GREVISTAS IMPEDEM MATRÍCULAS DOS ALUNOS NA UFERSA

Os grevistas da Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa) estão realizando um movimento no setor de registros de alunos do campus Mossoró. O intuito é impedir com que os novos façam matrícula.

O movimento para impedir as matrículas é nacional, envolvendo as 56 universidades federais que estão em greve e tem o intuito de causar impacto nas manifestações, para que a presidente Dilma Roussef apresente uma proposta convincente à categoria.


Durante a manhã desta quarta-feira (4), cerca de 40 grevistas estiveram no local. As matrículas iniciaram na última segunda-feira (2) e seguirá até a próxima segunda (9). São esperadas cerca de 1100 matrículas até o final do prazo.


O movimento ainda foi fraco nesta manhã, quando iniciou a manifestação, já que poucos alunos estiveram presentes. Entretanto, a expectativa é que se intensifique com a aproximação do término do prazo.


“O brasileiro sempre deixa para última hora. Então, a expectativa é que o movimento seja intenso na sexta-feira e na segunda”, disse o servidor técnico Fernando Henrique, do campus Angicos.


Os servidores responsáveis pelo setor de matrícula não estão em greve, mas afirmam que não terão como fazer as matrículas, se os alunos forem impedidos de entrar na sala do setor de registros.


Os veteranos também não terão como fazer a matrícula no próximo semestre, já que é necessário receber um documento na biblioteca afirmando que não há qualquer débito de livros. A biblioteca não está sendo aberta desde o início da greve, já que todos os funcionários do local aderiram à greve.


Reivindicações


Apesar de se tratarem de movimentos diferentes, as principais causas dos servidores e professores são relativas ao salário da classe. As duas classes iniciaram as greves em momentos diferentes. Os docentes iniciaram o movimento no dia 17 de maio, enquanto os técnicos começaram no dia 11 de junho.


Os docentes tinham como piso salarial o valor de R$557, antes do início da greve, para um professor auxiliar, que possui graduação e é substituto. O intuito é fazer com que aumente para R$2.339, fato que refletirá em toda a categoria. 


“O descaso com a educação é vista porque o piso salarial dos professores universitários era menor do que um salário mínimo”, destacou o professor Aroldo Félix, líder do comando local de greve, ressaltando que o Governo Federal ampliou o salário base para R$1.150 através de uma medida provisória.


Os professores ainda lutam para que o plano de carreira seja modificado. Atualmente, o plano é feito por categoria (auxiliar para o professor com graduação, assistente para o docente com mestrado e adjunto para o doutor). A reivindicação dos docentes é que passe a ser por nível. Com isso, o salário dos professores aumentaria com o tempo de serviço, sendo ampliado a cada dois anos. No plano atual, o salário dos professores chega até, no máximo, R$13.000, para o professor doutor com o tempo máximo de serviço. No novo plano, o salário pode chegar aos R$22.000.


“Com o atual plano, o salário dos professores só cresce no máximo 18 anos e agora aumentará para 26 anos. Atualmente, passamos oito anos estagnados”, salientou o professor Aroldo Félix. 


Os servidores reivindicam que o salário base da categoria passe de R$1.103, para R$1.866. “Daí, teria um efeito cascata que refletiria em toda a classe”, comentou o servidor Fernando Henrique.


Servidores e professores também reivindicam por melhoria na qualidade do ensino. O Governo Federal lançou o Reuni, com o intuito de fazer com que as universidades cheguem a mais cidades. Entretanto, segundo os grevistas, essa ampliação está acontecendo sem planejamento.


“O maior exemplo é o campus de Caraúbas. São apenas três servidores na administração, trabalhando em duas casas alugadas, totalmente sem estrutura. É obrigatório que a universidade tenha extensão, ensino e pesquisa, mas em Caraúbas é apenas ensino e sem a qualidade necessária, já que a universidade divide espaço com uma escola estadual”, salientou Fernando Henrique.


Fonte: De Fato

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