[leia] "A prefeita terá sim o que declarar, mas será na Justiça", afirma Lairinho em pronunciamento

O vereador Lairinho Rosado (PSB) levou ao plenário da Câmara Municipal o caso “Paulo Doido”. Ele criticou a prefeita Fafá Rosado (DEM) que disse “não ter nada a declarar” sobre o caso, mesmo com pessoas que possuem cargos de confiança e trabalham ao lado dela envolvidas. “Eu tenho vergonha da prefeita dizer que não tem nada a declarar. A prefeita terá sim o que declarar, mas à Justiça”, disparou.

No começo do discurso, ele relatou o caso “Capitão 40”, quando três pessoas com vasta ficha criminal foram contratadas para forjar gravações para incriminá-lo na campanha eleitoral de 2008. “Naquela época fui tachado como chefe de uma quadrilha. Os jornais Correio da Tarde, De Fato e Gazeta do Oeste deram ampla repercussão. O tempo passou e ficou provado que era uma fraude. Isso foi comprovado pela Polícia Federal através de perícia que se tratavam de gravações fraudulentas. Fui absolvido na primeira instância, no Tribunal Regional Eleitoral e o Ministério Público sempre tem pedido o arquivamento do processo. Os jornais nunca deram uma linha disso como fazem agora no blog de Paulo Doido”, lamentou.

Ele citou nominalmente cada um dos envolvidos no caso mostrando os documentos conseguidos pela Justiça através de respostas da Google e provedores de Internet. “O senhor Pedro Carlos, o senhor Neto Queiroz, o senhor Ivanaldo Fernandes, este último gerente de comunicação, estão envolvidos. Eles terão que responder na Justiça”, avisou.

O parlamentar lembrou que o blog de “Paulo Doido” tinha a finalidade de atacar políticos adversários da prefeita Fafá Rosado e jornalistas que criticam a atual administração. “Atacaram minha avó que tem 84 anos, meus pais e minha filha recém-nascida de forma covarde. Não tenho nada contras críticas, mas agressão eu não admito”, frisou.

Sobre a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) e TCM Connect, que ainda não enviaram informações à Justiça, Lairinho demonstrou confiança no esclarecimento dos fatos. “As duas instituições são comandadas por Milton Marques, que é pessoa séria por quem tenho o maior respeito e admiração. Ele vai desfazer esse mal entendido”, frisou.

OAB de Mossoró aguarda ser provocada

A subseccional de Mossoró da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se pronunciou por meio de seu perfil oficial do Twitter a respeito do caso “Paulo Doido”.

O pronunciamento está atribuído ao presidente em exercício da entidade Aldo Fernandes que disse que está acompanhando atentamente o caso. “A @oabmossoro,através do seu presidente em exercício, dr. Aldo Fernandes, em recente pronunciamento em reunião da diretoria da OAB, disse estar de sentinela no Caso Paulo Doido”.

No entanto, o perfil da OAB de Mossoró deu a entender que dificilmente se envolverá no caso. “Contudo, ele entende que o processo é uma questão particular e alheia à competência da OAB, pra isso a Ordem deve ser provocada através de pedido junto ao Conselho por algum advogado. Palavras do presidente interino, dr. Aldo Fernandes”, concluiu.

Chico é o único governista a se posicionar

A bancada governista manteve-se em silêncio durante todo o pronunciamento de Lairinho Rosado. Nem quando provocado, por duas ocasiões, o líder governista Claudionor dos Santos apresentou defesa do governo.

Alguns parlamentares, como Cláudia Regina (DEM), estiveram ausentes do plenário durante o pronunciamento.

A exceção ficou para Chico da Prefeitura (DEM). Ele não solicitou aparte durante o pronunciamento, mas quando ocupou a Tribuna após a fala de Lairinho expôs o seu posicionamento.

Nada de defesa do governo do qual faz parte. Chico condenou o uso de repartições públicas para atacar pessoas sob o esconderijo do anonimato. “Não queria falar sobre esse assunto, mas esse é um caso inadequado e inconveniente. Não se pode permitir ataques a familiares”, criticou.

Colegas prestam solidariedade e cobram posição

O pronunciamento de Lairinho Rosado recebeu vários apartes dos colegas de bancada da oposição. Todos em tom de solidariedade.

O primeiro a falar foi o presidente da mesa diretora Francisco José Júnior (PMN), que colocou a Casa à disposição de Lairinho. “A Casa está solidária com o senhor. A liberdade de imprensa existe para as pessoas se expressarem sem precisar recorrer ao anonimato”, alfinetou.

Depois quem se pronunciou foi Genivan Vale (PR), líder da oposição. Ele fez uma reflexão acerca dos limites impostos pela liberdade de expressão. “Gostaria que todos nós não perdêssemos a capacidade de se indignar com situações como essa. Solidarizo-me com o senhor e com todos aqueles atacados de forma covarde. Critiquem vossa excelência, mas deixem de lado a família. Críticas têm que ser aceitas e respondidas. Agressões precisam ser judicializadas”, opinou.

O republicano não escondeu a decepção com os jornalistas envolvidos no caso. “É incrível como uma pessoa como Neto Queiroz, que tem uma origem maravilhosa, entra numa coisa dessas. Pedro Carlos não me surpreende. Passou anos atacando Walter Fonsêca e Leonardo Nogueira. Agora os cobre de elogios. Também fiquei decepcionado como uma pessoa como Ivanaldo Fernandes entra numa dessas”, acrescentou.

Genivan também lamentou a postura da prefeita Fafá Rosado que optou por não responder sobre o assunto. “Lamento a declaração da prefeita que disse não ter nada a declarar. Ela tem que demitir Neto Queiroz, Pedro Carlos, Ivanaldo Fernandes e o próprio irmão Gustavo Rosado. Que cidade é essa que vamos deixar para nossos filhos? Que baixaria é essa?”, questionou.

O pedetista Jório Nogueira afirmou que quem sofre agressões não pode ficar calado.

Em seguida, ele disse que o caso “Paulo Doido” atinge diretamente a chefe do Executivo municipal. “A prefeita deixou se envolver por elementos que estão prejudicando a imagem dela. Prefeita, chame seu governo e cobre explicações”, disse.

Ele disse que deixou a base governista em 2009 por conta de problemas como esse. “Eu gostaria de estar aqui para defender o governo de Fafá Rosado porque fui eleito ao lado dela. Estou na oposição por conta de atitudes pequenas como essa”, acrescentou.

No final da intervenção, ele lamentou a postura dos jornalistas envolvidos e sugeriu ao líder do governo Claudionor dos Santos (PDT) que lute por uma solução para não manchar a imagem do governo. “Neto não me surpreende, mas Pedro Carlos sim. Meu amigo, o que você fez? O líder do governo deve se levantar contra isso e pedir que a prefeita se manifeste”, lamentou.


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