou de “turma do Nero” e “xiitas” -, Luiz Felipe Scolari já não usa só a liderança do Campeonato Paulista e a sequência na Copa do Brasil como armas a seu favor. Lembra que, nos últimos anos, o clube gastou muito pagando multas rescisórias a técnicos demitidos.
“Caros são os R$ 11 milhões pagos aos técnicos que estão fora, não eu, que trabalho todos os dias, tiro muitos gastos daqui, valorizo muitos que ninguém valorizou e não trago ninguém comigo. Se fizer as contas, estão pagando muito pouco pelo que gastaram antes em contratações estapafúrdias. É questão de somar e diminuir”, argumentou.
Desde 2009, o Palmeiras já teve que desembolsar altas quantias para quebrar seu vínculo com Vanderlei Luxemburgo, Muricy Ramalho e Antônio Carlos Zago, todos antecessores de Felipão. O valor foi comunicado ao atual treinador, que sempre o lembra quando tem seu salário comentado.
Scolari ainda aponta que não trouxe uma comissão técnica quase completa, como Luxemburgo costuma fazer. Nesta segunda passagem pelo clube, vieram com o pentacampeão somente o auxiliar técnico Flávio Murtosa e o preparador de goleiros Carlos Pracidelli, que trabalhava no clube até 2008, quando foi convidado pelo próprio Felipão a ir para o Chelsea.
Outro orgulho do treinador é o aproveitamento do preparador físico Anselmo Sbragia, em quem confiou para não pedir a contratação de ninguém à direção. “Transformamos esse preparador que estava na base, e não fui eu, foi ele, em um dos melhores do Brasil ganhando 70% a menos do que os outros”, enalteceu.
Felipão também usa seus ajustes no elenco para provar que vale tudo que é desembolsado para ele. Ele já liberou atletas de alto salário como Tadeu e Vitor, aceitou fazer o mesmo enquanto Lincoln não se acertava com a diretoria, usa o gerente e ex-volante Galeano para fazer contratações sem custo e não pede mais do que um centroavante como reforço para o Campeonato Brasileiro.
O treinador tem patrocinadores que pagam parte de seu salário e rendem ao clube. “Tenho patrocinadores e provavelmente dou a eles um retorno muito grande. Através do marketing, pode ter mais uma situação de patrocínio e eu, por contrato, estou à disposição do Palmeiras. E pessoalmente, estou sempre à disposição do Palmeiras para dar situações melhores no futuro”, afirmou Scolari.
Patrocínio para o clássico – Contra o Santos, neste domingo, o Palmeiras atuará com o logo da escola de inglês Fisk nas mangas e da empresa de implantação de pisos Recoma na barra da camisa. Os dois patrocínios, exclusivos para a partida na Vila Belmiro, renderão cerca de R$ 500 mil ao clube.